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Pequenas reformas com mais crédito e economia favorável (Foto: Thiago Gaspar)

O valor das obras residenciais cresceu 9,4%. Edificações residenciais, item de maior peso entre os 54 produtos da construção, cresceram 12,1%, segundo a Pesquisa Anual da Indústria de Construção (PAIC), do IBGE. Contribuíram para o resultado a expansão do crédito imobiliário, a conjuntura econômica favorável à construção de novas residências e a reformas, e mudanças como o regime especial tributário do patrimônio de afetação, a lei do incontroverso e a alienação fiduciária, por exemplo. De acordo com o Banco Central (BC), o montante destinado ao crédito imobiliário em 2006 foi 85,5% maior que em 2005 e o número de unidades financiadas, 71,3% maior. Da caderneta de poupança, em 2006, para financiar 111 296 unidades, foram liberados R$ 9,2 bilhões (47,3% para a construção e 52,7% para aquisição de moradias prontas).

Em 2006, entre as empresas que realizaram obras residenciais, as com 250 ou mais pessoas ocupadas foram responsáveis por 29,1% do valor das construções, sendo 23,6% para o subgrupo com 250 a 999 pessoas, e 5,5% para as de 1 000 ou mais ocupados. O dado confirma que neste segmento predominam empresas de menor tamanho, segundo a PAIC.

Grandes empresas

Conforme a pesquisa do IBGE, entre 2005 e 2006, o crescimento do valor das obras das grandes empresas com até 999 ocupados foi de 8,5%, enquanto as com 1 000 ou mais avançaram 42,5%, superando o crescimento de 9,4% para o total das empresas.

Em 2006, o grupo de edificações não-residenciais avançou 20,2%, impulsionado pelas obras em escolas, hospitais, hotéis e garagens (49,9%), galpões e edifícios industriais (26,7%); montagens industriais (31,6%), plantas para mineração (101,6%) e instalações desportivas (45,8%), cujo crescimento tem relação com os Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, no ano seguinte. As empresas com 250 a 999 ocupados concentravam 21,1% do valor das construções e as com 1 000 ou mais pessoas ocupadas, 22,5%. As grandes companhias concentraram 43,7% do valor das obras no segmento. O crescimento entre 2005 e 2006 para as duas classes das grandes foi, respectivamente, de 39,6% e 4,6%.

OPINIÃO
Contratação de pessoal sobe 42%

Roberto Sérgio Ferreira
Presidente do Sinduscon

Os dados do Sindicato da Indústria de Construção Civil do Estado indicam um aumento de 42% no número de trabalhadores contratados no setor, entre junho do ano passado e o desse ano, passando de 19 mil para 27 mil pessoas, na região metropolitana de Fortaleza. Isso se deve à oficialização das contratações, além do crescimento do volume de obras residenciais. Esse aquecimento é motivado pelos financiamentos bancários. No Ceará, no entanto, não há grandes obras públicas. Neste caso, o Estado tem muito a aprender com Pernambuco, onde o governador tem respaldo político. O nosso governador está tentando mas ainda não conseguiu. A 3ª posição do Ceará no setor no Nordeste pode recuar para um 4º lugar.

CE é 2º em oferta imobiliária

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À beira do rio Jaguaribe, encontram-se alguns dos terrenos mais valorizados do Estado (Foto: José Leomar)


Estima-se que o Ceará oferte 1.870 unidades turísticas até 2014, mas o número pode ser maior de acordo com o câmbio

Os investidores estrangeiros podem continuar apostando no Nordeste. Até 2014, para o turismo imobiliário, estão previstas a entrega de 7.250 unidades. Destas, a maioria, 2.970 (41%) serão instaladas na Bahia. O Ceará aparece em segundo lugar com oferta imobiliária projetada em 1.870 novas unidades (26%) inauguradas nos próximos sete anos. Os dados fazem parte da pesquisa Adit - Tendências.

Se o cenário econômico favorecer — principalmente, se a cotação do dólar, em um médio prazo, voltar ao patamar de R$ 2,60 — as quantidades de novas unidades podem ser muito superiores, assim acredita o presidente da Adit Nordeste (Associação para o Desenvolvimento Turístico e Imobiliário do Nordeste), Felipe Cavalcante. “O Nordeste nem imaginava receber empreendimentos tão modernos e de qualidade como os que estão se instalando por aqui”, comenta.

Para ele, em pouco tempo, o cenário pode ser outro, descartando não haver motivos para temer um enfraquecimento na demanda. “O crescimento da oferta acontece de forma sustentável. Em três ou quatro anos, ele deve se ajustar à demanda”, destaca Felipe.

