Índios da Raposa Serra do Sol buscam apoio europeu
Encontram-se na Europa duas lideranças indígenas de Roraima. Foram buscar apoio em favor da ratificação, pelo STF, do decreto que demarcou a reserva indígina Raposa Serra do Sol.
A turnê européia é capitaneada pelo "macuxi" Jacir de Souza, membro do CIR (do Conselho Indígena de Roraima); e pela "wapichana" Pierlangela da Cunha, coordenadora da OPIR (Organização dos Professores Indígenas de Roraima).
Os líderes indígenas são ciceroneados pelo antropólogo espanhol Luis Ventura. Deu-se à cruzada o nome de “Anna Pata, Anna Yan”, que significa “Nossa Terra, Nossa Mãe.”
A turnê européia começou pela Espanha. Nos próximos dias, se extenderá à França, Inglaterra, Alemanha e Itália.
Na fase final, os representantes dos índios vão á Bélgica. Ali, serão recebidos no Parlamento Europeu.
A peregrinação encerra-se em Portugal, entre os dias 3 e 7 de julho. De Lisboa, o makuxi Jacir e a wapichana Pierlangela retornam a Roraima.
Além de suporte político, os índios pedem auxílio financeiro internacional. Alegam que precisam de dinheiro para a defesa de sua causa. Não se sabe, aliás, quem financia a turnê européia.
Demarcada sob FHC, a reserva indígena Raposa Serra do Sol foi ratificada por um decreto de Lula, em 2005. A despeito disso, produtores de arroz permaneceram na área.
Em ação movida no STF, o senador Augusto Botelho (PT-RR) questionou a demarcadação. Em petição protocolada no Supremo, o governo de Roraima fez o mesmo. O julgamento da causa, que ocorreria em junho, foi adiado para agosto.
A Polícia Federal chegou a se deslocar para a região com a propósito de retirar os arrozeiros à força. O tempo fechou. E, em decisão liminar (temporária), o STF sustou a ação da polícia.
No início de maio, índios se confrontaram com seguranças do arrozeiro Paulo César Quartiero. Sob a alegação de que sua propriedade fora invadida, Quartiero mandou que seus funcionários reagissem a bala. A PF socorreu os feridos.
Além de produtor de arroz, Quartiero é prefeito do município de Pacaraima (RR) chegou a ser detido pela PF. Foi transferido para a carceragem de Brasília. Mas um habeas corpus determinou que fosse posto em liberdade.
O périplo europeu dos indígenas ganhou adesão instantânea de uma revista de Portugal. Chama-se Fátima Missionária. É cinqüentenária. Tem 33 mil assinantes.
Em sua página na internet, a publicação portuguesa veicula peças com viés nitidamente favorável à causa indígena. Ali, os arrozeiros são tratados como malfeitores.
“Os arrozeiros devem ser impedidos de continuar a enviar jagunços para abrirem fogo contra os indígenas que vivem pacificamente em suas terras” anota um dos textos da Fátima Missionária.
“A presença deles na área da Raposa Serra do Sol é altamente prejudicial. Produzem arroz sem nenhum cuidado ambiental, desviam cursos de água, utilizam produtos agrários tóxicos, destroem as matas ciliares...”
“...Abatem o património público, como as pontes, lançam bombas caseiras contra os índios. Para que cesse a violência, a intimidação e as sucessivas ameaças, as comunidades da Raposa Serra do Sol exigem que eles abandonem o seu território...”
A revista divulgou as peças que compõem o arsenal mobilizado simultaneamente à viagem dos líderes indígenas à Europa.
Há, entre outras peças: o “texto base” da campanha; um vídeo com o arranca-rabo ocorrido na propriedade do arrozeiro César Quetiero (assista lá no alto); uma carta a ser enviada a Lula; um abaixo assinado em favor da causa indígena, escrito pelo sociólogo português Boaventura de Sousa Santos; e um texto de Frei Beto.
