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Prisão temporária: Johnny Lima, 23 anos, foi detido num bar, por PMs do Ronda do Quarteirão (Foto: Denise Mustafa)

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Ana Rosa Regadas

Em dez dias de investigações, a Polícia Civil concluiu que Ana Rosa Pinheiro Regadas foi morta pelo ex-empregado


A Polícia Civil elucidou o assassinato da engenheira e servidora pública federal, Ana Rosa Pinheiro Regadas, 44, encontrada morta dentro de sua residência, num condomínio residencial de luxo, na Água Fria (Zona Leste). O crime ocorreu há 11 dias. Durante este período, quatro delegados, chefiados pessoalmente pelo superintendente da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, trabalharam, sem interrupção, no caso.

As investigações concluíram que Ana Rosa Regadas, funcionária do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), foi morta por seu ex-empregado, Johnny Teixeira de Lima, 23. Ele acabou preso, na última sexta-feira, em um bar, no Conjunto Alvorada. Foi detido por uma patrulha do Ronda do Quarteirão. A princípio, negou ter praticado o crime. Porém, a Polícia já tinha provas de seu envolvimento no assassinato.

Além do próprio superintendente da Polícia Civil - que comandou ‘campanas’ para localizar o então suspeito - as investigações foram chefiadas pelos delegados José Lopes Filho (do 26º DP), Franco Júnior (Departamento de Polícia Metropolitana/DPM) e Francisco Alves de Paula (Departamento de Inteligência Policial/DIP). Hoje, a Polícia vai detalhar como esclareceu o crime.

Com a autorização da Justiça, a Polícia fez a quebra de sigilo telefônico e obteve importantes pistas para chegar ao assassino. Some-se a isto, a informação da própria família de Ana Rosa, segundo as quais, Johnny passou a ameaçá-la de morte depois de ter sido demitido e preso, acusado de furtar 11 cheques da patroa. As ameaças vinham se acentuando nas últimas semanas.

´Vamos explicar a dinâmica do crime”, disse, ontem, o delegado Franco Júnior, ao Diário do Nordeste , ao confirmar para logo mais, às 10 horas, uma entrevista coletiva na sede da Superintendência da Polícia Civil, Centro, quando será detalhada toda a investigação.

Johnny se encontra recolhido na cela do Departamento de Inteligência Policial (DIP), desde a madrugada do último sábado (3), pois teve a prisão temporária - pelo prazo de 30 dias - decretada pela Justiça. O crime é considerado hediondo, pois ficou caracterizado o latrocínio (roubo seguido de morte). A pena, prevista no artigo 157 do Código Penal Brasileiro, é de 15 a 30 anos de reclusão em regime fechado.

As investigações em torno da morte de Ana Rosa Regadas tiveram início na manhã do dia 26 último. Eram 5h38 quando a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) foi avisada do crime. Uma patrulha do Ronda do Quarteirão, do bairro Água Fria, foi deslocada ao condomínio residencial onde a vítima morava, na Avenida Edilson Brasil Soárez. Quando os PMs entraram no quarto da vítima, encontraram o corpo da servidora banhado em sangue, com marcas de estrangulamento e diversos golpes de faca.

Empregada

A mulher também teve as mãos amarradas - para a frente - com um lacre plástico e um pedaço de pano colocado na boca. Havia facadas no pescoço. O corpo estava sobre a cama.

O delegado de plantão no 2º DP (Aldeota), Sandoval Batista Freire, esteve no local e ouviu a empregada da casa, Maria de Fátima da Silva. Ela disse ter acordado com os gritos da patroa. Ao chegar no quarto, se deparou com o assassino, encapuzado, estrangulando Ana Rosa. Fátima afirmou, no 2º DP, que acreditou que o assassino era o próprio filho da patroa. Depois, disse tê-lo achado apenas ‘parecido’.

Fátima revelou também que o assassino a trancou no closet. Uma camisa recolhida no local do assassinato também serviu de pista para o esclarecimento do caso. A peça pertencera ao filho de Ana Rosa, mas havia sido dada ao ex-empregado.

Por três vezes, a Polícia retornou ao local do assassinato e constatou que o criminoso roubou dinheiro, jóias e cartões de crédito da funcionária do TRT. Esta manobra teria sido uma forma de tentar confundir a Polícia, afastando a hipótese de vingança, mudando para um suposto assalto. O crime poderá ser reconstituído.

PROTAGONISTA
Vítima foi atacada pelo criminoso dentro de casa

Ana Rosa Regadas

Funcionária do Tribunal Regional do Trabalho, no cargo de diretora de secretaria da 6ª Vara, Ana Rosa Pinheiro Regadas foi morta dentro de casa, na madrugada do dia 26 último. Dinheiro, jóias e cartões da vítima foram roubados.

Fernando Ribeiro/Nathália Lobo
Editor/repórter