O preço da gasolina podia ser reduzido em metade se fossem impostos limites, por Lei, em todos os países, à especulação nos mercados de Futuros. Isto mesmo foi reconhecido por Michael Masters da empresa britânica de investimentos “Masters Capital Management” e corrobado depois por outros especialistas à comissão de energia da Câmara dos Representantes dos EUA. Segundo Masters, o preço do barril de crude desceria dos 135 dólares (na altura da sua declaração) para entre 65 a 75 dólares. O estabelecimento destes limites à especulação poderiam apenas trinta dias a reflectir-se nos preços, já que os gestores de fundo manipulam as suas carteiras com grande fluidez e rapidez.
É conhecimento de toda a gente que a atual alta de preços dos combustíveis e a decorrente alta dos preços do alimentos decorrem em grande medida do mercado de acções e especialmente na sua variante de “Futuros”. Em termos de produção, já falámos de que esta está estável, tendo ocorrido em 2007 um ligeiro decréscimo inferior a 1%. Continua a haver uma pressão do lado do consumo, provocada pelo aumento do conumo na China e na Índia, mas esta é insuficiente para explicar esta explosão dos preços, estimando estes especialistas que o aumento da procura justifica apenas metade dos preços. John Dingell, membro da Câmara dos Representantes dos EUA declarou a este propósito que “Temos que avaliar um vasto leque de opções para contrariar esta especulação descontrolada”.
O problema reside na ação dos especuladores que não chegam nunca a tomar controlo físico dos bens, mas num dado momento do fluxo comercial detém a possa de armazéns, contentores ou depósitos apenas “no papel” e que depois o transaccionam a terceiros sem nunca os terem detido, efectivamente. Do ponto de vista legislativo, muito pode ser feito para conter a especulação neste mercado do petróleo e até quanto à especulação em torno de stocks “virtuais” de alimentos indo até ao extremo de proibir simplesmente o acesso a este mercao de fundos de investimento ou de bancos de investimento. Se os governos de todo o mundo têm hesitado em aplicar estas medidas, tal deve-se ao seu receio de que tais medidas de contenção venham a trazer ainda mais dificuldades para o sector financeiro que ainda está a tentar digerir as monstruosas perdas registadas em 2007 aquando do colapso do mercado subprime nos EUA… Muitos investidores transferiram os seus capitais para estes sectores do petróleo e dos alimentos em busca de paragens menos turbulentas e se agora os governos viessem afastá-los destes mercados não teriam outras paragens igualmente rentáveis e logo a crise financeira poderia agravar-se e muito…
Contudo, os riscos de não fazer nada podem ser ainda maiores. Ninguém duvida que se os preços do barril de crude ultrapassarem os 200 dólares (como alguns estimam que vai acontecer ainda em 200o a Economia mundial será incapaz de absorver o choque e teremos então uma recessão mundial de escala nunca antes vista. Então, todos teremos dificuldades e mais do que todos, o sector financeiro global. É assim uma questão de limitar estragos, já que estes são inevitáveis e de agir agora e globalmente…. porque uma medida destas tomada isoladamente, nos EUA, ou na UE, apenas, vai apenas transferir em questões de segundos a acção destes especuladores para qualquer outro mercado de acções, algures no mundo…
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