Rússia de Putin: A chantagem sobre a Europa
por Paulo Mendonça
As recentes ocorrências na Geórgia, e a violência da reacção russa às operações militares georgianas na província da Ossétia do Sul, geraram em várias chancelarias europeias uma desconfiança crescente e mesmo algum mal-estar.
A reação de alguns países europeus não foi apenas resultado das operações militares russas, mas também da facilidade com que os russos nos dias seguintes à invasão da Geórgia, afirmaram as suas ambições geoestratégicas, ameaçando de uma assentada vários países.
Entre outras ameaças, um dos principais responsáveis militares do exército russo, chegou mesmo a afirmar que a Rússia atacaria a Polónia com armas atómicas e o presidente russo Dimitri Medvedev, salientou em entrevistas, que a Rússia se reservava o direito de invadir qualquer país onde existissem cidadãos russos, no sentido de os proteger.
As ameaças russas dirigiram-se directamente à Ucrânia, onde quase 18% da população é de origem russa, mas também aos estados bálticos, onde existem minorias russas ainda mais significativas. A Estónia tem 25.6% de população de origem russa, na Letónia a percentagem de russos atinge 29.6%, embora na Lituânia esse número seja muito menos significativo atingindo apenas 6.4% da população.
O problema no caso dos Estados Bálticos, é que as ameaças russas não se dirigem directamente àqueles pequenos países, mas sim aos membros europeus da NATO, que segundo o Art. 5º do Tratado do Atlântico, podem considerar um ataque contra um dos seus membros, como um ataque contra todos.
O que pretende a Rússia ?
O objectivo russo, no que respeita aos Estados Bálticos, parece ser simples. Ameaçar os países europeus, para que estes nem sequer considerem a possibilidade de iniciar um conflito ao abrigo do Art. 5º, se, e quando, a Rússia invadir os Estados Bálticos.
No Ocidente, a imprensa tem-se feito eco das ameaças russas, e na Alemanha, por exemplo, os meios de esquerda normalmente associados aos «Verdes» e ao Partido Social Democrata[1], colocaram já a questão sobre se devemos entrar em guerra com a Rússia por causa dos Estados Bálticos.
Este tipo de análise, feito pelos sectores de esquerda mais permeáveis à influência do poder económico da Rússia, constitui um perigo para a segurança da Europa e para a Liberdade dos cidadãos europeus.
Como durante a Guerra Fria, uma quinta coluna de partidos subsidiados pelo Ouro de Moscovo, parece estar a agir no sentido de garantir a neutralidade de países da NATO, mesmo perante a invasão de um dos seus membros.
Partindo do principio de que é necessário negociar, negociar sempre, para garantir a continuação da Liberdade na Europa custe o que custar, muitos dirigentes europeus, parecem não compreender que desde que foi criado, o Império Russo, sempre foi uma tirania, e nunca entendeu nenhuma outra linguagem para além da sua: A linguagem da guerra, da morte e da destruição, para mostrar poder e demarcar território.
Tácticas de terror
A Rússia tenta assim por todos os meios – utilizando se necessário os seus tradicionais métodos de corrupção, chantagem e mesmo assassínio - minar a unidade dos países europeus, para garantir que, toldados pelo terror do eventual avanço russo e pelo comportamento bárbaro e criminoso das suas hordas, as opiniões públicas europeias prefiram deixar os russos avançar e invadir países da NATO em vez de responder ao avanço de Putin e da sua clique de terroristas encapotados.
A brutalidade da tropas russas na Geórgia, o massacre de civis e a utilização de bombardeamentos indiscriminados sobre as populações, destinou-se assim a lançar um aviso aos europeus:
«…Não julguem que estão livres de sofrer, porque nós levaremos a morte onde quisermos, sem que ninguém se nos oponha! »
Dividir para reinar
Juntamente com essa mensagem, a propaganda russa, tenta criar a ideia de que todo o problema tem origem nos Estados Unidos, que afrontam a Rússia com a instalação na Europa de armas «apontadas» a Moscovo.
Os mísseis defensivos norte-americanos, pelo seu numero (apenas 10 mísseis), não conseguiriam em nenhuma circunstância evitar um ataque russo contra os Estados Unidos ou contra a Europa, porquanto a Rússia ainda tem milhares de ogivas nucleares.
Com este tipo de propaganda a Rússia pretende fazer passar a mensagem aos Europeus, de que apenas colocam a sua segurança em paz ao permitir a instalação de armas americanas no seu território.
