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Fonte: UOL

WASHINGTON, 19 Jun 2008 (AFP) - As autoridades militares americanas não conseguem encontrar traços de centenas de componentes para mísseis nucleares, denuncia hoje o site do jornal Financial Times (FT) - uma informação relativizada pelo Pentágono como um simples problema de inventário.

A aviação americana não encontra peças cadastradas, segundo um relatório do Pentágono; segundo algumas fontes, seriam mais de mil componentes desaparecidos, segundo o FT.

O departamento americano da Defesa admitiu hoje ter um problema de inventário, mas sem confirmar que dizia respeito a componentes nucleares, considerando também que nenhuma das peças teria escapado de seu controle.

O secretário americano da Defesa Robert Gates demitiu no começo de junho dois responsáveis civil e militar da aviação americana, em seguida a um equívoco cometido com Taiwan, quando foram despachados por engano para o país equipamentos sensíveis.

Um outro erro no controle e na gestão do arsenal nuclear dos Estados Unidos aconteceu após uma transferência acidental de mísseis cruzeiro armados com ogivas nuclear de uma base a outra nos Estados Unidos, no final de agosto de 2007.

Daryl Kimball, diretor da Associação para o controle de armamentos em Washington, declarou ao FT que estas novas revelações "eram muito sérias e particularmente complicadas", porque demonstram que o Pentágono não controlava corretamente suas armas e materiais.

"Isso levanta uma grave questão : onde estariam os elementos para ogivas nucleares perdidos?", indaga Kimball que "não se mostraria surpreso se o incidente relacionado a Taiwan não seja um caso isolado".

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Pentágono demite chefes da Força Aérea por incidentes com armas nucleares

da Folha Online

O Secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, demitiu dois altos comandantes da Força Aérea nesta quinta-feira após erros cometidos em sua missão mais delicada --garantir a segurança das armas nucleares dos EUA.

Gates disse que dois incidentes --o envio de detonadores de mísseis nucleares a Taiwan e o vôo sobre o país realizado por um bombardeiro equivocadamente armado com armas nucleares-- expuseram um problema sistemático na Força Aérea e a erosão dos padrões de segurança nuclear.

"Tanto o (...) incidente do transporte de armas nucleares e o envio errado a Taiwan, enquanto diferentes especificamente, tem uma origem comum --a erosão gradual dos padrões nucleares e uma falta de controle efetivo da liderança da Força Aérea", disse a jornalistas.

"Uma contenção nuclear efetiva tem sido essencial para a nossa segurança como nação, e continua assim hoje, A segurança e confiança nas nossas armas nucleares e componentes associados são de primeira importância."

Renúncia

Autoridades americanas afirmaram que Gates requisitou a renúncia do secretário da Força Aérea Michael Wynne e do Chefe de Equipe general Michael Moseley, os principais líderes civil e militar da instituição. Ambos apresentaram suas demissões nesta quinta.

Gates disse que iria recomendar a substituição dos dois ao presidente George W. Bush. Gates pediu ao ex-secretário da Defesa James Schlesinger para liderar um grupo incumbido de determinar as mudanças políticas e organizacionais necessárias para melhorar o controle sobre o arsenal nuclear americano.

As renúncias seguem uma série de incidentes vexaminosos por parte da Força Aérea.

Em agosto de 2007, um bombardeiro da Força Aérea equivocadamente carregando seis ogivas nucleares voou através dos EUA. A Força Aérea demitiu um comandante em resposta, mas congressistas criticaram o que consideraram uma falta de controle.

Altos funcionários do Pentágono levantaram preocupações sobre a questão até a semana passada, segundo uma fonte próxima às discussões.

Preocupações sobre a segurança de equipamentos nucleares e relacionados aumentou em março, quando o Pentágono admitiu um envio equivocado de detonadores a Taiwan em 2006. Os militares dos EUA nunca haviam descoberto o engano, revelado por autoridades de Taiwan.

"Foi o segundo incidente que me levou a acreditar que havia problemas sérios, sistemáticos aqui", disse Gates.

Gates também discorda com o foco da Força Aérea em armas caras que têm pouco, se algum, uso no Iraque e no Afeganistão. O avião topo de linha F-22 não realizou nenhuma missão em ambas as guerras, mas continua a principal prioridade para alguns dos líderes da Força Aérea.

O secretário da Defesa, que substituiu Donald Rumsfeld no Pentágono em 2006, demitiu altos oficiais que pareceram mostrar problemas de responsabilidade.