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Geórgia diz que guerra

deixou seu Exército 'parcialmente destruído'

Forças russas destruíram a maior parte do armamento georgiano.
A Rússia endossou o plano de paz proposto pela União Européia.

Do G1, com agências internacionais

O Exército georgiano sofreu duras perdas e as forças russas destruíram a maior parte de seu armamento, incluindo três navios de guerra, declarou nesta terça-feira o secretário do Conselho de segurança georgiano, Alexander Lomaya.

"Sofremos duras perdas. A maior parte de nosso equipamento e nosso armamento foi destruída pela esmagadora força militar russa", declarou Lomaya.

O secretário destacou que três navios de guerra georgianos foram destruídos nesta terça-feira (12) no porto de Poti, no Mar Negro.
"Entretanto, preservamos o coração de nosso Exército, e conseguimos nos reunir perto da capital para protegê-lo", acrescentou Lomaya.

O dirigente acusou novamente a Rússia de continuar com os bombardeios, matando "pelo menos 14 civis", apesar de o presidente russo, Dmitri Medvedev, ter anunciado o fim das operações militares na Geórgia.

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Presidente da Rússia aceita proposta

européia para a paz na Geórgia

Geórgia ainda não falou sobre o plano, que prevê fim das ações militares.
Proposta francesa também contempla discutir o status da Ossétia do Sul.

Do G1, com agências internacionais

O presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, endossou o plano de paz para a Geórgia proposto pela União Européia e disse que ele "oferece um caminho" para resolver o problema relativo à região separatista georgiana da Ossétia do Sul. Mas ele disse que as tropas de paz da Rússia vão permanecer nas regiões em conflito na Geórgia.

O acordo foi anunciado em entrevista coletiva conjunta de Medvedev com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, que também ocupa a presidência rotativa da União Européia, no mesmo dia em que a Rússia anunciou o fim dos ataques à Geórgia -o que foi negado pelo governo georgiano. O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, não participou da reunião nem se pronunciou ainda sobre o plano europeu.

A proposta de paz prevê que Rússia e Geórgia renunciem ao uso da força, encerrem todas as ações militares, permitam o livre acesso da ajuda humanitária no país e que as forças armadas da Geórgia retornem a suas posições anteriores.


Eu acho que são bons princípios para lidar com o problema e acabar com essa situação dramática. Esses princípios podem ser usados tanto pela Geórgia como pela Ossétia do Sul", disse Medvedev em entrevista ao lado de Sarkozy.

Os presidentes da França e da Rússia, durante reunião sobre a guerra (Foto: Reuters)

"Se a Geórgia está realmente pronta para assinar, mandar suas tropas para suas posições originais e fazer o que esses princípios estipulam, então o caminho em direção à gradual normalização da situação na Ossétia do sul será aberto", disse. "Agora depende da Geórgia."


Medvedev também disse que o plano de paz inclui o começo de discussões internacionais sobre o status das regiões rebeldes da Geórgia.

O presidente russo também criticou seu colega da Geórgia, Mikhail Saakashvili, dizendo que ele agiu "como um lunático" e mentiu sobre um cessar-fogo durante o conflito.


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Orgulho ferido e vontade de reordenar o mapa explicam atitudes de Moscou

Willian Waack - Fonte: G1

A volta do urso russo é um filme melancólico. Há uma combinação de dois fatores políticos de primeira grandeza no comportamento de Moscou em relação a Ossétia-Abcásia-Geórgia: orgulho ferido por um império perdido, e a vontade de reordenar o espaço mais próximo (o “estrangeiro próximo”, como dizem os russos) seja como for. Dois elementos que, diríamos, são “psicológicos” e “emocionais” explicam o comportamento de estados soberanos? Explicam.

Para quem não passou por Moscou nos momentos que se seguiram à implosão do império soviético é difícil avaliar o quanto pesou para os russos a humilhação. Uma boa parte da reação popular à reordenação política do país – falo aqui diretamente do apego a políticos de mão dura, como Vladimir Putin – está ligado ao fato de que a expansão do império não foi apenas uma conquista bolchevista. Os historiadores em geral concordam que foi sua continuação.

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Aliás não é dos tempos do comunismo – ou da paranóia de Stalin – que os russos se acham cercados pelo Ocidente, ou desprezados pelas capitais ocidentais, ou ambos. E, na maneira deles perceberem o mundo, não faltam exemplos. A maneira como a Otan estendeu suas fronteiras até a borda da Rússia, por exemplo, atende perfeitamente às necessidades de segurança de países que hoje são de novo parte da Europa Central.

