Em antigo porta-aviões dos EUA,

visitantes pilotam simulador

ÁLVARO FAGUNDES da Folha de S.Paulo, no Texas

ÁLVARO FAGUNDES viajou a convite da Interamerican Travel Industry Network

Talvez não seja coincidência que o "turismo de guerra" seja uma das principais atrações turísticas da terra que consagrou politicamente dois presidentes americanos que tiveram seus mandatos marcados por guerras e foi palco de várias batalhas que fazem parte da história dos Estados Unidos.

Em Corpus Christi, cidade a 296 quilômetros de Houston em linha reta, fica o USS Lexington, porta-aviões construído durante a Segunda Guerra e transformado em museu. Nele, é possível ver aviões de várias épocas, mas o melhor mesmo é fazer o tour pela embarcação para ver as condições em que os soldados viviam no Lexington, que deixou de ser usado militarmente em 1991.


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O USS Lexington, aportado na baía de Corpus Christi,
abriga museu militar e mostra como era a vida dos soldados embarcados

Uma visita completa ao porta-aviões leva mais de duas horas. No deque, que é onde as aeronaves decolam e aterrissam, estão aviões já aposentados pelos EUA, como o F14A Tomcat, o TA-4J Skyhawk e o F4A Phantom 2.

Outro atrativo é o simulador de avião. Por US$ 4, o visitante testa sua habilidade de piloto destruindo tanques inimigos a centenas de quilômetros por hora. O ingresso para o Lexington, que funciona todos os dias da semana, custa US$ 12,95 para adultos.

Aposentado durante o governo George Bush (que foi transferido para o Lexington depois que o avião que pilotava foi atingido durante a Segunda Guerra), o "Fantasma Azul" sofre constantes reparos e está em ótimo estado de conservação --o Brasil também teve um porta-avião que foi utilizado na Segunda Guerra, o Minas Gerais, adquirido do governo britânico na década de 50, mas vendido como sucata.

O museu também é uma forma de atrair jovens para as Forças Armadas. Pelo menos um dos filmes que são exibidos no cinema do Lexington --em formato Imax, de tela gigante-- poderia ser usado em um programa de recrutamento. O enredo conta a história de um jovem piloto estabelece um paralelo emocionado entre a sua função e a função do seu avô, que combateu durante a Segunda Guerra.

O museu tem um programa em que as crianças podem passar a noite no porta-aviões.

Cinco em um

Na pequena Fredericksburg, um enclave alemão com pouco mais de 10 mil habitantes e que fica a cerca de 45 minutos de carro de San Antonio, a principal atração é o Museu Nacional da Guerra do Pacífico --que marcou a entrada dos EUA na Segunda Guerra, após o ataque japonês a Pearl Harbor.

Na verdade, eles são cinco museus em um, que inclui um jardim japonês e a galeria George Herbert Walker Bush (o nome do ex-presidente está em toda parte, como no aeroporto de Houston).

O acervo tem itens como um submarino midget, usado pelo Japão, uniformes de marinheiros americanos e um casaco do famoso almirante Isoroku Yamamoto, mas a grande atração são as encenações de batalhas. Como elas só ocorrem cinco vezes ao ano, é bom conferir no site www.nimitz-museum.org quando será a próxima.

USS LEXINGTON - Aberto diariamente, das 9h às 16h, de maio a setembro, e das 9h às 17h, de setembro a maio. Ingresso: US$ 12,95. Tel.: 00/xx/1/361/888-4873. www.usslexington.com

MUSEU NACIONAL DA GUERRA DO PACÍFICO - Até o fim de julho, fica aberto das 9h às 20h; o horário de funcionamento regular é das 9h às 17h. Ingresso: US$ 7. Tel.: 00/xx/1/830/ 997-4379.
www.nimitz-museum.org