Anúncio saudita não impede novo recorde do petróleo
Refinaria de petróleo
Sauditas anunciaram aumento de produção para conter altas
O anúncio feito pelo governo da Arábia Saudita de que aumentará a produção de petróleo em julho não conseguiu impedir o preço do produto de alcançar um novo recorde nesta segunda-feira.

No mercado futuro de Nova York, o barril do tipo leve chegou a ser negociado a US$ 139,89, superando o recorde anterior de US$ 139,12, alcançado em 6 de junho.

A Arábia Saudita, que é o maior produtor de petróleo do mundo, anunciou no domingo que vai aumentar a produção em 200 mil barris por dia no mês que vem em uma tentativa de frear os preços no mercado internacional.

Com isso, a produção do país terá subido desde maio em 500 mil barris por dia, ou 6%, e atingirá o maior nível desde agosto de 1981.

Acredita-se que o país seja o único atualmente com a habilidade de aumentar de modo substancial a produção.

Na sexta-feira, em meio a rumores sobre o anúncio saudita, o preço do petróleo chegou a cair US$ 2.

Ban Ki-moon

A notícia do aumento da produção de petróleo na Arábia Saudita foi dada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que se reuniu com líderes sauditas em Jidá.

O secretário-geral da ONU afirmou que a decisão saudita para aumentar a produção de petróleo teria sido tomada depois de pedidos de países consumidores.

Mas é provável que o aumento na produção do produto englobe apenas o chamado petróleo pesado, segundo o correspondente de economia da BBC Andrew Walker.

As refinarias especializadas capazes de transformar este tipo de petróleo em gasolina e diesel têm limitações para aumentar sua capacidade. E, de qualquer forma, é mais caro processar o petróleo cru pesado.

De acordo com Walker, o que deve afetar mais o preço do petróleo é uma redução na demanda. Alguns sinais de queda na demanda foram observados em países ricos, onde motoristas tem tentado economizar.

Mas as economias da Ásia, em rápida expansão e com alta demanda por petróleo, devem manter os preços do produto altos.