Violência entre Israel e Hamas continua alta em Gaza |
A trégua começará às 6h da manhã (0h, no horário de Brasília) na quinta-feira. O representante do Hamas disse que acredita que todos os integrantes do grupo em Gaza cumprirão o acordo, que foi obtido com esforço do governo do Egito.
Uma autoridade israelense confirmou a trégua à BBC, mas disse que Israel está "esperando para saber se ela é séria".
Israel e Hamas não mantêm contato direto. As negociações entre as duas partes acontecem por meio de representantes do Egito.
Nesta terça-feira, pelo menos seis palestinos foram mortos em ataques aéreos de Israel no sul de Gaza.
O grupo Jihad Islâmica disse que um míssil atingiu um carro que transportava cinco de seus integrantes perto de Khan Younis. Uma sexta pessoa teria morrido nas imediações.
Israel confirmou os ataques contra o que chamou de "veículos transportando operadores do terrorismo".
O Egito tenta negociar o fim da violência e a reabertura das fronteiras de Gaza entre Israel e o Hamas.
Em uma segunda fase, o Egito quer negociar entre as duas partes a libertação do soldado israelense capturado Gilad Shalit e a abertura do principal ponto de passagem de Rafah para o Egito.
O representante do Hamas Ahmed Yousef disse à BBC que espera que uma trégua entre as duas partes possa levar à reabertura de pontos de passagem de Israel a Gaza, além de aumentar a quantidade de suprimentos na região.
Ele disse que o objetivo do grupo agora é tentar negociar uma troca de prisioneiros, além de uma rodada de discussões em Cairo entre as facções rivais palestinas Fatah e Hamas.É difícil saber se o Hamas conseguirá controlar seus militantes |
Mas o que fez com que o governo de Israel e os membros do Hamas decidissem aprovar o cessar-fogo? E quais são as chances dele durar?
Embora os termos exatos do acordo ainda não sejam claros, os objetivos das discussões entre os dois lados, nas quais o Egito tem agido como intermediário, são evidentes por si só.
Israel quer que os palestinos parem de realizar ataques com foguetes e tiros de morteiro disparados contra seu território a partir da Faixa de Gaza.
Uma grande ofensiva militar no território não é uma opção muito palatável. Muitos em Israel acreditam que todas as possibilidades devem ser exploradas antes de tal passo ser dado.
Por outro lado, os líderes do Hamas querem um período de calma para se consolidar e reduzir a pressão econômica sobre a população palestina.
O acordo também seria benéfico aos egípcios, que assumiram um papel preponderante ao dialogar com ambos os lados.
O governo do Cairo também anseia por amenizar o clima de tensão na Faixa de Gaza, com a qual o Egito faz fronteira.
Dúvidas
Obviamente, os envolvidos querem mais do que uma trégua neste acordo.
O Hamas quer que as vias de entrada e saída da Faixa de Gaza sejam abertas.
Israel quer que o soldado Gilad Shalit, seqüestrado por militantes de Gaza há dois anos, volte para casa. E também que o Egito faça um esforço real para impedir o contrabando de armas para os palestinos.
Tudo agora depende de como o acordo será implementado – e muitas dúvidas pairam no ar.
Uma delas é se o Hamas será capaz de impor a trégua a grupos palestinos mais radicais em Gaza. Outra é se o Egito conseguirá frear o contrabando.
As incertezas também recaem sobre Israel, já que não está claro se o país ficaria sem tomar nenhuma atitude ao ver o Hamas se fortalecer, o que pode ocorrer durante o cessar-fogo.
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