Mianmar já tem 22,5 mil mortos por ciclone
Cerca de 41 mil pessoas estão desaparecidas.
Foi o pior ciclone na Ásia desde 1991, quando 143 mil pessoas morreram em Bangladesh.
após passagem de ciclone em Yangun, Mianmar (Foto: AP)
O violento ciclone no delta do Irrawaddy, em Mianmar, provocou uma gigantesca onda que deixou as pessoas sem ter para onde fugir, matando pelo menos 22,5 mil e deixando 41 mil desaparecidos, disseram autoridades nesta terça-feira (6).
A passagem do ciclone "Nargis", no ultimo sábado, causou a queda de alguns prédios do centro de Yangun e deixou Mianmar incomunicável com o exterior devido a avarias no sistema de telecomunicações.
De acordo com a agência de notícias France Presse, o presidente norte-americano, George W. Bush, pediu nesta terça-feira (6) que a junta militar que controla Mianmar "permita que os Estados Unidos envie ajuda." Agências de ajuda disseram que centenas de milhares de pessoas estão desabrigadas e sem água no país governado por uma junta militar.
"Mais mortes foram causadas pelo maremoto do que pela tempestade propriamente dita", disse o ministro de Auxílio e Recolocação, Maung Maung Swe, em entrevista coletiva na devastada Yangun, antiga capital do país, onde já começa a faltar água e comida.
"A onda tinha até 3,5 metros de altura e inundou metade das casas em aldeias baixas", disse ele, oferecendo a primeira descrição detalhada do ciclone do fim de semana. "(Os moradores) não tinham para onde fugir."
Foi o pior ciclone na Ásia desde 1991, quando 143 mil pessoas morreram em Bangladesh (clique para ler a continuação da reportagem).
O ministro da Informação, Kyew Hsan, afirmou que as Forças Armadas estão "fazendo o seu melhor", mas analistas viram na tragédia um golpe para o regime militar da antiga Birmânia, que se orgulha da sua capacidade de lidar com qualquer problema.
Por causa do desastre, a Junta Militar decidiu adiar para 24 de maio um referendo constitucional nas áreas mais atingidas de Yangun e do vasto delta do Irrawady. De acordo com a TV estatal, no resto do país o referendo está mantido para o dia 10.
Arroz
O governo de Mianmar, que há 50 anos era o maior exportador mundial de arroz, disse ter estoques suficientes do cereal para alimentar a população, apesar dos estragos nos armazéns do delta.
O chanceler da Tailândia, Noppadol Pattama, reuniu-se em Bangcoc com o embaixador birmanês, que lhe disse haver 30 mil desaparecidos por causa do ciclone Nargis.
"Os prejuízos foram muitos maiores do que esperávamos", disse o chanceler. O embaixador Ye Win não quis falar a jornalistas.
Fontes da ONU dizem que centenas de milhares de pessoas ficaram desabrigadas por causa dos ventos de até 190 km/h e do maremoto subseqüente.
Bernard Delpuech, funcionário humanitário da União Européia em Yangun, disse que a Junta Militar enviou três navios com comida à região do delta. Quase metade dos 53 milhões de birmaneses vive nos cinco Estados atingidos pela tragédia.
"O regime perdeu uma oportunidade de ouro para enviar os soldados assim que a tempestade parou, para conquistar o coração e a alma das pessoas", disse à agência de notícias Reuters um funcionário público aposentado. "Mas cadê os soldados e a polícia? Foram muito rápidos e agressivos quando houve protestos nas ruas no ano passado."
Uma lista de mortos e desaparecidos em cada cidade, lida pelo general-ministro Nyan Win, cita 14.859 vítimas fatais no delta do Irrawady e 59 na Grande Yangun, a maior cidade do país, com 5 milhões de habitantes. Quatro dias depois do ciclone, a antiga Rangum continua sem eletricidade, e os moradores fazem fila para comprar água engarrafada.
Previsão
O serviço de meteorologia da Índia informou nesta terça-feira que preveniu a vizinha Mianmar 48 horas antes da chegada do ciclone "Nargis", informou nesta terça-feira (6) a agência de notícias France Presse.
