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Causas de queda de energia que afetou aeroportos ainda são desconhecidas
Falha suspendeu pousos e decolagens em Cumbica e Congonhas.
Pane ocorreu em equipamento que estabiliza fornecimento de energia.

Marcelo Mora Do G1, em São Paulo

Ainda são desconhecidas as causas da queda de energia elétrica que prejudicou as operações nos principais aeroportos paulistas neste sábado (2), segundo afirmou o tenente-coronel Frederico José Moretti da Silveira, chefe da divisão de operações do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo.
A falha, segundo ele, comprometeu o "sistema de visualização por radar do controle de aproximação do terminal São Paulo (APP-SP)", que engloba os aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Campo de Marte e Viracopos, em Campinas, a 90 km de São Paulo.

O problema ocorreu em um equipamento chamado "no-break", responsável por estabilizar a energia fornecida pela concessionária estadual. "Não houve problemas de fornecimento por parte da Eletropaulo. Vamos verificar o que houve com este equipamento e, a partir daí, tomar as providências necessárias para que o problema não volte a se repetir", disse o tenente-coronel.

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Antes da entrevista coletiva no início da noite deste sábado, em Congonhas, na Zona Sul da capital, ele leu uma nota oficial do Ministério da Defesa, comando da Aeronáutica e Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, na qual destaca que as frquências de comunicação por rádio permaneceram em funcionamento.

"O SRPV adotou as providências operacionais necessárias à manutenção da segurança na atividade aérea, estabelecendo um espaço maior entre as aeronaves voando na terminal", ressalta a nota.

Além de ter interrompido a energia, o “no-break” também não acionou os geradores de emergência para manter o sistema funcionando normalmente. Os geradores, que funcionam com óleo diesel, tiveram de ser acionados manualmente, segundo o tenente-coronel Moretti.

Apesar desses problemas, ele garantiu que não houve riscos para a segurança dos passageiros nos vôos que chegavam a São Paulo no momento da pane, ocorrida às 11h43. “O sistema de visualização radar é uma ferramenta de suporte do controlador de vôo. O primordial no controle do tráfego aéreo são as comunicações por rádio. Perdeu-se a ferramenta de auxílio, mas se manteve a comunicação normal por rádio. Sem comunicação, não existe controle de tráfego aéreo”, explicou.

O tenente-coronel disse que houve uma renovação de equipamentos no ano passado e que, por isso, estaria descartada a possibilidade de o “no-break” estar com seu prazo de validade vencido. Enquanto o problema não é detectado, o sistema de visualização por radar continua funcionando com o auxílio dos geradores. “É a primeira vez que isso ocorre”, disse

Segundo o tenente-coronel, de 2% a 3% dos vôos teriam sofrido atrasos devido à pane no radar. “A expectativa é a de que até o fim da noite (de sábado) as operações sejam normalizadas e não ocorra mais atrasos devido a este problema”, afirmou.

Operações

Em Congonhas, todos os vôos previstos para decolar desde as 11h45 foram suspensos. Eles só puderam ser retomados às 13h20. Os pousos deixaram de ocorrer por dez minutos, entre as 11h45 e as 11h55.

Em Cumbica, desde as 11h45, apenas as aeronaves que estavam próximas ao aeroporto puderam pousar. A maior parte dos vôos que estavam distantes foram alternados para o Aeroporto Tom Jobim, no Rio - a Infraero está apurando o número exato. As decolagens ficaram suspensas e só voltaram a ocorrer por volta das 13h20, quando partiu o vôo 8022 da TAM com destino a Buenos Aires. A decolagem estava inicialmente prevista para as 11h50. As operações do aeroporto, no entanto, só foram normalizadas às 13h46.

Em Viracopos, as operações não foram prejudicadas, segundo informações da torre de controle. No período em que houve a restrição, três pousos foram transferidos para o terminal.

A bordo

Um dos últimos vôos a decolar de Congonhas antes do cancelamento das partidas foi o de número 3922 da TAM. De acordo com os passageiros, logo após a decolagem o comandante informou pelo sistema de som que houve uma pane no radar da torre de controle aéreo do aeroporto e, por isso, o vôo ficaria em órbita sobre a capital paulista.
O comandante disse ainda que só após a situação se normalizar o avião poderia seguir viagem. Alguns minutos depois, o vôo foi autorizado a seguir rumo ao Rio.

Espera

Às 14h, alguns embarques começaram a ser anunciados pelo alto-falante, como o do vôo 3220 da TAM, que seguia para Belo Horizonte. No painel, a informação era de que ele deveria decolar às 13h52.

As amigas Camila Gonçalves e Thaiana Fernandes, de 16 anos, tinham vôo para o Rio marcado para as 14h30. "Disseram que só sai às 16h. Fazer o quê? Espero embarcar", reclamou Camila, em seu último dia de férias na capital paulista.

Chegada

No desembarque, muitas pessoas aguardavam a chegada de passageiros sem saber a dimensão do atraso. De acordo com o painel da Infraero, um dos vôos mais atrasados era o de número 2131, da Varig, vindo de Florianópolis, Santa Catarina, que deveria ter pousado em São Paulo, às 10h30. Às 14h40, no entanto, ainda não havia aterrissado.

Balanço

De acordo com o site da Infraero, Congonhas registrava 22 cancelamentos e 51 atrasos entre as 147 partidas previstas das 6h às 19h. Em Cumbica, desde a meia-noite, houve 87 atrasos e sete cancelamentos entre as 176 decolagens programadas.

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