Desta forma, cria-se a ideia de que é o vínculo atlântico que constitui a origem do problema, tentando levar os europeus a achar que o problema é a Aliança Atlântica e não as pretensões imperiais de uma Rússia que não entende o seu lugar no mundo.
A Rússia atingirá assim o seu objectivo de dominar e explorar a Europa, conforme for da sua conveniência, seguindo os planos imperiais de Pedro o Grande.
Propaganda ao estilo de Goebels, assassinatos e terror
As acções russas, são acompanhadas por uma inimaginável torrente de mentiras (postas a circular pela propaganda do Kremlin, por jornalistas ameaçados de morte e tortura), que vão desde a invenção de um massacre na Geórgia - que desde o inicio era evidente ter sido inventado [2] – passam pelas provocações russas, com a invasão do espaço aéreo georgiano por aviões MiG-29 e vão até à ocultação da preparação metódica da invasão da Geórgia ou ao encobrimento do lento processo de etnocídio que a coberto da presença de forças de Paz, a Rússia tem conduzido nas regiões ocupadas da Ossétia do Sul e da Abkhazia na última década.
O que é preocupante é que este tipo de comportamento por parte dos russos, que nem sequer é escondido ou dissimulado, tem claramente as suas raízes na antiga União Soviética, mas acima de tudo, encontra o seu mentor no ministro da propaganda do III Reich, Joseph Goebbels, que mandava mentir muito, porque se uma mentira fosse dita muitas vezes algo acabaria por ficar.
Utilizando a mentira como arma, a Rússia pretende facilitar a acção dos seus agentes no ocidente, que beneficiam da Liberdade de Expressão e que podem por isso ajudar o regime de Putin a afirmar os seus pontos de vista, passando aos europeus a ideia de uma Rússia benévola, que apenas quer vender o seu petróleo.
Na Rússia, ao contrário, as vozes do ocidente são silenciadas de forma violenta e brutal.
Os assassinatos políticos, sob as ordens diretas de Vladimir Putin sucedem-se, e ainda há duas semanas atrás, um desses assassinatos ocorreu em plena luz do dia, quando por ordem direta de um correligionário politico de Putin (que afirmou textualmente, «matem-no como um cão quando o avião pousar») foi assassinado a sangue frio o jornalista Magomed Yevloyev, conhecido por ser o único jornalista da Ingushétia, contrário à linha política defendida por Putin.
Mais tarde, e como é normal nestes casos, a imprensa russa noticiou sem comentários, que o jornalista se tinha suicidado na prisão.
Desde o ano 2000, ou seja desde que Vladimir Putin chegou ao poder na Rússia, 23 (vinte e três) jornalistas que criticaram o presidente russo, foram barbaramente assassinados, todos eles em circunstâncias estranhas, sem que nunca houvesse qualquer investigação digna desse nome.
Todo o «jogo» russo, é portanto perfeitamente claro.
Atemorizar a Europa, fazer crer que a Rússia quando invadir invadirá quem quiser utilizando métodos brutais e até - se assim o achar conveniente - recorrendo ao holocausto nuclear.
É assim desde Ivan IV, também conhecido como «Ivan o Terrível». É assim, que a Rússia se expandiu através do mais puro terror, e foi através do terror e da chantagem que a Rússia atingiu as suas fronteiras actuais.
Mas a Rússia não é um país normal. Os seus líderes precisam da violência para justificar as suas acções perante o seu próprio povo. Enquanto a Rússia não encontrar o seu caminho, a chantagem continuará a ser uma das suas armas preferidas.
Putin, um novo Hitler ?
Contra esta mensagem de terror e contra a chantagem russa, que a Europa já conhece do tempo da Guerra Fria, não há nenhuma resposta que passe pela contemporização e pelo aplacar do Urso.
Quando tentou fazer a mesma coisa em 1938, tentando aplacar Hitler, a Europa civilizada, abriu caminho para a II Guerra Mundial. Ninguém respondeu a Hitler e por isso Hitler achou que poderia continuar.
Se a Europa, não falar grosso contra este novo potencial genocida que é o ex agente da KGB Vladimir Putin, a Europa corre o risco de deixar este novo Reich Fuhrer tomar o freio nos dentes.
A reação de alguns países europeus não foi apenas resultado das operações militares russas, mas também da facilidade com que os russos nos dias seguintes à invasão da Geórgia, afirmaram as suas ambições geoestratégicas, ameaçando de uma assentada vários países.
