Mangabeira diz que Sivam

foi um equívoco do passado

KÁTIA BRASIL

da Agência Folha, em Manaus

O ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, disse nesta quarta-feira, em Manaus, que o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) foi um "equívoco do passado". Em reuniões com generais das Forças Armadas, Mangabeira defendeu que o Brasil tenha seu próprio satélite para capacitar o monitoramento da Amazônia.

"Equívocos do passado não autorizam equívocos do futuro. A minha preocupação não é justificar o que aconteceu há 20 ou 30 anos, é ajudar a participar de um debate sobre as melhores opções agora para o futuro do Brasil", afirmou o ministro.

Mangabeira respondia a jornalistas sobre a capacidade do monitoramento do sistema, que custou ao governo brasileiro US$ 1,4 bilhão e demorou 15 anos para ser inaugurado --o que só ocorreu em 2002, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

O Sivam é formado por um sistema de software, radares transportados, aviões e bases fixas e móveis. É operado por dois braços: Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), subordinado à Casa Civil da Presidência, e Cindacta-4 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), subordinado à Aeronáutica.

Mas, para realizar o monitoramento de desmatamentos e queimadas, o Sivam utiliza imagens de satélites como o americano Land-sat.

Após visitar as instalações do Sipam, em Manaus, e se reunir com generais das Forças Armadas no CMA (Comando Militar da Amazônia), Mangabeira Unger afirmou que o país precisa ter seus próprios veículos lançadores e satélites.

"Nós temos aviões brasileiros que visualizam áreas restritas, mas para visualizar as grandes áreas nós pagamos dinheiro para comprar de estrangeiros as imagens do nosso próprio território. Essa situação é intolerável. E nós vamos mudar", afirmou Mangabeira.