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Americanos batem recorde da volta ao mundo em helicóptero

Reuters/Brasil Online - Por Gary Crosse - Via O Globo

NOVA YORK (Reuters) - De todos os recordes mundiais que há, o da volta ao mundo em helicóptero é um dos mais obscuros. Mas isso não torna menos impressionante o feito dos norte-americanos Scott Kasprowicz e Steve Sheik, que reduziram em seis dias a marca anterior, regressando na segunda-feira ao aeroporto La Guardia (Nova York), segundo o fabricante do aparelho.

"A Grande Aventura", como a batizaram, foi realizada no tempo extra-oficial de 11 dias, 7 horas e 1 minutos, marca submetida à Associação Nacional Aeronáutica, entidade não-lucrativa que certifica esse tipo de recorde nos EUA. A verificação deve levar cerca de um dia a mais.

"É demais. Meu corpo não se sente igual na terra. Será ótimo chegar em casa", disse, exausto e eufórico, o piloto Sheik por telefone.

Os 37 mil quilômetros do trajeto incluíram trechos sobre terreno montanhoso e sob mau tempo.
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O aparelho foi uma versão executiva do 109 Grand, fabricado pela AgustaWestland (foto acima), unidade da italiana Finmeccanica . Trata-se de um helicóptero completo, mas que não foi modificado especialmente.

O planejamento foi essencial para superar o recorde estabelecido em 1996 por Ron Bower e John Williams com um Bell 430, que fizeram a circunavegação em 17 dias, 6 horas, 14 minutos e 25 segundos.

O recorde anterior havia partido do Reino Unido, mas ambas as tripulações percorreram rotas semelhantes - ou seja, com várias escalas em comum.

"Antever a rota é a primeira questão, assim como a altitude e a autonomia", disse Sheik, explicando que a altura máxima do helicóptero foi de 3.350 metros, quando, em lugares mais setentrionais, provocava um certo congelamento.

"Não existe capacidade para subir acima do clima. O ar esfria conforme você sobe, e nos climas mais ao norte o ponto de congelamento é atingido mais rápido. Também não tínhamos capacidade anticongelante".

De Nova York, os pilotos cruzaram o extremo norte do Atlântico sobre a Groenlândia, a Islândia e as ilhas Faroe, e então atravessaram a Grã-Bretanha, a Europa Ocidental e 14 fusos horários da Rússia, até finalmente cruzarem o estreito de Bering e entrarem no Alasca, para então atravessar os EUA de oeste a leste.

Embora orgulhoso, Sheik disse que seu feito não se compara ao de pioneiros da aviação, como Amelia Earhart ou Charles Lindbergh, que fizeram vôos de longa distância com aeronaves muito mais simples.

"Não é justo nos comparar aos pioneiros da aviação. Mas quando se olha a logística de planejar cerca de 80 vôos, trecho após trecho, é aí que está o grande feito".