NOTA - Esse passeio as vésperas do anuncio do novo plano de defesa do Brasil e as vésperas do 11 de setembro me parece mais que um simples "recado do urso" e do Rafael Frias. E esse negócio vai ficar cada vez mais interessante, principalmente quando os Tu-95 começarem a voar e pousar com regularidade na Venezuela.

Bombardeiros russos ficarão mais uns dias
Embaixador dos Estados Unidos expulso

ÁREA MILITAR

Dois bombardeiros estratégicos de longo alcance Tupolev Tu-160 de origem russa estão desde Quarta Feira na Venezuela, especificamente na base aérea de «Libertador» na cidade de Maracay.
Aparentemente a deslocação daquelas duas aeronaves foi prevista já há algum tempo e tinha sido prevista durante a última visita do presidente venezuelano à capital russa. As aeronaves russas foram acompanhadas durante o seu voo por aviões de países da Aliança Atlântica.

Durante a recente visita de Chavez à Rússia, várias noticias referiram que este tinha convidado os russos a enviar navios para a Venezuela onde seriam bem recebidos. Chavez posteriormente desmentiu tal convite.
Mas nesta Quinta-feira, o próprio presidente russo Dimitri Medvedev afirmou que a presença dos aviões em território da Venezuela ocorreu por convite de Hugo Chavez e não por qualquer pedido específico da Rússia.

Analistas russos citados por emissoras de televisão são no entanto unânimes em afirmar que a presença das aeronaves em território da Venezuela não representa qualquer perigo e não deve ser objecto de nenhuma interpretação especial.

Independentemente disto, na Rússia e na Venezuela a presença das unidades russas, bem como a futura chegada de unidades navais tem sido divulgada em repetidas notícias na rádio e na Televisão.

Fontes russas afirmaram que estava prevista a presença das aeronaves até 15 de Setembro, mas que elas poderiam ficar mais tempo se essa presença fosse autorizada pelas autoridades da Venezuela, o que aparentemente deverá acontecer.

Antagonizar os Estados Unidos

O presidente venezuelano, num dos seus inúmeros programas de televisão, declarou que os bombardeiros estratégicos tinham chegado, com um sonoro «Yesss» afirmando que aquilo «era para que os ianques vissem».

Já o analista russo Pavel Felgenhauer, afirmou que a Rússia não tem nenhum interesse especial na Venezuela, para lá de tratar bem um dos seus principais clientes de armamentos.
Embora a Rússia não o afirme internacionalmente, para a comunicação social russa as movimentações militares estão a ser apresentadas como uma resposta perante a presença de navios norte-americanos enviados para prestar ajuda humanitária à Geórgia depois da invasão daquele país pela Rússia. Os navios norte-americanos, um dos quais é um contra-torpedeiro moderno da classe Arleigh Burke, ainda não saíram do Mar Negro.

O presidente Venezuelano, também deu ordem para que o embaixador norte-americano abandonasse o país em 72 horas, depois de os norte-americanos terem afirmado que estariam atentos às movimentações das aeronaves russas.

Não se sabe que tipo de testes e de exercícios as aeronaves russas poderão efectuar, para além do voo de longo alcance. Trata-se de aviões desenhados nos anos 70 e destinados a transportar mísseis que podem ser armados com ogivas nucleares.

A presença tanto dos Tu-160 como do cruzador «Pedro o Grande», parece ter acima de tudo um objectivo propagandístico para consumo interno tanto na Rússia como na Venezuela, onde Hugo Chavez enfrenta vários problemas internos e onde nesta Quinta-feira acusou mais uma vez a oposição interna de o tentar derrubar através de um Golpe de Estado.

Hugo Chaves, ele próprio um antigo oficial golpista já foi por sua vez alvo de uma tentativa de o remover do poder no passado, mas também já tentou modificar as leis do país para garantir a sua perpetuação no poder.

A oposição venezuelana tem acusado Chavez de tentar através da via legislativa conseguir o que não conseguiu com o voto. A presença das aeronaves russas parece assim ser mais um argumento que Chavez usa para sua promoção. As palavras de Chavez foram por isso muito significativas ao ter afirmado, mais para a sua opinião pública interna que para o exterior, que «a Rússia está connosco».


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Washington vai "acompanhar com atenção" os bombardeiros russos na Venezuela


Da France Presse - Via G1

Os Estados Unidos vão "acompanhar com muita atenção" os dois bombardeiros russos que chegaram quarta-feira à Venezuela, considerados por Washington como "material da Guerra Fria", avisou nesta quinta-feira o porta-voz do departamento de Estado, Sean McCormack.

"É algo que vamos acompanhar com muita atenção, assim como os movimentos dos demais equipamentos militares supostamente enviados para participar de exercícios", declarou McCormack.

"É material da Guerra Fria, e vamos deixar que os russos descrevam suas capacidades ou os equipamentos que podem receber", acrescentou o porta-voz, questionado durante uma entrevista coletiva sobre a presença na Venezuela de dois bombardeiros estratégicos russos TU-160 que vieram particpar, segundo Moscou, de "vôos de treinamento".

McCormack também se referia às manobras navais conjuntas anunciadas no fim de semana passado no Caribe, uma região que os Estados Unidos praticamente consideram parte de seu território, em um contexto de deterioração das relações russos-americanas desde a intervenção russa na Geórgia, em agosto.

Vários navios da frota russa do Norte e aviões da marinha russa devem participar dos exercícios nas águas venezuelanas do Caribe.


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McCormack comparou a presença de equipamentos militares russos na América Latina ao envio ao Mar Negro de três aparelhos da marinha americana transportando uma ajuda humanitária à Geórgia, abalada pelo conflito de agosto contra a Rússia.

"Quero apenas ressaltar que nossos equipamentos militares no Mar Negro, para citar um exemplo, estão lá para entregar uma ajuda humanitária. Deixarei que os russos e os venezuelanos descrevam o objetivo de suas atividades", declarou o porta-voz americano.

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Rússia é um Estado que deve ser levado em conta, diz Medvedev

Da EFE - G1

O presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou hoje que "a Rússia é um estado ao qual levarão em conta" e acrescentou que a crise na Ossétia do Sul obriga a pensar sobre a necessidade de fortalecer a segurança nacional.

O país "nunca permitirá que atentem contra a vida e a dignidade de seus cidadãos. A Rússia é um Estado ao qual, adiante, levarão em conta", disse Medvedev, citado pelas agência russas, em reunião do Conselho de Estado sobre a situação no Cáucaso e suas conseqüências.

O chefe do Kremlin admitiu que atualmente há os que tentam submeter a Rússia a "pressões políticas", mas ressaltou que essas tentativas serão infrutíferas.

"Isto não é nenhuma novidade para nós. Mas não poderão fazer nada", enfatizou.

Na reunião do Conselho de Estado, que reúne os líderes regionais e outras autoridades de país, Medvedev disse que, após a crise na Ossétia do Sul, "é preciso tirar conclusões sobre a estratégia de política externa e o trabalho conjunto para o fortalecimento da segurança nacional".

"O confronto não é nossa opção", disse o chefe do Kremlin, que confirmou a disposição de Moscou em chegar a acordos em pé de igualdade