Usina solar cearense terá capacidade de produção de 50 megawatts de energia, com 150 hectares para os painéis
Do quartzo à energia solar
Negociações devem trazer fábricas ao Ceará, agregando alta tecnologia e comercialização inédita na América Latina
Do beneficiamento do quartzo até a produção da energia solar. As negociações já apontam para ´quase como certa´ a instalação, no Ceará, das fábricas que permitirão fechamento da cadeia de produção solar aqui, segundo informou ontem o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece), Antônio Balhmann. A usina comercial de produção desta energia, que será a segunda maior do mundo, já está garantida em Tauá, através de investimentos de US$ 250 milhões da empresa MPX.
A chinesa Yingli, que já possui contrato com a MPX para o fornecimento das placas que farão a produção de energia através do sol (painéis fotovoltaicos), deverá, de fato, instalar aqui uma fábrica destes equipamentos. A empresa, que já anunciara o interesse de montar uma unidade no País, pretendia construí-la no Rio de Janeiro. ´Ela já está 90% certa. Será uma fábrica em conjunto com a MPX, mas falta ainda resolver alguns ajustes para a confirmação´, disse, sem saber precisar de quanto será o valor do investimento. Segundo Balhmann, ainda não está definido se a produção será para exportação ou mercado interno.
Beneficiamento
Além desta fábrica, já estão ´muito adiantados´ os entendimentos para a vinda de uma unidade beneficiadora de quartzo na região dos Inhamuns. Já foram identificadas quantidades de excelente pureza deste minério em municípios como Banabuiú, Quixeramobim, Senador Pompeu, entre outros, além da própria região de Inhamuns.
O empreendimento irá, explica o presidente da Adece, realizar a fabricação, por meio do silício retirado do quartzo, de lingotes de silício purificado, que são a matéria-prima para a produção dos painéis fotovoltaicos.
Este processo fabril é considerado de altíssima tecnologia. O nome da empresa, ou de onde ela vem, não foi informado.
Os estudos para definir o porte desta fábrica ainda estão sendo feitos, uma vez que existem poucas unidades no mundo que realizam este processo. A possibilidade da verticalização da cadeia de produção solar no Ceará já havia sido antecipada pelo Diário do Nordeste na edição do dia 6/5/2008.
A usina solar cearense, que será a primeira de porte comercial da América Latina, terá capacidade de produção de 50 megawatts de energia, com 150 hectares para os painéis. E enquanto avançam as negociações da cadeia solar, os deputados estaduais reclamam maior agilidade estadual na corrida pela prospecção das novas usinas nucleares a serem instaladas no País. O Governo Federal pretende construir seis novas unidades, sendo duas para um estado nordestino. Tomaz Figueiredo (PSDB) afirmou que outros estados, como Pernambuco, Sergipe e Piauí já avançam na articulação para a garantia do empreendimento. ´Todos os estados têm condições técncias, ams a força política deve definir´, afirma o presidente da Adece.
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