Maior avião de cargas do mundo garantirá entrega de Corumbá III a tempo
Atraso na entrega do equipamento pelo fabricante russo impossibilita transporte por navio. Máquinas chegarão a tempo de cumprir cronograma de funcionamento da usina, com início previsto para fevereiro
Luís Osvaldo Grossman - Correio Braziliense
Para cumprir o cronograma e começar a gerar energia em fevereiro, será preciso alugar o maior avião de cargas do mundo para trazer da Rússia ao Brasil a primeira das duas turbinas da hidrelétrica Corumbá III. O atraso na entrega de uma das partes da turbina eliminou a possibilidade de trazer os equipamentos de navio, pois só a viagem levaria dois meses.
"Faremos um teste com o equipamento agora em meados de setembro. Se estiver tudo certo, vamos trazer tudo junto no mesmo avião. Senão, trazemos uma parte primeiro e depois a outra, mas também de avião, porque de navio não dá mais tempo", explica o presidente das Centrais Elétricas de Goiás (CELG), Enio Andrade Branco. Com a primeira turbina já seria possível por a usina para funcionar no prazo previsto, enquanto a outra vem de navio.
Naturalmente, trazer uma turbina que pesa mais de 100 toneladas não é tarefa para qualquer aeroplano. A idéia é transportá-la no Antonov 225, o maior avião do mundo — 84m de comprimento, 88 de envergadura e capaz de voar carregando até 600 toneladas —, russo como as próprias turbinas encomendadas ao Power Machines Group.
É praticamente o que falta para a hidrelétrica estar completa. Nesta terça-feira (9/09), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e os governadores do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e Goiás, Alcides Rodrigues, foram conferir o andamento das obras da usina que fica em Luziânia (GO), mas que vai mandar para o DF toda a energia gerada.
"É uma obra importante especialmente do ponto de vista da segurança, pois pode garantir o abastecimento do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios mesmo no caso de uma falha no sistema interligado", disse o governador Arruda.
Para Goiás, o retorno se deu em empregos (5,2 mil diretos e indiretos) e na arrecadação de impostos. Com 50,9 megawatts médios, Corumbá III garante cerca de 5% da demanda total de eletricidade da capital.
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