Mas, aos olhos de Moscou, não foi outra coisa senão o uso de uma oportunidade – o esfacelamento da União Soviética e a grave convulsão interna – para limitar ainda mais sua margem de ação. Putin é tudo, menos um jogador de pôquer. E nas várias intervenções públicas nas quais abordou a questão do relacionamento de Moscou com o Ocidente (entendido aqui principalmente como os Estados Unidos e os países centrais da União Européia) sempre deixou claro que um de seus objetivos era o de restaurar o orgulho perdido.

Meu cuidado aqui é o de não cair no argumento bastante simplista de que a atitude russa em relação às províncias separatistas e à própria Georgia é uma “justificada” reação à maneira como Moscou se viu tratada pelo Ocidente. E à forma como os Estados Unidos entraram em guerras no Oriente Médio, ou à forma como os principais países ocidentais reconheceram a independência do Kosovo da Sérbia, uma antiga cliente de Moscou. Explicar um comportamento (no caso, o dos russos) não é apoiá-lo.

Tampouco estou preocupado em estabelecer, neste momento, um julgamento moral. Potências agem de acordo com seus interesses, especialmente em relação a seus vizinhos, e o uso da força jamais foi excluído das relações internacionais. Pode-se caracterizar tudo isso como cinismo e comportamento amoral – prefiro a velha expressão alemã da “Realpolitik”.

O problema aqui é estabelecer se os caminhos de “Realpolitik” escolhidos por Putin no caso da Geórgia restauram a Rússia como uma potência internacional ainda mais forte – ou simplesmente forte, mas não confiável. Se a conduta de Putin frente ao investimento estrangeiro aumenta o poder de barganha econômico internacional da Rússia, ou apenas a torna um parceiro indesejável. Se o entendimento de que países como a Geórgia ou a Ucrânia se tornaram inimigos, por terem passado por reformas políticas muito mais amplas que a Rússia, ajuda Moscou a forjar uma parceria estratégica com a Europa – ou, ao contrário, se a afasta de um objetivo importante de longo prazo.

Conviver com a Rússia ficou mais difícil. Talvez seja apenas isso que Putin consiga.




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Geórgia anuncia que vai deixar a Comunidade dos Estados Independentes

Rússia anuncia fim de ataques, mas há relato de que combates seguem.
Em Tbilisi, capital da Geórgia, 150 mil protestam contra as ações russas.

Do G1, com agências internacionais

O presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, disse nesta terça-feira (12) que seu país vai se retirar da CEI (Comunidade de Estados Independentes), bloco que agrupa 12 Estados que formavam a antiga União Soviética, segundo agências russas.

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"Estamos saindo da comunidade e propomos que outros países deixem esse organismo liderado pela Rússia", disse o presidente, durante um ato que reuniu cerca de 150 mil georgianos na capital, Tbilisi, nesta terça. Ele também disse que seu país "jamais se renderá" à Rússia.


Cerca de 150 mil georgianos participam de manifestação de apoio ao governo na guerra contra a Rússia, em Tblisi (Foto: AFP)

O líder georgiano afirmou que o que está ocorrendo entre os rivais é como o que ocorreu "entre Davi e Golias" e acrescentou: "Davi vencerá".

Ele também acusou os russos de estarem criando "campos de concentração" nas aldeias sul-ossetianas de Kekhvi e Tamarasheni.

Aos gritos de "Geórgia, Geórgia", a multidão protestou contra o premiê russo, chamando-o de "terrorista" e acusando-o de "crimes contra a humanidade" por conta dos ataques russos à Geórgia.

Entenda o confronto entre Rússia e Geórgia

Leia também: Guerra já deixou 100 mil refugiados, estima a ONU

CEI

Criada em dezembro de 1991, a Comunidade dos Estados Independentes é uma organização que envolve 12 países que faziam parte da antiga União Soviética em interação com base em igualdade de soberania.

O grupo supranacional inclui Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Kazaquistão, Quirguistão, Moldávia, Rússia, Tajiquistão, Tucomenistão, Ucrânia e Uzbequistão, além da Geórgia, que anunciou sua saída.

Em setembro de 1993, os líderes da CEI assinaram um acordo para a criação de uma união econômica para aumentar a integração entre as nações, permitindo o livre comércio, além de uma política monetária coordenada. Vários dos países também elaboraram outros acordos econômicos bilaterais e de grupo.

Ataques suspensos

O presidente da Rússia, Dimitri Medvedev ordenou nesta terça-feira a suspensão das operações militares que o país mantinha contra a Geórgia desde sexta-feira. Mas o governo georgiano nega o fim da guerra, e há relatos dos dois lados de que os combates continuam. A Casa Branca informou que está checando a veracidade da informação sobre o fim dos combates.

