Massa quebra, e Heikki Kovalainen

vence pela primeira vez na carreira

Brasileiro da Ferrari ultrapassa Hamilton na largada, faz corrida perfeita, mas dá azar a três voltas do fim da corrida na Hungria

GLOBOESPORTE.COM Budapeste


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Kovalainen conta com a sorte e vence o GP da Hungria

Heikki Kovalainen venceu o GP da Hungria, disputado neste domingo no circuito de Hungaroring. O finlandês contou com o azar de Felipe Massa, que tinha assumido a ponta na largada, após ultrapassar Lewis Hamilton, e fazia uma corrida perfeita, com o triunfo praticamente garantido, quando seu motor quebrou na reta dos boxes, a três voltas do fim da prova.

Hamilton estava na segunda posição, mas um furo no pneu dianteiro esquerdo na 41ª volta arruinou sua corrida. O inglês ainda se recuperou e chegou na quinta posição. Timo Glock, da Toyota, fez uma excelente corrida e subiu pela primeira vez ao pódio, em segundo. Ele suou para conseguir o resultado, após sofrer uma forte pressão de Kimi Raikkonen, atual campeão do mundo, nas últimas voltas. O finlandês terminou em terceiro.

Fernando Alonso, da Renault, assegurou o quarto lugar, seguido de perto por Hamilton. Nelsinho Piquet, com uma tática diferente, chegou em um ótimo sexto lugar e pontuou pela terceira vez em quatro provas. Jarno Trulli, da Toyota, foi o sétimo e Robert Kubica, com uma decepcionante BMW Sauber, apenas o oitavo, fechando a zona de pontuação.

Com a quebra na penúltima volta, Felipe Massa caiu para a terceira posição no Mundial de Pilotos, a oito pontos de Lewis Hamilton, que manteve a ponta no campeonato mesmo com o pneu furado. Kimi Raikkonen subiu para segundo, cinco atrás do inglês da McLaren. A próxima etapa da temporada 2008 da Fórmula 1 será o GP da Europa, disputado no novíssimo circuito de rua de Valência, no dia 24 de agosto.

Azares de Hamilton e Massa decidem corrida


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Massa ultrapassa Hamilton por fora na primeira curva

Felipe Massa fez uma largada sensacional e pulou na frente já na primeira curva. O brasileiro se aproveitou do fato de largar no lado limpo da pista, superou Heikki Kovalainen com facilidade e dividiu a primeira curva com Lewis Hamilton. Mesmo por fora, o piloto da Ferrari foi ousado e superou o inglês da McLaren. O finlandês ficou na terceira posição.

Mais atrás, Nelsinho Piquet ganhou duas posições e subiu para oitavo. No entanto, com mais combustível, ele foi superado ainda na primeira volta pelo australiano Mark Webber e pelo italiano Jarno Trulli. Rubens Barrichello, que largou em 18º, subiu para 13º no início, mas perdeu a posição para o companheiro Jenson Button na volta seguinte.

Massa conseguiu estabelecer um ritmo constante antes do primeiro pit stop, melhorando seu tempo de volta a cada passagem. O brasileiro andou rápido, parou uma volta antes de Lewis Hamilton e manteve a vantagem na casa dos três segundos e meio. A Ferrari foi 1s2 mais rápida que a McLaren nos boxes.

E a opção de Nelsinho Piquet em fazer um primeiro turno mais longo rendeu frutos. O brasileiro da Renault voltou exatamente atrás do duelo pela quinta posição entre Fernando Alonso e Kimi Raikkonen. Ele ganhou três postos em relação à sua colocação no grid de largada.

Rubens Barrichello fez seu primeiro pit stop na 32ª volta. No entanto, a Honda teve problemas em seu reabastecimento, quando a mangueira de combustível não foi encaixada corretamente e aconteceu um princípio de incêndio. Com isso, ele perdeu muito tempo nos boxes. Mas este não foi o único incidente deste tipo. A STR e a Williams tiveram o mesmo problema, em voltas seguidas, com Sebastian Bourdais e Kazuki Nakajima, respectivamente.