A missão européia dos índios deve tonificar a pregação dos arrozeiros e seus simpatizantes. Um discurso que pode ser resumido numa frase, dita por César Quartiero em 28 de maio:
"A questão dos índios está mal colocada. Existem ONGs que incentivam a violência dentro das comunidades."
por Josias de Souza
A estratégia de Lula em Roraima
O vil metal permanece.Os homens que se vendem a ele, viram pó e sem honra na posteridade... - Foto: internet
Diante da inesperada resistência dos únicos trabalhadores e produtores na área da Reserva Raposa-Serra do Sol, os brasileiros não índios, contra a sua retirada, e do apoio do Comando Militar da Amazônia manifestado a esses brasileiros, contrariando os planos do governo petista, Lula adota agora uma estratégia de “esfriamento de ânimos”. Talvez esteja sendo pressionado por “sócios internacionais” e seus representantes no governo brasileiro, interessados na consolidação desse projeto nebuloso que contraria a soberania do Brasil.
Lula declarou, em 13 de abril, na Holanda, que aguardará por dois meses a desintrusão da Reserva, para “acalmar os ânimos”.
A nosso ver a estratégia é clara:
– Em paralelo, a Polícia Federal já está instalando bases em todos os acessos estratégicos da Reserva. Ressalto que é notável, na PF, tamanha dedicação e ardor no cumprimento desse projeto do governo Lula.
No caso de resistência armada e ação militar do Exército, ambos teriam que atacar a própria PF. Não que isso seria obstáculo para uma decisão do Comando Militar da Amazônia em defesa do País, mas causaria grande impacto na mídia internacional.
A PF sempre se pautou pelo interesse público e do Brasil, e certamente dentro dessa instituição existem delegados contrários a essa Reserva.
– Nesse período o governo poderá pressionar “in off” o STF para decisão favorável a si e contra o Brasil.
– Tentará ofertar secretamente altas quantias em dinheiro para os produtores da área da Reserva, a título de indenização, e aí reside o maior perigo de sucesso.
– Poderia promover a tentativa de divisão no comando das Forças Armadas, influindo e até ofertando dinheiro a comandantes militares suscetíveis e a políticos roraimenses.
Assim como é sabido que a elite do petróleo árabe (OPEP) sempre teve na família Bush a grande defensora dos seus interesses nos EUA e no mundo, há fortes indícios, como o do comércio do nióbio de Araxá (MG) e o PT, de que as relações desse atual governo estejam fortemente entrelaçadas e pressionadas pelos grandes players mineradores internacionais.
A dependência estratégica das grandes potências por novas jazidas de matérias-primas que garantam a sua hegemonia global é evidente na invasão do Iraque pelos EUA e seus aliados, para a qual usaram de todas as mentiras possíveis junto à mídia mundial para efetuá-la.
Invadem-se países por petróleo, por que não o fariam por urânio, água doce, ouro e nióbio, esse muito mais raro e vital do que o petróleo para a alta tecnologia aeroespacial?
Detalhes:
– A jazida de ouro em Roraima é a maior do mundo. Seu potencial superaria em muito todas as reservas de ouro dos EUA no Forte Knox. Potencial de extração: 250 anos.
– A jazida de nióbio de lá possui 14 vezes todo o nióbio conhecido no planeta. Potencial de extração: 1.200 anos.
– A jazida de estanho (cassiterita) de Roraima colocaria a Inglaterra de 1º produtor mundial a 4º produtor. Baixando muito o preço desse metal, que influiria na riqueza da família real britânica, principal beneficiária do comercio do estanho inglês. Potencial de extração: 400 anos.
– As jazidas de urânio e diamantes ainda não foram totalmente mensuradas, mas superam as demais conhecidas no Brasil, já nas primeiras medições.
Fonte: Ministério das Minas e Energia. Inventário Mineral do Escudo Geológico de Roraima, Vol. 1, cap. IX, 2003.
Dá para acreditar que as ONGs estrangeiras em Roraima estão interessadas num punhado de índios que já usam Lap Top, TV a cabo e MP5?
Quanto mais esse governo se esforçar em concluir essa Reserva nos moldes demarcados por Lula, mais evidente e preocupante serão os indícios de interesses contrários à soberania do Brasil no mesmo.
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