“Tenho conversado muito com pessoas de outros países e a tendência natural é de haver, nos próximos vinte ou trinta anos, uma grande explosão na oferta de residências de segunda moradia”, relata um dos responsáveis pela pesquisa, Raymond Smith, diretor associado da Newmark Knight Frank.

Nem dólar deve atrapalhar

A previsão é que nem a valorização cambial do real sobre o dólar deverá intimidar o crescimento da demanda por novos projetos nos próximos anos. Até 2014, estima-se que a instalação de equipamentos que contemplem o imobiliário turístico, deva registrar incremento de 5% ao ano. Conforme Smith, o perfil dos estrangeiros que compram imóveis no país é o seguinte: pessoas acima de 45 anos, que já pensam em um lugar tranqüilo para morar após se aposentar ou que desejem adquiri-lo apenas como forma rentável de investimento.

Oportunidades

A elevação do Brasil ao grau de investimento, pelas agências Standart & Poor’s e, posteriormente, pela Fitch, também poderá contribuir para boas oportunidades de negócios para o setor imobiliário de turismo.

“O Investment Grade pode trazer novos modelos de financiamento com prazos esticados. E os preços das segundas moradias no Brasil, hoje, têm preços bem mais atrativos do que os ofertados pelo mercado europeu”, frisa o sócio diretor da HVS Consulting & Valuation, Diogo Canteras.

Para não jogar dinheiro fora, tanto Smith, como Canteras, fazem algumas recomendações a quem deseja empreender na área de turismo imobiliário: monitore o mercado, busque parceiros estratégicos; avalie bem a compra do terreno; foque-se num destino atrativo e ´case´ com ele.

METRO QUADRADO VALORIZADO
Em Fortim, preço pode chegar a R$ 6 mil

No litoral Sul do Ceará, à beira do Rio Jaguaribe, o pacato e bonito município de Fortim, distante 130 quilômetros de Fortaleza, é, segundo Raymond Smith, onde se concentram os terrenos mais valorizados do Estado.

“Pelos estudos que fizemos, o preço do metro quadrado de frente para a praia, pode chegar a R$ 5 mil ou R$ 6 mil naquela região do Ceará”, informa o diretor da Newmark Knight Frank.

“Têm pessoas pedindo o dobro desse valor, mas estes, em sua maioria, são terrenos com licenciamentos já aprovados”, explica. Para ele, a implantação de novos vôos diretos provenientes dos Estados Unidos, deve ser contribuir incisivamente para a abertura do mercado imobiliário turístico nos próximos anos.

Por outro lado, o sócio-diretor da HVS International, Diogo Canteras, preocupa-se com as constantes elevações no preço do barril de petróleo, comercializado. Por conta disso, ele alerta para a alta no preço do combustível de aviação, impactando diretamente no encarecimento das passagens aéreas.

“É possível que as tarifas voltem ao patamar praticado nos anos de 1960. Trazendo para hoje, isso seria o mesmo que triplicar os valores atuais”, enfatiza o sócio-diretor da HVS Internacional.

NA HORA DE COMPRAR IMÓVEIS
Novo certificado deve trazer segurança

Segurança jurídica aos compradores de imóveis, nacionais e estrangeiros. Esta é a proposta do Certificado de Regularidade Documental Imobiliária (CRDI), desenvolvido pela Adit Nordeste em parceria com o escritório paulista MSFI. O novo selo analisará desde a legalidade da documentação do empreendimento e dos seus proprietários, assim como verificará se o imóvel está devidamente licenciado.

“Imóveis certificados têm muito mais liquidez do que outros. O nosso sistema registral é um dos mais seguros do mundo, mas, ao mesmo tempo, exige que transações sigam os parâmetros”, afirma o diretor do escritório MSFI, Pedro Klumb.

Segundo ele, o tempo de espera entre a solicitação do selo e o seu recebimento, é de aproximadamente uma semana, caso não hajam pendências legais. No site da empresa, é possível obter informações sobre cada imobiliário.

Mais informações:
Preços do CRDI imóveis individuais: a partir de R$ 600,00. Empreendimentos imobiliários: a partir de R$ 3 mil. www.msfi.com.br

Livia Barreira
Especial para Economia

OPINIÃO
Fortalecer o Nordeste é meta da Adit

Peixoto Accyoli
Diretor Executivo da Adit/Nordeste

Há muito tempo precisávamos de uma fotografia do mercado atual, uma vez que é preciso vender credibilidade para o mercado internacional. Esse estudo encomendado às consultorias HVS Consulting & Valuation e Newmark Knight Frank, sendo as duas atuantes em vários países do mundo, tem esse papel. Fortalecer a marca Nordeste é a meta da Adit. Estamos fazendo ação junto ao Banco Central e não há impedimentos para financiamentos para estrangeiros. A mídia lá fora, como a que está sendo feita pelos jornais El Mundo e Fonexion Times é muito importante.