‘Ronaldo estava muito assustado’, disse taxista em depoimento
Ele também negou que tenha ido buscar drogas com o travesti na Cidade de Deus.
Delegado abriu inquérito por furto e extorsão.
O taxista que estava com o travesti André Luis Albertini, a Andréia, envolvido em uma confusão com o atacante Ronaldo, disse em depoimento prestado na 16ª DP (Barra da Tijuca) que sentiu "pena" do craque do Milan porque ele estava "muito assustado". As informações são do delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto, titular da delegacia.
O depoimento foi prestado na última sexta-feira (2). Segundo o delegado, o taxista, que não teve o nome revelado, disse que buscou Andréia no motel localizado na Zona Oeste e a levou em várias redações de jornais.
Quando retornaram ao local, o taxista contou que Ronaldo ainda estava lá, e viu o jogador tentado pagar o programa, mas o travesti não aceitava o dinheiro.
“O taxista, inclusive, disse que pediu ao travesti para aceitar o dinheiro porque ficou com pena do jogador. Ele contou ainda que Andréia ficou ligando para os outros travestis que estavam no motel para não deixarem o Ronaldo sair de lá. No entanto, quando retornaram, o jogador estava sozinho. Ele também negou que tenha ido buscar drogas com o travesti na Cidade de Deus”, disse o delegado.
“Ontem (5) instaurei inquérito por furto e extorsão. Agora, tenho um mês para concluí-lo, e por isso, quero investigar com mais calma o caso. Ronaldo e os travestis deveriam prestar depoimento nesta semana, mas preferi deixar para semana que vem para tentar conseguir mais indícios de que realmente ocorreu um crime”, disse Carlos Nogueira.
O delegado considera que o furto poderá ser caracterizado caso se confirme que os documentos do carro de Ronaldo foram pegos escondidos pelo travesti. Quanto à extorsão, o delegado informou que o outro travesti que estaria com o jogador do Milan, identificado apenas como Carla, afirmou em depoimento prestado na delegacia que André teria pedido R$ 50 mil para não divulgar o caso à imprensa.
Na semana passada, a polícia informou que vai investigar se os travestis envolvidos na confusão com o atacante fazem parte de uma quadrilha de golpistas que praticam extorsão contra seus clientes. A suspeita surgiu com a entrevista de um morador da Bahia ao Jornal Nacional, que na ocasião disse que reconheceu um dos travestis acusados pelo craque. O entrevistado, que pediu para não ser identificado, afirmou ter sido vítima de golpe semelhante.
“Com certeza essas informações serão usadas para apurar outros golpes. Vamos avaliar o caso e ver se tem alguma ligação com o que aconteceu com o Ronaldo. A partir desses indícios, vamos proceder uma investigação também sobre o que aconteceu ao turista”, disse o delegado Carlos Nogueira, na tarde de quarta-feira (30).
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