Céu nublado para a aviação

Fonte: Zero Hora

Uma encomenda de US$ 40 bilhões de última hora, feita por companhias do Golfo Pérsico, evitou a queda livre de pedidos de novos aviões durante a feira aérea de Fanrborough, na Grã-Bretanha, realizada durante a semana passada. Mas não foi suficiente para animar as vendas da européia Airbus e da americana Boeing, as duas maiores fabricantes de aviões do mundo. Até o meio-dia de quinta-feira, as duas rivais tinham recebido 444 pedidos, no valor de US$ 62 bilhões, um resultado até satisfatório, já que muitos analistas temiam que o número de encomendas ficasse abaixo de 300. Para se ter idéia do pessimismo do setor, na feira aérea de Paris, em 2007, foram feitos 600 pedidos. A Airbus ficou ligeiramente à frente da Boeing. Até quinta, havia vendido 247 aviões por US$ 38 bilhões, elevando o número de aeronaves encomendadas este ano para 734. Entre elas, destaque para A350-800, o maior avião comercial do mundo. No ano passado, a Airbus vendeu 1.341 aeronaves. A Boeing havia negociado, até quinta, 197 aviões por US$ 23,6 bilhões, elevando suas vendas no ano para 672 aparelhos. Em 2007, vendeu 1.413. Com o tempo fechado para a aviação comercial, o destaque da feira, que reuniu 1,5 mil exibidores de 35 países, ficou para a aviação militar. Durante a semana, as aeronaves de guerra realizaram vários vôos de exibição nos céus de Farnborough. Entre caças e bombardeiros e caças, quem chamou a atenção foi o mortífero F-22A Raptor.

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Encomendas em feira de aviação de Farnborough diminuem

Da Reuters Por Rhys Jones e Chloe Fussell - VIA G1

FARNBOROUGH, Inglaterra (Reuters) - As encomendas perderam força e a Boeing anunciou um problema com o software dos freios de seu futuro avião 787 Dreamliner, acrescentando notícias negativas a um clima já pesado no segundo dia da feira de aviação promovida em Farnborough, na Inglaterra.

Entretanto, rumores dão conta de que um acordo significativo de leasing pode ser anunciado durante a tarde.

O maior acordo anunciado nesta terça-feira por enquanto foi um pedido de 16 aviões feito pela Tunisair, no valor de 1,9 bilhão de dólares a preços de lista, junto à Airbus .

A Qatar Airways revelou acordo para comprar até seis Airbus A321 e informou que pode criar uma companhia aérea de baixo custo dentro de 90 dias para repelir qualquer ataque por conta de uma companhia aérea rival em seu mercado doméstico.

As encomendas são poucas diante da demanda sem precedentes verificada nos últimos três anos em feiras de aviação semelhantes. O ambiente está sendo pressionado por preços do petróleo na casa dos três dígitos e por cortes de capacidade de muitas companhias aéreas.

Dezenas de companhias que estão enfrentando dificuldades para levantar recursos para manter as operações deixaram de investir em novas frotas, mas esse não é o caso das empresas do Golfo Pérsico, que encomendaram 25 bilhões de dólares em novos aviões na segunda-feira, lideradas pela Etihad Airways, de Abu Dhabi.

"Não acabou ainda", disse Howard Wheeldon, veterano observador da feira de aviação, que espera venda de 280 aviões esta semana.

"O Oriente Médio está resistindo, mas de agora em diante os fabricantes de aviões e as companhias aéreas serão pressionadas e os fabricantes terão que definir termos de alguns prováveis cortes de produção", afirmou.

Uma preocupação ainda maior para os mercados de capitais se refere à capacidade da indústria de aviação se financiar, acrescentou.

A Boeing e a rival européia Airbus afirmaram esta semana que serão forçadas a oferecer algum financiamento a companhias aéreas, apesar da empresa européia mostrar-se relativamente relutante em fazer isso.

O humor na festa da aviação, que se realiza em anos alternados em Farnborough e Paris, está razoavelmente ruim, com executivos preocupados com o petróleo acima dos 145 dólares por barril.

Comparado com anos anteriores, a feira teve um doloroso início fraco, refletindo o ritmo reduzido das economias industriais pressionadas por temores de crédito e inflação.

A principal atração do evento na segunda-feira foi a encomenda de 20 bilhões de dólares feita pela Etihad e dividida entre Airbus e Boeing.