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Avião que caiu e matou 154 tinha reverso desligado, diz "El País"

O Globo Online

MADRI - O avião MD-82 da Spanair que caiu no dia 20 de agosto, em Madri, na Espanha, matando 154 pessoas teve um dos reversos desligados pelos técnicos da própria companhia aérea três dias antes do acidente, informa a edição desta quinta-feira do jornal espanhol "El País".

Os reversos fazem parte do sistema de freio da aeronave. Quando ativados, invertem a expulsão de ar dos motores, contribuindo para frear o avião quando este está em terra a uma velocidade de cerca de 300 quilômetros por hora. Mas se apenas um deles é acionado, o avião tomba para um lado.

De acordo com o jornal, a Spanair foi procurada, mas não quis comentar a questão. Mas, segundo o manual de equipamentos da empresa aérea, um MD-82 pode voar com apenas um reverso durante dias, sem apresentar problemas, uma vez que este não é o único sistema de freio de um avião.

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Segundo a publicação, os problemas com a aeronave começaram menos de um mês atrás, quando um comandante interrompeu uma decolagem de Palma de Mallorca, na Espanha, para Copenhague, na Dinamarca, depois de perceber um "ruído excessivo no trem de pouso". Outro defeito foi detectado no dia 17 de agosto, quando os mecânicos decidiram desligar o reverso direito do avião.

No dia do acidente com o MD-82, o comandante Antonio García Luna interrompeu a primeira decolagem, ocorrida por volta das 13h (horário local), devido a um superaquecimento em uma válvula de ar. Os técnicos da Spanair, ainda conforme o "El País" mais uma vez solucionaram o defeito desligando o equipamento. Na segunda decolagem, o avião perdeu força e caiu.

O reverso direito desativado poderia ajudar a explicar porque o avião pendeu para este lado antes de perder o controle e se chocar contra o solo. Durante o tempo em que percorreu a pista e que começou a ganhar altura, a aeronave parecia não ter potência suficiente segundo os feridos, muitos com experiência em viagens aéreas, inclusive a única sobrevivente da tripulação.

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