Estátua da "Mother Russia" em Volgrado.
Rússia vai aumentar seu gasto militar em 27% em 2009, anuncia Putin
Anúncio ocorre um mês depois do confronto russo com a Geórgia.
Invasão estremeceu a relação entre Rússia e potências ocidentais.
Da Reuters, em Moscou Via G1
Os gastos militares russos vão crescer 27% em 2009, disse nesta terça-feira (16) o primeiro-ministro Vladimir Putin à agência de notícias Interfax.
"Quase 2,4 trilhões de rublos [US$ 94,12 bilhões] serão alocados para necessidades de defesa e segurança nacionais [em 2009]. Trata-se de um aumento de 27%", disse Putin, ex-presidente e homem-forte do país.
Numa breve guerra em agosto, a Rússia esmagou uma tentativa da sua vizinha pró-ocidental Geórgia de recuperar à força o controle da república separatista da Ossétia do Sul, um protetorado de Moscou.
Putin e o presidente Dmitry Medvedev vêm dizendo que a operação militar, condenada pelo Ocidente por sua suposta "magnitude exagerada", demonstrou que as forças russas precisam de uma grande modernização de armas e equipamentos.
O premiê fez o anúncio no dia em que títulos russos caíram mais de 10%, atingindo seu menor valor em 10 anos, devido à crise financeira global e a preocupações internas, como a questão da Geórgia.
Inteligência Militar russa informa sobre 3 mil militares georgianos mortos
Fonte: Pravda.ru
“Segundo as informações de diversas fontes , o Exército da Geórgia e outros unidades armadas dessa república perderam até 3.000 elementos em consequência do ataque contra Ossétia do Sul”, indicaram as fontes russas , segundo Ria-Novosti.
“ Os dirigentes georgianos tratam de ocultar o número real de suas perdidas humanas e anunciaram a morte de cerca de 70 militares. Mas, o número de mortos é cem vezes mais alto”, destacaram as fontes.
Além disso muitos militares georgianos desertaram do Exército e “se encontram em busca pela polícia”. Segundo os dados do Estado Maior Geral das Forças Armadas da Rússia , morreram em conflito 64 militares russos e 323 resultaram feridos. Ao amanhecer, no dia 8 de agosto o Exército georgiano invadiu o território da Ossétia do Sul e atacou a capital Tskhinvali com artilharia pesada , lança-mísseis múltiplas “Grad”, tanques, bombardeiros e franco-atiradores que dispararam contra a população civil.
Em consequência da agressão , Tskhinvali ficou praticamente destruída , o número de mortos entre a população civil supera 1.600 pessoas, segundo a administração sulosseta. A operação militar foi realizada pela Rússia em prazo de 5 dias com reforços recebidos ( cerca de 10.000 soldados e centenas de unidades do material bélico).
Conflito da Georgia
A Batalha de Tskhinvali
(fotos do conflito na Georgia/ Ossetia )
Fonte: DEFESANET - Fernando Diniz
Quando as tropas da Geórgia entraram na capital da Ossétia do Sul em sete de agosto, estavam subestimando grosseiramente a determinação dos ossetianos de resistir. Jovens abriram fogo com Kalashnikovs e adolescentes jogaram bombas de gasolina nos tanques invasores, na tentativa de manterem sua liberdade.
Qualquer um que tivesse dúvidas sobre as intenções do presidente georgiano Saakashvili de esmagar definitivamente os movimentos por autonomia da Ossétia do Sul e da Abkhazia as viu dissipadas na tarde de sete de agosto, quando granadas de artilharia disparadas por canhões georgianos começaram a cair sobre a capital Tskhinvali. Foi uma noite aterrorizante. Horas de bombardeio contínuo transformaram edifícios de apartamentos em montes fumegantes de ruínas, carros destroçados e jardins cobertos de crateras.
Na manhã seguinte, aeronaves de combate georgianas atacaram para completar a destruição. Então chegaram os tanques, para “restaurar a ordem constitucional”...
Quando a União Soviética se desfez, três estados de facto emergiram no território da antiga Republica Soviética da Geórgia: Ossétia do Sul, Abkhazia e a nova Geórgia, que conseguiu rapidamente tornar-se membro das Nações Unidas com as antigas fronteiras desenhadas por Stalin.