Arte G1
Veja mapa com a localização do conflito. (Foto: Arte G1)

A intenção do presidente russo ao anunciar o suposto fim dos ataques, segundo o ministro da Defesa, Anatoli Serdiukov, “é forçar a Geórgia a aceitar um acordo de paz”. Serdiukov disse ainda que o objetivo da operação foi alcançado.

“A segurança de nossos soldados e da população foi restabelecida”, disse o ministro da Defesa, referindo-se à defesa da região separatista da Ossétia do Sul.


Embora as forças russas tenham freado o avanço na Geórgia, as tropas vão manter as posições atuais, segundo o comando do Exército russo.

Medvedev afirmou que a Rússia está disposta a negociar um acordo definitivo para o conflito entre a Geórgia e os separatistas. Para isso, colocou duas condições: "primeiro, o retorno de todas as tropas georgianas a suas posições iniciais de lugar e a desmilitarização parcial dessas unidades. Segundo, a assinatura de um documento vinculativo sobre o não uso da força, que é no que a parte francesa está trabalhando".

No entanto, o ministro da Reintegração da Geórgia, Temuri Yakobashvili, afirmou nesta terça que "a guerra não terminará até que saia o último ocupante" do território georgiano, em uma declaração divulgada ao vivo pela televisão local.

"Agora começamos o componente diplomático desta guerra", disse o ministro georgiano, que não comentou o anúncio do presidente russo.

Yakobashvili pediu à população civil que não mantenha nenhum tipo de relação com as tropas ocupantes, e disse que a Rússia enviou à região de Tskhinvali, a capital da Ossétia do Sul, mil unidades de armamento pesado e 30 mil soldados.

William Waack: O orgulho ferido da Rússia

Veja galeria de imagens da guerra

"Não tínhamos a intenção de sacrificar nossos soldados e, por isso, nos reagrupamos", disse o responsável do governo georgiano da política para as regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e para a Abkházia.

Ele acrescentou que, desde o começo das ações militares, na sexta-feira passada, o Exército georgiano derrubou 17 aviões e três helicópteros, destruiu 60 blindados e causou várias baixas entre os efetivos russos.

"Há trens carregados de mortos", disse Yakobashvili.

Ele afirmou que pelo menos seis pessoas morreram nesta terça-feira em um bombardeio cometido pela aviação russa contra a cidade de Gori , 70 quilômetros ao leste de Tbilisi e cerca de 25 quilômetros ao sul da região separatista da Ossétia do Sul.

Dois jornalistas, um cinegrafista holandês e um georgiano estão entre as vítimas fatais do ataque aéreo, informou a "Televisão Pública da Geórgia".

Soldados das forças russas de paz relataram à agência Reuters que forças da Geórgia continuam disparando contra os russos em várias regiões da Ossétia do Sul nesta terça-feira. Por outro lado, o governo da Geórgia disse que jatos russos continuam bombardeando cidades georgianas fora da região separatista.

Boa notícia

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que é uma "boa notícia" o anúncio do chefe de Estado russo, Dmitri Medvedev, de colocar fim à operação militar para "impor a paz" à Geórgia.

Sarkozy acrescentou que "agora é preciso tornar efetivo o cessar-fogo". O presidente francês disse que "a Rússia deve utilizar seu poderio a favor da paz". "Precisamente por causa disso, vim a Moscou", acrescentou Sarkozy, que lembrou o trabalho conjunto com a Rússia para a solução da crise nuclear iraniana.

Otan

O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jaap de Hoop Scheffer, disse que a Geórgia continua sendo uma aspirante a integrar o bloco, apesar do confronto com a Rússia. Scheffer também disse que o suposto fim da ofensiva russa é "importante, mas insuficiente" para restaurar a normalidade na região.

Os russos são contra a entrada da Geórgia na Otan, o que, segundo alguns analistas, pode ter sido um dos motivos do atual ataque.

Em Video:



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Aviação russa bombardeia radares em Tbilisi e outras localidades

Da EFE Via G1

A aviação russa bombardeou hoje instalações de radar na capital georgiana e outras localidades do país, informaram fontes oficiais.

Por volta das 4h30 de hoje (21h30 de Brasília de ontem) fora ouvidas duas fortes explosões em Tbilisi.

"Foram atacados os radares situados na montanha Majata", disse em conversa por telefone com a Agência Efe o porta-voz do Ministério do Interior da Geórgia, Shota Utiashvili, que não disse se as instalações tinham sido danificadas no bombardeio.

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Segundo a emissora de rádio "Imedi", por volta das 7h (0h de Brasília), aviões russos bombardearam a região de Zugdidi e a localidade de Senaki, no oeste do país, junto à região separatista da Abkházia.

Também foram submetidas a ataques aéreos as regiões de Jelvachauri, no sudoeste da Geórgia, e o aeroporto Shiraki no leste do país. EFE