http://www.quatrocantos.com/clipart/bandeiras/bandeiras_americas/bolivia.gif
CRISE NA BOLIVIA: Oposição e governo assinam acordo

Fonte - Veja online

O governo de Evo Morales e os cinco governadores da oposição anunciaram na noite desta terça-feira a assinatura de um pré-acordo que pode pôr fim à crise que se arrasta desde que Morales e os líderes regionais foram eleitos, em 2005. A crise chegou ao ápice nas últimas três semanas, quando bloqueios em vias públicas, manifestações e ocupações causaram ao menos 15 mortes no país.

O acordo foi assinado em uma igreja de Santa Cruz pelo governador do Departamento (Estado) de Tarija, Mario Cossío, em nome de todos os opositores. O governo assinou o documento separadamente. As conversações devem começar nesta quinta em Cochabamba.

No papel, o governo Morales cede a vários pontos das reivindicações dos dirigentes dos departamentos de Santa Cruz, Tarija, Pando e Beni, além do neoopositor Chuquisaca. Assim, pelo acordo, o governo aceitou devolver às regiões a parcela do IDH (imposto sobre o gás) que havia redirecionado para pagar pensão a idosos, e compromete-se a não mexer nas porcentagens de royalties das regiões.O governo também reconhece as autonomias administrativas de Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija.

Em troca, a oposição se compromete a desocupar todos os prédios públicos ocupados nas últimas três semanas e aceita ter como base da discussão o texto constitucional aprovado por constituintes governistas no final de 2007, que contempla reforma agrária e autonomia indígena. La Paz aceitou suspender por um mês a convocação dos referendos para promulgar a nova Carta, inicialmente marcados para dezembro, e tirar do ar as propagandas para promovê-la.

Tensão - À tarde desta terça, os líderes da oposição que há 28 dias organizam manifestações contra o governo, suspenderam as negociações após o Exército prender o governador do Departamento de Pando, Leopoldo Fernández, por supostamente ter ordenado o "massacre" que deixou 18 camponeses mortos na semana passada. Fernández foi detido em seu gabinete e enfrentará acusações de genocídio. Ele nega ter ordenado a ação, mas não resistiu à prisão.

Por causa da prisão de Fernández, as ruas de La Paz enfrentaram trânsito caótico nesta terça. Várias ruas foram fechadas e cerca de 300 pessoas se agruparam diante do edifício da Força Aérea para receber o governador preso, mas Fernández não chegou ao local.

Grupos pró-Evo lançaram ataques a redes de TV ligadas aos opositores.



The image “http://brasil.indymedia.org/images/2008/03/415300.jpg” cannot be displayed, because it contains errors.
Bolívia: Aparece a cabeça do Monstro na América Latina

Fonte: Pravda.ru

Departamento de Pando, Bolívia, fronteira com o Brasil. Mais concretamente na comarca de Prevenir, perto da cidade de Cobija, capital de Pando. Confrontos entre “apoiantes” armados da oposição (quem são? são bolivianos?) e a população leal ao Governo democraticamente eleito do Presidente Evo Morales, confrontos iniciados pelos “grupos cívicos” com ligações à Prefeitura (oligarquia local) para impedir uma manifestação de camponeses leais ao Governo. Nos confrontos, 3 pessoas morreram e 12 ficaram feridas.

Causas

A perda pela oligarquia local das suas fontes de riqueza, nomeadamente rendimentos ligados à exploração dos minérios e recursos naturais do país. Estas forças evidentemente são apoiados pelos Estados Unidos da América (que tem o seu olho focado nestes recursos e que tem histórias longas de tentativas de golpes na América Latina). Quem arma “grupos” desordeiros? Não são criminosos comuns, são milícias orquestradas para entregar uma agenda política.

Os lobbies ligados ao poder local nos departamentos de Pando, Beni, Chuquisaca, Santa Cruz e Tarija ficaram furiosos quando a Nova Constituição da Bolívia entrou em vigor, nacionalizando a indústria do petróleo e gás natural e direccionando royalties provenientes da exploração destes recursos à previdência social. Primeiro os bolsos deles e seus mestres no estrangeiro…o povo que de “lixe”.

The image “http://www.rodelu.net/2005/por050211a.gif” cannot be displayed, because it contains errors.

Efeitos

Numa altura em que a credibilidade do regime de Bush em Washington perde qualquer credibilidade depois das suas acções criminosas e assassinas (a última das quais na Ossétia e Abcázia envolvendo a chacina de mais 2.000 pessoas), é natural que todos os olhos sejam focados nos EUA (devido à sua história de tratar a América Latina como se fosse um jardim de recreio ou uma prostituta).

Presidente Hugo Chávez da Venezuela já advertiu que “Se a oligarquia e os ianques financiados e armados pelo império derrubarem algum governo nosso, teremos luz verde para iniciar operações de qualquer tipo e restituir a ordem no país irmão”.

The image “http://www.videversus.com.br/fotos/6571/6571_evo_morales.jpg” cannot be displayed, because it contains errors.
Bolivia: mediar o quê? O voto popular foi claro . . .

Fonte: Pravda.ru - Laerte Braga

Não há o que mediar na Bolívia, exceto se for para convencer as elites a aceitarem a vontade popular expressa em voto em mais de duas oportunidades. Na eleição de Evo Morales, na convocação da Assembléia Nacional Constituinte, na maioria absoluta alcançada pelo presidente e na extraordinária vitória no referendo que confirmou seu mandato agora em agosto passado.

E nenhum mediador vai convencer banqueiros, grandes empresários, latifundiários, investidores estrangeiros, traficantes de droga, as quadrilhas que dominam o cenário político do país desde tempos remotos, a aceitar que o povo decida o seu destino.

Na cabeça dessa gente a Bolívia, como qualquer outro país capitalista, é propriedade deles e o povo mero adereço que tem entre outras coisas, que trabalhar e gerar riquezas na mais valia da acumulação desmedida. Democracia é tolerável como farsa, como biombo, a hipocrisia costumeira e vale enquanto os donos se mantiverem com o poder e a chave do cofre.

Os norte-americanos são pródigos nesse cinismo que caracteriza a tal nova ordem política e econômica. Enchem a boca para defender a democracia, promovem intervenções militares para assegurar a “democracia”, desde que o que esteja em risco sejam os interesses que garantem, asseguram e representam.

Para além disso querem que a democracia se exploda.

A grande lição a inferir da crise boliviana, que vem sendo ministrada desde o golpe contra Chávez em 2002, é que ou a América Latina, particularmente a América do Sul confirma a vontade dos povos de cada nação dessa região do mundo e entende que os Estados Unidos são algozes, um império semelhante ao espanhol quando exterminou os Incas por exemplo, ou sucumbe e vira de vez colônia do império do norte.

Não há meio termo e nem há que discutir vontade popular, mais ainda quando expressa em condições e regras criadas pelos donos para tentar manter a farsa. Perderam? Pois que aceitem a vitória popular.

A questão boliviana é muito simples. Existe um governo produto dessa vontade, do povo, e uma elite empenhada em não aceitar esse governo, manter intocados os privilégios que desfruta e tem, escravizada a classe trabalhadora, mas submissa a Washington, na podridão em todos os sentidos desse tipo de gente. No Brasil se exibem em revistas tipo CARAS, promovem chás beneficentes e se chafurdam na corrupção e na apropriação do Estado e das riquezas nacionais.