Os ossetianos e abkhazes não entendem porque são chamados “separatistas”. Eles nunca se separaram da Geórgia porque nunca haviam a ela se unido quando o novo país foi formado após o colapso da União Soviética. O que o mundo chama de separatismo, não é mais do que o anseio por autonomia de um pequeno grupo de pessoas que foi dividido contra sua vontade.
Em oito de agosto grupos de jovens ossetianos, alguns com apenas 16 anos, atacaram tanques georgianos com bombas de gasolina. Jovens apanharam fuzis de assalto Kalashnikovs de arsenais escondidos e enfrentaram os georgianos sozinhos ou em pequenos grupos. Ao meio-dia, Alan Ulumbegov, um homem de 34 anos, nascido na cidade alemã de Meiningen e filho de um oficial soviético, viu tropas georgianas descendo a rua.
Vinham tripulando jipes norte-americanos e usando capacetes e uniformes de origem norte-americana. Muitos haviam sido treinados por Forças Especiais norte-americanas ou combatido no Iraque como companheiros dos americanos. Apanhou seu rifle num armário e preparou-se para sair. Sua mãe implorou-lhe que não fosse. – Preciso defender nosso povo, disse o jovem. Slogans contra o “traidor Sanakoyev estavam por toda parte”.
Dimitri Sanakoyev, ex-primeiro-ministro da Ossétia do Sul empossado por Saakashvili era odiado pelos ossetianos. A defesa da cidade recaiu nas mãos de Dimitri Kokoity, um ossetiano de origem russa, que fez fortuna nos selvagens anos 1990 durante o colapso da União Soviética. Ele fala aos seus homens entre as ruínas de uma antiga loja de departamentos. Seu grupo consiste numa heterogênea mescla de homens barbudos e mal-vestidos, alguns usando bataclavas. Todos portam alguma arma e gritam palavras de ódio contra os georgianos. Kokoity alega, numa tentativa de obter apoio internacional, que sua guerra não é contra o povo georgiano, e sim contra o governo, que quer destruir sua identidade como povo e seus anseios como nação independente.
Durante vários dias, estes jovens combaterão os invasores georgianos, sofrendo pesadas baixas e vendo sua capital ser reduzida a escombros. Somente a chegada de tropas russas conseguirá deter a matança e restaurar um pouco de ordem e esperança na cidade devastada, considerada por muitos como “a Stalingrado do Cáucaso”.
Quando falam em independência, o que de fato querem é a união com a Rússia.
Mas se isto ocorrerá ou não, só o tempo dirá...
Da EFE - Via G1
A Rússia informou hoje que a Geórgia entregou a Moscou os corpos de dois pilotos russos de um bombardeiro de longo alcance Tu-22M3 que foi abatido durante o conflito militar na Ossétia do Sul.
Segundo o chefe adjunto do Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Rússia, Anatoli Nogovitsin, "agora é preciso identificar os corpos dos pilotos mortos no Centro Estatal de Medicina Legal de Rostov-on-Don".
"Foi feita a entrega dos corpos de dois pilotos. Tentaremos esclarecer o destino do comandante da tripulação, enquanto continuar constando como desaparecido", disse Nogovitsin, citado pela agência oficial russa "Itar-Tass".
Lembrou que, antes, a Geórgia havia entregado às tropas de paz russas o major Viacheslav Malkov, piloto ferido do bombardeiro Tu-22M3.
A entrega dos corpos dos dois pilotos aconteceu com a participação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, à qual a Rússia solicitou ajuda para encontrar seus pilotos, disse Nogovitsin.
Rússia cumpre compromisso com Europa e retira tropas do porto georgiano de Poti
Prazo dado pela União Européia para a saída terminaria no domingo.
Do G1, com agências internacionais
A Rússia cumpriu neste sábado (13) um dos principais pontos do acordo assinado esta semana com a União Européia, ao retirar suas tropas do estratégico porto georgiano de Poti, no Mar Negro.
Os soldados russos desmontaram os dois postos de controle que haviam instalado nos acessos à cidade portuária e, em seguida, , arriaram a bandeira do país, informou à Agência Efe o vice-prefeito de Poti, Gocha Tugushi. A chancelaria russa confirmou a informação.
A retirada das tropas russas, que controlavam a estrada e a ferrovia que dão acesso ao porto, começou às 8h (hora local) e terminou menos de duas horas depois.
