Unidade da USAF prepara-se para dizer adeus ao F-16... MQ-9 «Reaper» substitui caças em missões de apoio
Fonte: Area Militar
Fonte: Area Militar
Embora se trate de uma mudança na função e características de uma unidade militar, a transformação de uma esquadrilha de caças da Força Aérea dos Estados Unidos numa Esquadrilha de Reconhecimento, não deixa de ser um marco na história da aviação.
Na prática, a 174ª esquadrilha de caças, uma unidade da Força Aérea americana, vai deixar de operar caças F-16 quando acabar a sua última missão e vai ser reconvertida trocando os caças ao serviço, por aeronaves de reconhecimento e combate não tripuladas do tipo MQ-9 «Reaper», um desenvolvimento da família «Predator» da empresa norte-americana General-Atomics.
A mudança, não vai implicar – como é óbvio – que no futuro todas as missões desempenhadas pelos caças F-16C possam passar a ser desempenhadas pelas novas aeronaves não tripuladas, mas implica que na sua função de aeronave de reconhecimento e ataque, o F-16, o mais numeroso avião de combate da Força Aérea dos Estados Unidos, começa a ser substituído por aeronaves que não têm pilotos. A mudança é vista como inevitável por muitos analistas norte-americanos, e as aeronaves de vigilância e apoio aéreo vão ser o primeiro passo. À primeira vista, a vantagem de uma aeronave não tripulada parece lógica: Afinal sem piloto dentro da aeronave a probabilidade de vítimas mortais é mais baixa. Mas embora seja um argumento para justificar o investimento nas novas armas, a principal razão que leva a introduzir aeronaves não tripuladas e a gastar muito dinheiro no seu desenvolvimento, é o custo. E o custo, não é o custo de aquisição da aeronave, mas sim o custo de operação.
As aeronaves de vigilância e ataque não tripuladas, estão a ser desenhadas cada vez com maior autonomia, e muitas delas já são capazes de permanecer no ar até três dias sem reabastecimento. Durante este período de tempo, aeronaves como o Reaper, podem transportar até 16 mísseis anti-tanque, os quais podem ser utilizados contra veículos, mas acima de tudo contra bunkers e pontos onde tenha sido detectada a presença de forças inimigas. Ao permanecer no ar durante longos períodos, as aeronaves são controladas por equipas em terra, que além de não correrem riscos por não estarem debaixo de fogo, têm custos de formação muito inferiores.
A juntar a essa vantagem está naturalmente a resistência humana. O que um simples «Reaper» pode fazer durante 48 horas, teria que ser feito por até doze missões com F-16, com ciclos de descolagem-aterragem-reabastecimento, e teriam que ser utilizados de quatro a oito pilotos, para conseguir manter sempre uma aeronave no ar, pronta para prestar apoio às forças no terreno. O número de aeronaves não tripuladas tende a aumentar e eles deverão servir com cada vez maior frequência para apoiar forças no terreno.
Mas o alto custo de operação de aeronaves a jacto continua a ser um problema, pois em áreas onde seja necessário garantir o «olho humano» continua a ser aconselhável a utilização de aeronaves tripuladas. A possibilidade de utilizar aeronaves ligeiras com capacidade COIN (aeronave de contra-insurgência adaptada para ataque ao solo) continua a ser avaliada e é uma possibilidade para o futuro.
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