"Quarenta e oito horas antes do Nargis atingir (Mianmar), fornecemos às agências birmanesas o ponto de impacto (do ciclone), sua gravidade e todos os assuntos vinculados", declarou à agência o porta-voz do departamento indiano de meteorologia, B. P. Yadav, um organismo público vinculado à Organização Meterológica Mundial (OMM).
"Nosso trabalho consiste em emitir advertências por antecedência e estamos orgulhosos de termos advertido com tanto tempo de antecedência. Havia tempo suficiente para adotar medidas de precaução como a evacuação", disse Yadav.
A OMM vigia a evolução das tempestades ciclônicas no Oceano Índico, no sul e sudeste asiáticos
Mortos por ciclone chega a 22,5 mil em Mianmar
Fonte: Diário do NordesteA passagem do ciclone Nargis por Mianmar (ex-Birmânia), no último fim de semana, provocou a morte de mais de 22 mil pessoas informou hoje a rádio estatal birmanesa. De acordo com a emissora, o número de mortes confirmadas até o momento chegou a 22.464, mas ainda há cerca de 41 mil pessoas desaparecidas e existe o risco de que a cifra de vítimas aumente ainda mais.
As áreas mais afetadas foram o delta do Rio Irrawaddy e Rangum, a ex-capital e maior cidade de Mianmar. Os esforços de ajuda e resgate nas áreas afetadas têm sido afetados em grande parte por causa da destruição das estradas e da estrutura de comunicações durante a passagem do ciclone.
Mais vítimas do ciclone eram encontradas à medida que equipes de socorro chegavam às ilhas e aos povoados afetados que ainda não haviam sido alcançados. Cerca de 1 milhão de pessoas ficaram desabrigadas depois que o ciclone passou pelo delta do Rio Irrawaddy e por Rangum no sábado com ventos de 190 km/h.
Mais cedo, funcionários do governo de Mianmar já especulavam que o número de pessoas mortas pelo devastador ciclone que atingiu o país no último sábado poderia ainda ir além das 15 mil mortes estimadas horas antes pelas autoridades locais. "Só em Bogalay (cidade situada 100 quilômetros ao sul de Rangum) há cerca de 10 mil mortos", afirmou o ministro birmanês das Relações Exteriores Nyan Win, em pronunciamento na TV estatal.
Trata-se do maior número de pessoas mortas em um desastre natural na Ásia desde o tsunami de dezembro de 2004, que matou 181 mil pessoas, deixou cerca de 50 mil desaparecidos e devastou áreas costeiras na Indonésia, da Tailândia e de outras porções do sul e sudeste asiáticos, além de parte da costa da África.
Por causa do ciclone, a junta militar que governa Mianmar desde 1967 anunciou que o referendo constitucional, marcado para sábado, será adiado nas regiões mais afetadas pelo fenômeno natural. De acordo com a rádio estatal birmanesa, a votação não será realizada até 24 de maio em 40 localidades ao redor de Rangum e em sete na área do delta do rio Irrawaddy.
A primeira remessa de ajuda estrangeira a Mianmar chegou hoje e foi enviada pela Tailândia.
Índia preveniu Mianmar sobre ciclone com 48 horas de antecedência.
Fonte: O Povo
"Havia tempo suficiente para adotar medidas de precaução", disse B. P. Yadav, porta-voz do departamento indiano de meteorologia.
O serviço de meteorologia da Índia informou nesta terça-feira que preveniu a vizinha Mianmar 48 horas antes da chegada do ciclone Nargis, que deixou mais de 20.000 mortos e 40.000 desaparecidos.
"Quarenta e oito horas antes do Nargis atingir (Mianmar), fornecemos às agências birmanesas o ponto de impacto (do ciclone), sua gravidade e todos os assuntos vinculados", declarou à AFP o porta-voz do departamento indiano de meteorologia, B. P. Yadav, um organismo público vinculado à Organização Meterológica Mundial (OMM).
"Nosso trabalho consiste em emitir advertências por antecedência e estamos orgulhosos de termos advertido com tanto tempo de antecedência. Havia tempo suficiente para adotar medidas de precaução como a evacuação", disse Yadav.
A OMM vigia a evolução das tempestades ciclônicas no Oceano Índico, no sul e sudeste asiáticos.
0 Comentários