Bolivia pede ao Brasil prisão de rebeldes
Embaixador norte-americano acusa governo boliviano de irresponsável

ÁREA MILITAR

As autoridades bolivianas anunciaram neste Domingo que pretendem solicitar ao Brasil a prisão de elementos alegadamente ligados aos movimentos oposicionistas que terão estado na origem dos graves incidentes ocorridos nos últimos dias naquele país da América do Sul.

Segundo os bolivianos, os elementos que fugiram para o Brasil, saíram da cidade de Cobija no departamento de Pando, onde foi declarado Estado de Sítio e passaram a fronteira na Sexta-Feira em direcção à fronteira brasileira, no estado brasileiro do Acre.

Na região, ocorreram violentos recontros entre opositores ao governo de Evo Morales e apoiantes e forças da ordem, de que resultaram dezoito mortos Noé últimos dias.

O presidente da Venezuela que aproveitou a oportunidade para se solidarizar com o governo de Morales, afirmou entretanto que o seu país apoiaria qualquer força que se levantasse contra quem pretendesse derrubar o governo legítimo da Bolívia. Em resposta às afirmações de Chavez, o chefe do exército boliviano em comunicado afirmou que as forças armadas da Bolívia rechaçariam qualquer tentativa de intervenção estrangeira.
Hugo Chavez acusou entretanto os militares bolivianos de estarem em «Greve de Zelo».

O embaixador dos Estados Unidos que saiu da Bolívia no Domingo, após ter sido expulso, sob a acusação de ser o responsável pela instigação das revoltas que rebentaram um pouco por todo o país prestou declarações à saída.

O diplomata norte-americano, que prestou serviço no Chile e posteriormente no Kosovo antes de ser colocado na Bolívia, agradeceu o acolhimento que lhe foi dado na Bolívia e acusou as autoridades bolivianas de irresponsáveis.

O embaixador dos Estados Unidos, acusou o governo da Bolívia de pretender apenas reduzir as actividades da entidade norte-americanas de combate ao narcotráfico DEA que desenvolvia operações na Bolívia.
«…As acusações contra mim, contra o meu governo e contra a USAID são injustificadas e totalmente falsas» acrescentou o diplomata.

Tropas bolivianas ocupam áreas separatistas
Infantaria e carros de combate enviados para garantir autoridade do Estado

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O exército da Bolívia começou ontem a deslocar tropas e veículos pesados que saíram da região da capital La Paz, em direcção às regiões separatistas do leste da Bolívia.

As operações militares do exército boliviano estão a ocorrer principalmente em quatro departamentos, Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija.
Estas regiões bolivianas são consideradas aquelas onde movimentos separatistas contrários ao governo do presidente Evo Morales e que segundo este último, foram influenciados pelo embaixador norte-americano, com o intuído de desestabilizar o país.

Veículos blindados ligeiros do tipo SK-105 foram vistos nas estradas que ligam La Paz à cidade de Santa Cruz, tida como o centro do movimento oposicionista. Até 15 viaturas deste tipo deslocaram-se para a área, ou seja, cerca de um terço do número destas viaturas presentemente ao serviço.

Outras unidades ligeiras foram enviadas para o norte, para a região de Pando. Efectivos militares também passaram a controlar as estações de bombagem que permitem restabelecer a exportação de gás para o Brasil, a qual chegou a ser interrompida por atentados.

Tropas foram enviadas por via aérea, utilizando para o efeito aeronaves Hércules C-130.
As movimentações militares parecem ter ajudado a estabilizar a situação.

A crise na Bolívia tem sido apresentada como resultado da intervenção ou pressão por parte de diplomatas norte-americanos. A alegação levou a Bolívia a expulsar o embaixador no país, tendo outros países da América Latina afirmado a sua solidariedade para com o governo boliviano.

A Bolívia é o país da América Latina com a maior quantidade de golpes militares e mudanças de governo no último século


Militares bolivianos respondem a Hugo Chavez
Exército da Bolívia não admite qualquer intervenção estrangeira

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As forças armadas bolivianas, pela voz do general Luís Trigo, enviaram hoje uma mensagem clara a Hugo Chavez, relativamente às declarações do presidente Venezuelano a propósito da crise na Venezuela.

Numa curta e seca declaração à imprensa, o comandante em chefe das Forças Armadas da Bolívia afirmou que «… Ao senhor presidente da Venezuela, Hugo Chavez, e à comunidade internacional, avisamos que as Forças Armadas rechaçarão enfaticamente intromissões externas de qualquer índole, venham de onde vierem...»
O militar boliviano acrescentou ainda que as forças armadas da Bolívia defenderão e conservarão a independência e a unidade do país, e não permitirão a nenhum militar ou força estrangeira, que pise território boliviano em transgressão da independência boliviana.

O presidente Hugo Chaves, em declarações de amizade para com a Bolívia, não só expulsou o embaixador norte-americano como avisou além disso que a Venezuela responderia militarmente, apoiando quem quer que fosse que na Bolívia se levantasse contra o governo democraticamente eleito do presidente Morales.

O chefe das forças armadas bolivianas avisou ainda que a força será utilizada apenas em casos extremos e sempre que seja necessário garantir a ordem interna e responder com força e patriotismo a qualquer ameaça de grupos de vândalos e delinquentes que ponham em causa a ordem interna.

Bolívia
A Bolívia encontra-se perante uma grave crise, provocada por tensões entre as regiões produtoras de gás no leste do país, maioritariamente habitadas por pessoas de origem europeia, e a parte ocidental e montanhosa, constituída maioritariamente por cidadãos de origem Índia.

Já nesta Sexta-feira à tarde, o governo boliviano, declarou o Estado de Sítio, no estado de Pando no extremo norte da Bolívia na fronteira com o Peru.

O presidente Evo Morales, expulsou o representante diplomático dos Estados Unidos, sob a acusação de estar na origem dos problemas.

Ontem, a Venezuela também expulsou o embaixador norte-americano em Caracas, tendo a administração norte-americana procedido da mesma forma expulsando os diplomatas daqueles países.

Durante os últimos anos, beneficiando da alta do preço do petróleo, a Venezuela tem patrocinado vários programas de apoio a populações pobres em vários países da América Latina. A queda do preço do petróleo nas últimas semanas, constitui para Chavez um perigo grave, pois muitos dos seus planos de expansão económica orientados no sentido de transformar a economia da Venezuela numa economia de tipo centralizado, dependem dos rendimentos petrolíferos e do aumento gradual do preço do petróleo.