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Mesmo com o dólar em baixa, a Setur estima um fluxo de turistas 10% maior. A rede hoteleira, porém, é menos otimista

A despeito do câmbio desfavorável, o Estado espera receber, no próximo mês, pelo menos 10% mais visitantes do que em julho de 2007. A estimativa é do secretário de Turismo, Bismarck Maia. Entretanto, a rede hoteleira não tem mantém o mesmo otimismo e acredita que a ocupação será semelhante à registrada no ano passado, cerca de 70%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-CE).

´Tomamos como termômetro da alta estação as operadoras de turismo. Até o momento, por conta do dólar baixo, os destinos na América do Sul, como Chile e Argentina, têm sido muito vendidos, e isso acaba prejudicando o turismo na região Nordeste´, afirma o presidente da ABIH-CE, Régis Medeiros, que também faz parte do Convention Bureau.

Em julho passado, a ocupação média nos 61 hotéis associados à ABIH no Ceará foi de 68,75% — um número bem distante do verificado em outros anos. Em 2005, por exemplo, 80% dos leitos estavam ocupados neste mês.

Na avaliação de Medeiros, o bom desempenho do turismo depende de três fatores: infra-estrutura e ordenamento urbano, treinamento de pessoal e trabalho de marketing. ´O Ceará, principalmente Fortaleza, está precisando de um ´banho de loja´. Nossos pontos turísticos, como a Praia de Iracema e a Beira Mar, estão desgastados e não temos nada de novo para mostrar´, diz.

Segundo ele, o trade espera pela campanha de mídia do governo do Estado para o consumidor final, apesar de já ter se passado metade de junho. ´Ainda não tomamos conhecimento, mas esperamos que saia logo e tenha efeito não para julho, mas para o ano todo´.

Cooperação entre Estados

O titular da Setur declara que espera atender a essa expectativa, com o acordo de cooperação assinado ontem entre os governos do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Bismarck Maia diz que a parceria foi fechada com o intuito de ´desenvolver estrategicamente o turismo nesses três destinos, com ações conjuntas no mercado internacional´.

Essas ações envolvem participações em feiras, workshops e seminários, além da captação de vôos charter para o Nordeste. ´Queremos acabar com o leilão [entre estados] que acontecia pelas companhias aéreas´, afirma o secretário, que acrescenta ainda a vantagem de redução de custos, uma vez que a ação, apesar de maior, será rateada entre os estados. Na próxima quarta-feira, será realizada reunião com as equipes de promoção e marketing dos três governos para definir melhor as ações, que devem começar em julho, com o lançamento da revista de bordo da TAP, que traz o Ceará na matéria de capa. Os recursos para essas ações virão dos Tesouros estaduais e do Ministério do Turismo, mas não se sabe ainda o montante. Como resultado, a Setur tem a perspectiva de elevar em cerca de 30% o movimento nos três destinos.

Mônica Lucas
Repórter