Após exercício militar, comandande iraniano diz que mísseis podem ser disparados a qualquer momento
Agência Estado e Associated Press
TEERÃ - A Guarda Revolucionária do Irã disparou nesta quarta-feira, 9, nove mísseis de médio e longo alcance durante um exercício militar contra o que denomina "a ameaça dos Estados Unidos e de Israel". O exercício testou a nova versão do míssil de longo alcance Shahab-3, que tem capacidade para atingir Israel, afirmou a mídia estatal iraniana.
O míssil, que pode alcançar uma distância de dois mil quilômetros, foi um entre nove - entre mísseis de curto e médio alcance - a serem lançados em um local remoto no deserto. Segundo a BBC, o comandante da Força Aérea da Guarda Revolucionária Iraniana, Brig-Gen Hoseyn Salami, disse que o país está “pronto para defender a integridade da nação iraniana”. “Nossos mísseis estão prontos para serem disparados de qualquer lugar a qualquer momento, com rapidez e precisão”, acrescentou Salami. “O inimigo não deve repetir seus erros. Os alvos do inimigo estão sendo vigiados."
Os testes acontecem um dia depois que o governo dos Estados Unidos impôs novas sanções financeiras a várias companhias e indivíduos iranianos, suspeitos de envolvimento com o programa nuclear do país. Entre os afetados pelas sanções estão um cientista do ministério da Defesa iraniano, Mohsen Fakhrizadeh-Mahabadi, e três empresas que estariam associadas à indústria de armas.
Ainda na terça-feira, um alto clérigo iraniano disse que, caso o Irã seja atacado por causa de seu programa nuclear, o país vai retaliar com um ataque a Israel e a navios americanos no Golfo Pérsico. "O primeiro tiro americano no Irã daria início a um incêndio em interesses vitais dos Estados Unidos no mundo", disse o clérigo Ali Shirazi, que é ligado ao aiatolá Ali Khamenei, o mais importante líder religioso do Irã.
Outros comandantes iranianos já ameaçaram fechar o estreito de Hormuz, por onde escoa grande parte do petróleo que abastece vários países. Autoridades iranianas ainda disseram estar dispostas a atacar os Estados Unidos e seus aliados em todo o mundo caso o Irã seja alvo de incursões.
Os Estados Unidos e outras nações ocidentais acusam o Irã de usar seu programa nuclear como fachada para a fabricação de armas, mas o governo iraniano rejeita as acusações, dizendo que o programa tem fins pacíficos.
Resposta americana
A Casa Branca criticou o teste de mísseis realizado pelo Irã nesta quarta-feira e pediu para que a República Islâmica abandone seu programa de mísseis balísticos imediatamente. "O desenvolvimento de mísseis balísticos pelo Irã é uma violação à resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas e completamente inconsistente com as obrigações iranianas frente ao mundo", disse o porta-voz da Casa Branca, Gordon Johndroe.
Na Bulgária, a secretária do Estado dos EUA, Condoleezza Rice, afirmou que o teste prova que a ameaça representada pelo Irã não é imaginária. "É uma evidência de que a ameaça causada pelos mísseis não é imaginária", disse Rice em entrevista durante sua visita à Bulgária.
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