Fonte: Quintus

O Seti fez recentemente 40 anos, um período durante o qual por duas vezes foram recebidos sinais que parecem ter tido proveniência em inteligências extra-terrestres… A primeira vez ocorreu em 1979, com o chamado “Sinal WOW”, e a segunda em 2004. Por outro lado, a Terra emite para o Espaço sinais “involuntários”, sobretudo de televisão (ver o livro e filme “Contact”) durante este período de tempo, estas emissões já se estenderam por uma esfera com 140 anos-luz, onde residem mais de 15 mil estrelas… Se numa delas – basta uma – há alguém a manter um sistema como o nosso Seti, a esta altura devem já ter aberto a garrafa de champanhe… Ou do seu equivalente de lama fervilhante, naturalmente… Tendo em conta que o número de estrelas no Universo visível é qualquer coisa como 76 triliões, ou seja… Dez vezes mais do que há grãos de areia em todas as praias do mundo, temos que admitir que mais cedo ou mais tarde, mesmo se não houver ninguém a escutar nestas 15 mil estrelas, algures, alguém, nesses 76 triliões há-de estar a sintonizar no canal certo… Eu próprio participo no Seti já desde há anos, quase o primeiro dia em que apareceu o Seti@Home, um protector de écran (screen saver) que permite que o nosso computador (Windows, Mac ou Linux) quando está inactivo analise os sinais de rádio captados pelos radares do SETI em busca de uma possivel prova de vida inteligente no Espaço. Actualmente, mais de 1,7 milhões de pessoas espalhadas por todo o mundo participam deste projecto. Infelizmente, o financiamento de um projecto tão importante como este e que pode transformar de forma tão radical a vida de todos nós, deixou de receber financiamentos públicos desde 1993, data em que o Congresso dos EUA suspendeu o envio de qualquer fundo federal para o SETI.

Desde então, o projecto tem vivido de donativos particulares e do trabalho gratuito de muitos entusiastas e essa escassez de financiamentos tem impedido que o SETI tenha acesso fácil a radiotelescópios de grande capacidade, conseguindo actualmente apenas algumas semanas por ano no recentemente actualizado radiotelescópio de Arecibo. Além da dificuldade em captar sinais, o SETI luta também com a incapacidade de processar estes sinais ao mesmo ritmo a que os vai recolhendo. Actualmente o projecto depende muito da rede de computação distribuída SETI@home que processa os sinais captados no radiotelescópio de Arecibo e os envia para mais de 320 mil computadores pessoais para serem analisados, processados e enviados de volta para o SETI. O problema é que a rede SETI@home, reforçada pelos computadores do próprio SETI é já insuficiente para processar a nova torrente de dados que são enviados não só por Arecibo, mas também por outros radiotelescópios que começam também a colaborar neste projecto. A nova geração do programa será capaz de processar 500 vezes mais dados que a versão actual e já permitirá processa os 300 Gb captados todos os dias.
Ainda não tem a correr no seu computador o SETI@home? O custo é zero e o programa só é executado quando o seu computador estiver parado e… quem sabe? Pode ser que seja nele que é identificado o terceiro sinal de vida inteligente…