Entre outras ameaças, um dos principais responsáveis militares do exército russo, chegou mesmo a afirmar que a Rússia atacaria a Polónia com armas atómicas e o presidente russo Dimitri Medvedev, salientou em entrevistas, que a Rússia se reservava o direito de invadir qualquer país onde existissem cidadãos russos, no sentido de os proteger.
As ameaças russas dirigiram-se directamente à Ucrânia, onde quase 18% da população é de origem russa, mas também aos estados bálticos, onde existem minorias russas ainda mais significativas. A Estónia tem 25.6% de população de origem russa, na Letónia a percentagem de russos atinge 29.6%, embora na Lituânia esse número seja muito menos significativo atingindo apenas 6.4% da população.
O problema no caso dos Estados Bálticos, é que as ameaças russas não se dirigem directamente àqueles pequenos países, mas sim aos membros europeus da NATO, que segundo o Art. 5º do Tratado do Atlântico, podem considerar um ataque contra um dos seus membros, como um ataque contra todos.
O que pretende a Rússia ?
O objectivo russo, no que respeita aos Estados Bálticos, parece ser simples. Ameaçar os países europeus, para que estes nem sequer considerem a possibilidade de iniciar um conflito ao abrigo do Art. 5º, se, e quando, a Rússia invadir os Estados Bálticos.
No Ocidente, a imprensa tem-se feito eco das ameaças russas, e na Alemanha, por exemplo, os meios de esquerda normalmente associados aos «Verdes» e ao Partido Social Democrata[1], colocaram já a questão sobre se devemos entrar em guerra com a Rússia por causa dos Estados Bálticos.
Este tipo de análise, feito pelos sectores de esquerda mais permeáveis à influência do poder económico da Rússia, constitui um perigo para a segurança da Europa e para a Liberdade dos cidadãos europeus.
Como durante a Guerra Fria, uma quinta coluna de partidos subsidiados pelo Ouro de Moscovo, parece estar a agir no sentido de garantir a neutralidade de países da NATO, mesmo perante a invasão de um dos seus membros.
Partindo do principio de que é necessário negociar, negociar sempre, para garantir a continuação da Liberdade na Europa custe o que custar, muitos dirigentes europeus, parecem não compreender que desde que foi criado, o Império Russo, sempre foi uma tirania, e nunca entendeu nenhuma outra linguagem para além da sua: A linguagem da guerra, da morte e da destruição, para mostrar poder e demarcar território.
Tácticas de terror
A Rússia tenta assim por todos os meios – utilizando se necessário os seus tradicionais métodos de corrupção, chantagem e mesmo assassínio - minar a unidade dos países europeus, para garantir que, toldados pelo terror do eventual avanço russo e pelo comportamento bárbaro e criminoso das suas hordas, as opiniões públicas europeias prefiram deixar os russos avançar e invadir países da NATO em vez de responder ao avanço de Putin e da sua clique de terroristas encapotados.
A brutalidade da tropas russas na Geórgia, o massacre de civis e a utilização de bombardeamentos indiscriminados sobre as populações, destinou-se assim a lançar um aviso aos europeus:
«…Não julguem que estão livres de sofrer, porque nós levaremos a morte onde quisermos, sem que ninguém se nos oponha! »
Dividir para reinar
Juntamente com essa mensagem, a propaganda russa, tenta criar a ideia de que todo o problema tem origem nos Estados Unidos, que afrontam a Rússia com a instalação na Europa de armas «apontadas» a Moscovo.
Os mísseis defensivos norte-americanos, pelo seu numero (apenas 10 mísseis), não conseguiriam em nenhuma circunstância evitar um ataque russo contra os Estados Unidos ou contra a Europa, porquanto a Rússia ainda tem milhares de ogivas nucleares.
Com este tipo de propaganda a Rússia pretende fazer passar a mensagem aos Europeus, de que apenas colocam a sua segurança em paz ao permitir a instalação de armas americanas no seu território.
Desta forma, cria-se a ideia de que é o vínculo atlântico que constitui a origem do problema, tentando levar os europeus a achar que o problema é a Aliança Atlântica e não as pretensões imperiais de uma Rússia que não entende o seu lugar no mundo.
A Rússia atingirá assim o seu objectivo de dominar e explorar a Europa, conforme for da sua conveniência, seguindo os planos imperiais de Pedro o Grande.
