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Brasil retoma programa nuclear com Angra 3

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(R.S.)

Em 1970, o Brasil começou a planejar a construção de três usinas nucleares para ampliar a oferta de eletricidade do País: Angra 1, inaugurada em 1982, Angra 2, que só saiu em 2001, e Angra 3, que está prevista para entrar em funcionamento somente em 2014.

Porém, a crise econômica enfrentada pelo Brasil nas décadas de 1980 e 1990 e a forte reação contrária ao setor nuclear depois do acidente da usina de Chernobyl, na Ucrânia, foram alguns dos principais fatores responsáveis por afastar o País do programa nuclear, assunto que começa a ser retomado agora. As dificuldades encontradas para operar as usinas em ritmo de normalidade também jogaram água em planos de expansão da época.

No entanto, sabe-se que, no mundo, mesmo para programas nucleares pacíficos, há pouco estímulo e baixa disposição para troca de tecnologia entre países que utilizam centrais nucleares, já que, teoricamente, a tecnologia que leva ao urânio enriquecido para reatores de usinas energéticas também pode levar até a bomba atômica. Na França, por exemplo, 78% da energia gerada vêm de plantas nucleares. Mesmo sem ocorrerem sérios acidentes no país, os franceses vivem em constante processo de divulgação dos benefícios das novas tecnologias de geração nuclear e buscam sedimentar a imagem das usinas como seguras e limpas, principalmente para os países com poucas alternativas energéticas.

O presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Alfredo Trajan, salienta que a emissão de carbono das plantas nucleares é zero e a operação é segura. "A emissão de carbono das plantas nucleares é zero e a operação é segura". O especialista diz ainda que "os ambientalistas criticam qualquer forma de geração de energia, mas em função da mudança climática, está claro que a única forma de geração de energia elétrica que não contribui para a mudança é a nuclear e isso vem muito a favor de nós", afirma.