Na 41ª volta, a corrida começou a ser decidida. O brasileiro tinha aumentado sua vantagem para cinco segundos, mas Lewis Hamilton teve o pneu dianteiro-esquerdo furado antes da freada para a curva dois e o inglês perdeu muito tempo. Ele teve de fazer um pit stop prematuro e voltou apenas na décima posição.

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Massa sai do carro após o carro quebrar na Hungria

Três voltas após o problema de Hamilton, Felipe Massa fez sua segunda parada. A Ferrari fez um bom trabalho e o brasileiro voltou à pista em apenas 7s5, atrás apenas de Heikki Kovalainen. O finlandês parou quatro passagens após e voltou na segunda posição, a 15 segundos do piloto da Ferrari. Hamilton, à essa altura, estava apenas em oitavo.

Nelsinho Piquet fez sua última parada na 55ª volta e voltou à pista dividindo a curva com Jarno Trulli. O brasileiro deu um chega-para-lá no italiano e assegurou a sétima posição. Hamilton subiu para a sexta posição com as paradas dos pilotos da Renault e da Toyota. Mais atrás, Bourdais sofria de novo com um princípio de incêndio em seu reabastecimento, quando o extintor teve de ser usado novamente pela equipe.

Na 67ª volta, a três do fim, quando as posições já tinham se consolidado e o único duelo era protagonizado por Timo Glock e Kimi Raikkonen pela terceira posição, o motor de Felipe Massa quebrou na reta dos boxes e forçou o abandono do brasileiro. O piloto da Ferrari voltou chorando para o pit e a vitória caiu no colo de Heikki Kovalainen, que estava em segundo, mais de nove segundos atrás.



NOTA:

MASSA cada vez mais parecido com Barrichello

na mal fadada Jordan PEUGEOT de 1995

Na Hungria em 1995, Barrichello era o 3º colocado quando seu motor apagou na última volta, na reta de chegada. O brasileiro recebeu a bandeirada se arrastando, em 7º lugar.




1995 – A decepção

Fonte: GPTOTAL.com

Equipe Jordan
Carros Jordan 195-Peugeot
Corridas 16
Poles -
Vitórias -
Outras colocações 2º no Canadá, 6º na França e Bélgica, 4º na Europa
Volta mais rápida -
Colocação no campeonato 11º com 11 pontos

Antes do começo da temporada, Barrichello e seu grupo, num rasgo de otimismo, deixaram no ar a possibilidade de lutar por vitórias com o Jordan-Peugeot. O primeiro GP da temporada seria no Brasil, onde Barrichello apareceu com uma nova pintura no capacete: o vermelho foi substituído por uma decoração idêntica à de Ayrton Senna. O público fica sob enorme expectativa – mas os treinos e a própria corrida jogaram uma ducha de água fria nas esperanças: com muitos problemas, Barrichello, tenso e pressionado, faz apenas o 16º tempo no grid e, na corrida, abandonou. Para piorar, ficou sempre atrás de seu companheiro Irvine e chegou a sofrer um acidente nos treinos. O público não perdoou e fez as primeiras piadas a seu respeito.

As coisas mudariam muito pouco até o GP do Canadá, onde Barrichello terminou em 2º lugar. E pouco mais merece ser lembrado depois disso: os azares acabaram tendo mais destaque do que as poucas oportunidades de bons resultados. Na Hungria, Barrichello era o 3º colocado quando seu motor apagou na última volta, na reta de chegada. O brasileiro recebeu a bandeirada se arrastando, em 7º lugar.

No segundo semestre, recomeçam as especulações de que ele poderia se transferir para uma equipe de ponta, tanto mais porque seu contrato com a Jordan expiraria no final do ano. Foi dada como certa sua ida para a Ferrari, mas o negócio não foi para a frente e o brasileiro anunciou sua permanência na Jordan por mais uma temporada. Logo em seguida, surpreendentemente, a Ferrari anunciou a contratação de Irvine, pagando uma multa contratual de US$ 5 milhões. Os jornalistas brasileiros estranharam e Barrichello deu uma resposta não muito convincente: "Quem recusou a Ferrari fui eu".