Propaganda ao estilo de Goebels, assassinatos e terror
As acções russas, são acompanhadas por uma inimaginável torrente de mentiras (postas a circular pela propaganda do Kremlin, por jornalistas ameaçados de morte e tortura), que vão desde a invenção de um massacre na Geórgia - que desde o inicio era evidente ter sido inventado [2] – passam pelas provocações russas, com a invasão do espaço aéreo georgiano por aviões MiG-29 e vão até à ocultação da preparação metódica da invasão da Geórgia ou ao encobrimento do lento processo de etnocídio que a coberto da presença de forças de Paz, a Rússia tem conduzido nas regiões ocupadas da Ossétia do Sul e da Abkhazia na última década.
O que é preocupante é que este tipo de comportamento por parte dos russos, que nem sequer é escondido ou dissimulado, tem claramente as suas raízes na antiga União Soviética, mas acima de tudo, encontra o seu mentor no ministro da propaganda do III Reich, Joseph Goebbels, que mandava mentir muito, porque se uma mentira fosse dita muitas vezes algo acabaria por ficar.
Utilizando a mentira como arma, a Rússia pretende facilitar a acção dos seus agentes no ocidente, que beneficiam da Liberdade de Expressão e que podem por isso ajudar o regime de Putin a afirmar os seus pontos de vista, passando aos europeus a ideia de uma Rússia benévola, que apenas quer vender o seu petróleo.
Na Rússia, ao contrário, as vozes do ocidente são silenciadas de forma violenta e brutal.
Os assassinatos políticos, sob as ordens diretas de Vladimir Putin sucedem-se, e ainda há duas semanas atrás, um desses assassinatos ocorreu em plena luz do dia, quando por ordem direta de um correligionário politico de Putin (que afirmou textualmente, «matem-no como um cão quando o avião pousar») foi assassinado a sangue frio o jornalista Magomed Yevloyev, conhecido por ser o único jornalista da Ingushétia, contrário à linha política defendida por Putin.
Mais tarde, e como é normal nestes casos, a imprensa russa noticiou sem comentários, que o jornalista se tinha suicidado na prisão.
Desde o ano 2000, ou seja desde que Vladimir Putin chegou ao poder na Rússia, 23 (vinte e três) jornalistas que criticaram o presidente russo, foram barbaramente assassinados, todos eles em circunstâncias estranhas, sem que nunca houvesse qualquer investigação digna desse nome.
Todo o «jogo» russo, é portanto perfeitamente claro.
Atemorizar a Europa, fazer crer que a Rússia quando invadir invadirá quem quiser utilizando métodos brutais e até - se assim o achar conveniente - recorrendo ao holocausto nuclear.
É assim desde Ivan IV, também conhecido como «Ivan o Terrível». É assim, que a Rússia se expandiu através do mais puro terror, e foi através do terror e da chantagem que a Rússia atingiu as suas fronteiras actuais.
Mas a Rússia não é um país normal. Os seus líderes precisam da violência para justificar as suas acções perante o seu próprio povo. Enquanto a Rússia não encontrar o seu caminho, a chantagem continuará a ser uma das suas armas preferidas.
Putin, um novo Hitler ?
Contra esta mensagem de terror e contra a chantagem russa, que a Europa já conhece do tempo da Guerra Fria, não há nenhuma resposta que passe pela contemporização e pelo aplacar do Urso.
Quando tentou fazer a mesma coisa em 1938, tentando aplacar Hitler, a Europa civilizada, abriu caminho para a II Guerra Mundial. Ninguém respondeu a Hitler e por isso Hitler achou que poderia continuar.
Se a Europa, não falar grosso contra este novo potencial genocida que é o ex agente da KGB Vladimir Putin, a Europa corre o risco de deixar este novo Reich Fuhrer tomar o freio nos dentes.
[1] – O antigo Chanceler Social Democrata Schroeder, é o principal artífice da actual dependência alemã da energia russa. Depois de abandonar o cargo Schroeder passou a trabalhar para as empresas russas.
[2] – A tese do genocídio, foi abandonada pela própria imprensa russa, por evidente falta de provas, e quando até médicos russos afirmaram que nunca poderiam ter morrido 2.000 pessoas em Tskhinvali entre 7 e 8 de Agosto de 2008.
EM VIDEO COMBATE NA GEÓRGIA:
[2] – A tese do genocídio, foi abandonada pela própria imprensa russa, por evidente falta de provas, e quando até médicos russos afirmaram que nunca poderiam ter morrido 2.000 pessoas em Tskhinvali entre 7 e 8 de Agosto de 2008.
EM VIDEO COMBATE NA GEÓRGIA:
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