Se há ramo nas forças armadas dos EUA que apresenta para o futuro próximo uma perspectiva de redução de poder mais marcante, esse ramo é, sem dúvida, o do Poder Naval.
Todas as marinhas do mundo fazem assentar o essencial do seu poder em navios médios de superfície, e são os seus números e qualidade que definem efectivamente a capacidade operacional de uma Marinha. Submarinos e Porta-aviões são navios especiais e - até certo ponto - acessórios e complementares e frágeis se considerados isoladamente… Qual a utilidade de um porta-aviões sem escoltadores? De que serve um submarino para garantir a superioridade aérea ou para apoiar uma frota de desembarque? Sendo assim, seria de esperar que nos planos de renovação da US Navy constassem em especial destaque estes navios médios de superfície. Mas não é assim…
A gravidade da situação fica especialmente clara quando sabemos que o essencial da modernização assenta na concepção e construção de um novo tipo de destroyers, o DDG-1000, e que este embora tenha já dez anos de trabalho de desenvolvimento ainda não produziu um conceito solido e começa agora a ver o seu financiamento a ser questionado no Congresso.
O DDG-1000 devia ser complementado por uma nova geração de cruzadores lança-mísseis, designada CG(X) e um novo tipo de fragatas conhecida como “Littoral Combat Ship”, sendo que destes três projetos, apenas o ultimo esta bem encaminhado para chegar à fase de produção.
As dificuldades do DDG-1000 são evidentes quando vemos que de uma estimativa inicial de 32 navios, se passou hoje para apenas 12 navios desse tipo. Sendo que no Congresso dos EUA, alguns congressistas defendem que esse numero terá que ser reduzido para 12 ou mesmo para… Duas unidades! A espantosa subida do custo unitário de cada navio que tal decisão provocaria faz surgir um coro crescente de vozes que defendem a extensão da construção dos destroyers DDG-51, cada dois tendo o mesmo preço de um novo DDG-1000, e ainda capazes de receber novos equipamentos e actualizações que os tornem um navio moderno e eficaz nas próximas décadas.
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