A Área 51 está localizada no Campo de Testes de Nevada, onde há muitas décadas vêm sendo desenvolvidos projetos ultra-secretos, inclusive aviões de espionagem como o U-2 e o SR-71, a nave Stealth e a tecnologia associada à Iniciativa de Defesa Estratégica (conhecida como "Guerra nas Estrelas"). Nos últimos anos, muitas pessoas informaram ter visto luzes estranhas em manobras que as aeronaves convencionais não fazem, como voar em grande velocidade, parar abruptamente e permanecer pairando no ar por longos períodos. As primeiras aparições foram quase todas à noite, mas em alguns casos as testemunhas viram-nas ao reflexo do luar e puderam, por isso, determinar que pareciam enormes triângulos. Passaram a surgir boatos de que, com base em discos extraterrestres acidentados, eram desenvolvidos sistemas de acionamento gravitacional e tecnologia de campo de força para propulsão de aeronaves. Originou-se, então, um certo folclore-ficção científica que fala de contatos entre extraterrestres e o governo, inclusive de um tratado pelo qual os alienígenas fornecem tecnologia ao governo americano em troca de permissão para raptar cidadãos.


O que é a "Área 51"?
Referência CeticismoAberto, publicada também na revista Galileu, Agosto 2004

A “Área 51” é parte de uma base de testes da Força Aérea Americana, ao norte de Las Vegas, Nevada. Seu surgimento em meados dos anos 50 está ligado à CIA e à companhia de aviação Lockheed, e em particular com a criação e testes do avião espião ícone da Guerra Fria, o U-2. Mas o famoso nome foi designado pela Comissão de Energia Atômica, por nenhum grande motivo em especial: outras partes da base de testes de Nevada eram designadas como outras áreas numeradas pela comissão. Que a “Área 51” fosse referência a um 51o estado americano é mais uma das histórias em torno da mais famosa base “secreta” do mundo.

De concreto, sabe-se que além do U-2, aviões como o A-12, o SR-71, o F-117A, entre outros, foram testados e desenvolvidos na base. Da sopa de letrinhas e números, basta dizer que o SR-71 é detentor do recorde de velocidade e altitude de um avião tripulado, e o F-117 é o avião “invisível” ao radar. A base de testes de Nevada também foi palco para experimentação de diversas armas, incluindo testes nucleares na atmosfera e aviões soviéticos capturados.

O que realmente lançou a base ao estrelato foram as alegações de um homem chamado Robert Lazar, que em 1989 disse ter trabalhado com a “engenharia reversa” de naves alienígenas dentro da base. Mas, além de histórias repletas de problemas, como um material radioativo que ele teria levado no bolso até sua casa e deveria tê-lo matado se existisse, ele não forneceu nenhuma prova. Suas credenciais acadêmicas eram falsas, e ele havia declarado falência pessoal pouco antes. Nada disso impediu que a “Área 51” entrasse para a cultura popular em filmes como “Independence Day”.

Curiosos que se aproximam da base, e adentram o terreno circundante – também reservado – são abordados e detidos por seguranças, podendo ser multados. Há placas que advertem sobre o “uso de força letal autorizado” contra intrusos, mas não se conhece nenhum incidente em que o aviso foi algo além de um espanta-turistas. O estado de Nevada distribui pôsteres turísticos sobre a visita às proximidades da “Área 51”, e a estrada próxima foi oficialmente nomeada em 1996 a “Rodovia Extraterrestre” pelo governador do estado.

Mas o governo americano não reconhece nem nega a existência da “Área 51”. Em resposta a processos ambientais, anualmente o presidente americano renova uma determinação de isenção de regulamentos ambientais do “local de operações da Força Aérea próximo de Groom Lake, Nevada”. Em 2001, funcionários da base chegaram a entrar em greve por dois dias. Algo bem terrestre.