Submarino português lançado à água em Kiel
NRP Tridente, será entregue à marinha no próximo ano

Fonte: Área Militar

A Thyssen-Krupp Marine Systems anunciou ontem, dia 15 de Julho, o lançamento à água do primeiro de dois submarinos adquiridos pela marinha de Portugal e construídos naqueles estaleiros.

Os navios, classificados pela marinha portuguesa e pelos estaleiros alemães como modelo U-209PN, mas que pelas suas características e até pela demonstração pública das suas linhas nada têm ver com o modelo U-209 dispõem segundo o fabricante de um sistema de propulsão independente do ar que já estão ao serviço nos submarinos do tipo U-212 da Alemanha e da Itália, estando também instalado nos submarinos do tipo U-214 em fase de incorporação na Grécia e na Coreia do Sul.

Os submarinos, baptizados como «NRP Tridente» e «NRP Arpão», no que constituiu uma quebra com a tradição de dar nomes de animais marinhos aos submarinos portugueses, que não foi explicada, são a mais cara aquisição militar portuguesa, ultrapassando outros programas de rearmamento.

Nem a marinha nem os estaleiros alemães produziram qualquer declaração relativamente ao programa de aquisição do Navio de Apoio Logístico, que sempre esteve ligado à aquisição dos submarinos, dado se esperar do consórcio alemão que os construi, o fornecimento do projecto de construção.

Iniciado com o governo de António Guterres, em 1998, o programa de substituição de submarinos da classe francesa Daphné,[1] esteve em análise prolongada, ou, dependendo das fontes, esquecido, até que em 2003 se tomou finalmente a decisão de adquirir o equipamento, perante a situação de ruína em que se encontravam os submarinos sobreviventes.

Imagem da cerimónia de lançamento


O contrato assinado, foi para dois submarinos com opção para mais um, mas dificilmente o terceiro submarino alguma vez verá a luz do dia.
Os novos submarinos são no entanto muito mais eficientes que os velhos Daphné.
Com capacidade para atacar navios a muito maior distância, eles podem não só lançar torpedos, como podem atacar alvos utilizando mísseis e além disso podem ainda colocar minas.

Problemas
Os alegados problemas com os navios do tipo adquiridos pela Grécia, lançam no entanto uma sombra de dúvida sobre a qualidade dos futuros submarinos portugueses. Alegadamente a marinha da Grécia terá recusado os submarinos porque eles são demasiado barulhentos, vibram e sobreaquecem, sendo por isso mais fáceis de detectar.

O primeiro submarino do tipo Papanikolis, foi devolvido pelos gregos ao estaleiro alemão e encontra-se ancorado em Kiel, a apenas alguns metros do seu quase [2] irmão gémeo, o novo NRP Tridente.

[1] O último dos submarinos ainda está ao serviço, ultrapassando a provecta idade de 40 anos.
[2] – Embora se trate do mesmo projecto e do mesmo conceito, o submarino português apresentará diferenças ao nível do tipo de sensores, e mesmo sistemas de armas. Os torpedos serão de um tipo diferente e o submarino português é cerca de três metros mais longo que o submarino grego.