Industrias norueguesas de defesa preferem o Gripen !
Contrapartidas, tornam caça sueco preferível ao F-35 americano
ÁREA MILITAR

A associação norueguesa de industrias de defesa, uma entidade que junta as principais industrias militares da Noruega, divulgou um relatório em que defende a aquisição por parte da Noruega do caça sueco JAS-39 Gripen NG.

A sugestão do organismo, que é uma espécie de conselho em que participam as administrações de industrias de defesa da Noruega e não um organismo oficial, afirma que para que para a industria do país, a opção pela compra do Gripen, é mais vantajosa que a aquisição pela Noruega do caça Stealth norte-americano F-35 Lightning-II.

A Noruega pretende substituir a sua frota de aeronaves F-16 e é um dos países que participa no projecto do Joint Strike Fighter, o mais recente caça Stealth da Lockeed Martin norte-americana.

As relações entre as indústrias de defesa dos países escandinavos são relativamente estreitas e a cooperação é comum, ainda que pontuada por concorrência em vários sectores.

Esta não é a primeira vez que as industrias norueguesas se queixam da falta de cumprimento por parte da Lockeed Martin das contrapartidas pela entrada da Noruega no projecto JSF.
Desde há algum tempo que os industriais noruegueses se queixam de que a sua participação no projecto F-35 tem trazido pouca ou nenhuma vantagem para a industria do país.
O fabricante do aparelho tem um entendimento diferente relativamente ao que considera offset tecnológico. Segundo a Lockeed Martin, a participação no projecto não implica a garantia de que as industrias dos países participem automaticamente no desenvolvimento de componentes. Depois de serem reconhecidas como potenciais fornecedores, as empresas da Noruega (e dos outros países que participam no projecto) devem concorrer entre elas, não tendo nenhuma delas qualquer garantia efectiva de recebimento de encomendas que permitam o desenvolvimento de tecnologias no país. A entrada de empresas no projecto como fornecedoras, depende das condições tecnológicas e económicas que apresentem.

Os industriais da Noruega parecem estar mais interessados no conjunto de contrapartidas mais convencionais que a SAAB sueca pode oferecer.

No caso de os noruegueses optarem pelo Gripen, as empresas poderão receber contratos firmes, não dependendo das contrapartidas algo ilusórias que a Lockeed Martin tem oferecido.

A SAAB sueca apresentou uma proposta de fornecimento da nova versão do seu caça Gripen-NG, uma aeronave dotada de sistemas aviónicos de última geração, e opção para mais um tipo de radar plano do tipo Phased Array entre os quaos um construído em cooperação com industrias de Israel, a que se junta uma capacidade e possibilidade de integração de um grande número de armamentos, permitindo aos utilizadores uma grande flexibilidade.

O caça Gripen, é um produto da empresa sueca SAAB e conta com componentes de origem norte-americana e europeia. Ele foi concebido para a defesa da Suécia, ainda durante o período da guerra fria, quando a Suécia embora sendo neutral, considerava que estrategicamente estaria ao lado dos países ocidentais.

O SAAB Gripen, começou a ser desenhado numa altura em que começaram a aparecer os novos caças soviéticos desenhados nos anos 80, como o MiG-29 e o Su-27 e não sendo um caça Stealth, é pelo seu tamanho um dos «menos visíveis» caças da actualidade.

A principal desvantagem que os críticos apontam à aeronave sueca, consiste no facto de ser um monomotor que por isso não tem tanta potência quanto outras aeronaves equivalentes, não podendo transportar tanto combustível, limitando por isso o seu raio de acção operacional.

As opções da indústria norueguesa, não são no entanto opções que tenham em consideração as vantagens tácticas militares da escolha entre uma aeronave de 5ª geração (o F-35 JSF) e uma de quarta (o Gripen). A opção da industria norueguesa é apenas resultado do maior número de vantagens comerciais que a SAAB apresentou, e não tem qualquer respaldo por parte de militares.