Brasil precisa contar com "escudo de defesa", afirma Mangabeira Unger
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger, disse que o reaparecimento da Quarta Frota da Marinha americana na América Latina não representa uma ameaça ao Brasil. Mas, alertou que o fato “reforça a importância de o país contar com seu escudo de defesa”.
“Uma das razões principais para formulação de uma estratégia nacional de defesa é contar com um escudo não apenas contra agressões, mas também contra as intimidações. Se o Brasil quiser desbravar um caminho próprio não pode estar sujeito a intimidações”, afirmou hoje (6) durante o seminário Instituição para Inovação, no Rio.
A Quarta Frota da Marinha americana estava desativada desde 1950, após a última aparição na 2ª Guerra Mundial. Segundo o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, agora, a Quarta Frota tem o objetivo de construir e reforçar parcerias com países da América Latina.
Para formular a “estratégia nacional de defesa”, Mangabeira Unger disse que o governo articula por meio de um comitê interministerial, presidido pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, a reestruturação das Forças Armadas em três eixos.
Segundo o ministro de Assuntos Estratégicos, a idéia do comitê é discutir formas de reconstruir as Forças Armadas para atuação “em circunstâncias de paz ou de guerra”, de reorganizar a indústria nacional de Defesa com destaque para a construção de um submarino nuclear e, ainda, debater sobre “o futuro de serviço militar obrigatório”.
A preocupação com a ativação da Quarta Frota da Marinha dos Estados Unidos surgiu de um grupo de senadores brasileiros incomodados com rumores de que a manobra teria sido motivada pela descoberta de campos de petróleo a 300 quilômetros da costa marítima brasileira, a camada chamada de pré-sal. “Dentro da estratégia marítima, daremos primazia ao objetivo estratégico de negação do mar a qualquer forma inimiga que tente abordar o país via marítima”, defendeu Unger.
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