"As tropas de paz russas deixaram seus postos na linha Poti-Senaki e abandonaram o território da Geórgia. Fizeram isso dois dias antes do prazo estabelecido durante as conversas entre (o presidente russo) Dmitri Medvedev e (seu colega francês) Nicolas Sarkozy", diz um counicado da chancelaria russa.
A nota indica que "a parte russa espera que, sobretudo, a parte georgiana e também a União Européia (UE) cumpram os acordos com a mesma firmeza e boa vontade".
"Trata-se, em primeiro lugar, das garantias dadas pela UE sobre a renúncia ao uso da força por parte da Geórgia contra a Abkházia e a Ossétia do Sul, e do retorno de todas as forças georgianas ao local em que se encontravam até 1º de outubro."
A chancelaria também fez referência ao "desdobramento a tempo de observadores internacionais nas regiões da Geórgia adjacentes à Abkházia e à Ossétia do Sul, o que também permitirá a retirada das tropas de paz russas dessas regiões no prazo de dez dias".
Durante as quatro semanas em que manteve controle sobre Poti, o Exército russo afundar vários navios georgianos e destruiu as principais instalações militares e portuárias da cidade.
O comando russo reconheceu que o objetivo dessas ações foi impedir que a Geórgia lançasse uma contra-ofensiva contra as regiões separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia.
Poti, a única via de acesso marítimo para a ajuda humanitária enviada pelos navios dos Estados Unidos, tem uma refinaria, e o controle da cidade é vital para a economia georgiana.
Segundo a televisão do país, em cumprimento a outro ponto do acordo com a UE, os russos também estão desmontando os postos de observação em Teklati e Pirveli, localidades próximas à cidade de Senaki.
Na última segunda-feira, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, se comprometeu a retirar as tropas das imediações de Poti e Senaki em uma semana, prazo que expira neste domingo.
O reuco foi um adendo no acordo de cessar-fogo assinado em 12 de agosto por Medvedev e pelo presidente da França e rotativo da UE, Nicolas Sarkozy, para pôr fim às hostilidades na Ossétia do Sul.
Quanto às tropas posicionadas faixa de segurança entre o território administrado por Tbilisi e as regiões separatistas, a Rússia retirará suas tropas dez dias após a chegada de uma missão de observação da UE, o que acontecerá antes do final deste mês.
A missão vai ser integrada por 200 pessoas, que, sem armas, ficarão encarregadas de garantir a segurança na região.
Desde o fim do conflito armado com a Geórgia, em 12 de agosto, a Rússia montou ao todo 24 postos de controle no oeste e no norte do território georgiano administrado por Tbilisi, mas nunca se aproximou da capital.
Moscou se comprometeu a retirar suas tropas da faixa de segurança depois que a UE ofereceu garantias de que Tbilisi havia renunciado definitivamente ao uso da força contra os separatistas.
O acordo entre a Rússia e a UE não contempla a presença dos observadores europeus na Ossétia do Sul e na Abkházia, com cujas autoridades Moscou assinará esta semana um pacto de amizade, cooperação e assistência mútua em caso de agressão externa.
O Ministério da Defesa russo antecipou que a Rússia já tinha chegado a um acordo com os separatistas para o desdobramento em cada um de seus territórios de 3.800 soldados comuns, e não de forças de paz.
A União Européia afirmou na sexta-feira que retomaria as negociações para um amplo acordo de cooperação com a Rússia se esta retirasse suas tropas da zona de segurança.
"Se os compromissos russos se cumprirem, é perfeitamente possível que as reuniões sejam retomadas após 10 de outubro", destacaram fontes do bloco europeu.
A União Européia adiou no dia 1º de setembro as negociações até que as tropas russas retornassem às posições prévias à explosão do conflito na Geórgia, em 8 de agosto.
Por outro lado, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jaap de Hoop Scheffer, afirmou em entrevista à televisão georgiana que a Rússia deve retirar o mais rápido possível suas tropas do território da Geórgia, e respaldou as ambições de Tbilisi de entrar na aliança militar.A capital georgiana abrigará na segunda e na terça-feira a primeira reunião do Conselho Otan-Geórgia, durante a qual a situação no Cáucaso será abordada.
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