Militares de Israel desconfiam de radares americanos
Segurança do país pode ser afetada

ÁREA MILITAR

Alguns sectores militares em Israel, divulgaram por vias não oficiais alguns receios quanto às características e às consequências do acordo militar que foi assinado entre os Estados Unidos e o Estado de Israel, que permite a colocação de uma base militar dos Estados Unidos no deserto do Negev, a qual será completamente gerida por pessoal civil e militar norte-americano.

O sistema pode funcionar de forma independente mas estará ligado ao sistema de defesa israelita, permitindo a este último receber informação com cerca de 5 minutos de antecedência, na eventualidade de mísseis serem lançados contra o país, a partir do Irão.

Segundo a imprensa de Israel, oficiais do IDF (Israeli Defence Force) as Forças Armadas israelitas, terão mostrado alguma desconfiança perante a possibilidade de os Estados Unidos passarem a ter toda a informação sobre tudo o que voa em Israel.
Eles saberão, sempre que uma mosca levantar voo dentro das nossas fronteiras, adiantou a fonte militar não divulgada.

Embora várias fontes internacionais tivessem afirmado que Israel só teria um acesso limitado ao radar norte-americano, em Israel muitos militares não entenderam de imediato que quem estaria no comando do sistema seriam militares norte-americanos, com o apoio de pessoal civil, e que Israel apenas receberá a informação que os americanos querem que receba.

Os militares de Israel terão ficado preocupados e responsabilizado o Primeiro Ministro Ehud Olmert (que deverá ser substituído pela ministra Tzipi Livni) por não ter estudado devidamente as consequências da autorização.

Pelos dados que são conhecidos, a presença daquele tipo de radar em Israel permite efectivamente aos Estados Unidos uma informação precisa sobre exactamente tudo o que se passa nos céus do país, e os militares israelitas sempres se mostraram relutantes em mostrar todos os seus segredos mesmo aos norte-americanos [1].
Os militares de Israel mostraram-se ainda preocupados com a possibilidade de a Rússia se considerar afectada pela presença daquele radar, cujo alcance permite atingir o sul da Rússia – e em retaliação vender à Síria e ao Irão os sistemas S-300 cujo fornecimento aqueles dois países já solicitaram

Algumas fontes em Israel tinham mesmo afirmado que o radar passaria para o controlo israelita logo que o pessoal tivesse sido devidamente treinado para a sua operação, mas as autoridades militares norte-americanas negaram veementemente que o radar fosse transferido para o controlo dos israelitas.

A presença de uma força americana sem controlo de Israel, em território israelita é um precedente histórico, pois é a primeira vez que Omã base estrangeira é colocada em território daquele país. O radar encontra-se na base aérea de Nevatim, no deserto do Negev, mas será transferida para um local isolado dentro dos próximos meses.

O sistema norte-americano, um radar de alta potência ligado a um sistema de vigilância via satélite, que coordena os dados captados por ambos os sensores, é capaz de identificar o lançamento de um míssil entre 2.000 a 5.000km de distância, efectuar cálculos balísticos e prever o alvo em segundos, permitindo a Israel ganhar mais alguns minutos de pré-aviso em caso de ataque iraniano.

[1] – O mais conhecido «choque» entre os dois países ocorreu durante a guerra dos seis dias, em que um navio de pesquisas (muitas vezes um eufemismo para navio espião) dos Estados Unidos (USS Liberty) foi atacado pela Força Aérea de Israel e por lanchas torpedeiras da marinha. Até hoje subsistem dúvidas sobre se o ataque terá sido efectivamente um engano, embora vários inquéritos tenham afirmado que o incidente foi apenas um engano trágico.