O tempo das armas nucleares já passou, diz presidente do Irã
Ahmadinejad abordou polêmicas declarações em entrevista nos EUA.
Ele se negou a declarar apoio a um candidato à Presidência.
Ahmadinejad abordou polêmicas declarações em entrevista nos EUA.
Ele se negou a declarar apoio a um candidato à Presidência.
Do G1, em São Paulo
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad voltou a negar, em uma longa entrevista ao apresentador de TV norte-americano Larry King, que seu país esteja desenvolvendo bombas atômicas, e defendeu que o programa nuclear do Irã é pacífico.
“Acredito que a bomba atômica perdeu sua importância política, na verdade. O tempo das armas nucleares acabou, quem investe nisso está indo na direção errada”, disse Ahmadinejad, que aproveitou a Assembléia Geral da ONU, em Nova York para esclarecer algumas de suas mais polêmicas declarações.
“O tempo das bombas desse tipo acabou. Vivemos um tempo de conversa, de cultura, de a razão prevalecer”, disse.
Segundo Ahmadinejad, todo o debate em relação às pesquisas do seu país existe apenas por questões políticas, e não por uma batalha legal. “A AIEA verificou que as atividades nucleares iranianas são pacíficas. Eles disseram não haver nenhuma infração por parte do Irã. Tudo o que estamos fazendo é legal e pacífico.”
Perguntado se deixaria haver mais inspeções, Ahmadinejad disse que já ofereceu a maior colaboração já dada à AIEA, e acusou a agência de não fiscalizar outros países, apenas focar no Irã. “O regime sionistas não deveria ser inspecionado também? Esta é uma questão de dois pesos e duas medidas”, acusou.
Eleições nos EUA
Ahmadinejad criticou o governo Bush por ter perdido oportunidades de fazer acordos com seu país, mas se negou a defender a eleição de um ou outro candidato à Presidência norte-americana na eleição de novembro.
Segundo ele, cabe à população norte-americana ouvir às propostas e escolher, e que ele precisa apenas aguardar a escolha e ver quais são os projetos e idéias reais do presidente eleito.
Apagar Israel do mapa
Questionado sobre uma suposta declaração de que o estado de Israel deveria ser apagado do mapa, Ahmadinejad negou a intenção de realizar qualquer ação militar na região, mas disse que defende uma solução humanitária e democrática para todos os povos que vivem nela.
“Quando falamos em apagar Israel do mapa, queremos falar em desaparecimento dos crimes, da matança, da agressão e da ocupação, mas nossa solução é democrática. Em todo o território palestino as pessoas deveriam ter eleições livre, para todos, sob supervisão internacional”, disse.
“Não temos problemas com os judeus. Muitos judeus vivem no Irã hoje, e eles têm um representante no Parlamento. Mas os sionistas não são judeus, não têm religião nenhuma. eles usam máscaras de judeus, mas não têm religião”, atacou. “O regime sionista é um visitante não convidado, trata-se de uma ocupação. Este regime é totalmente ilegal.”
Holocausto
O presidente do Irã explicou ainda seus questionamentos sobre o Holocausto, que o faz ser apontado freqüentemente como tendo negado a existência do massacre de judeus no passado.
“O que reclamamos é da falta de crítica à tese que é aceita globalmente. Achamos que é preciso que sejam realizadas mais pesquisas e mais independentes sobre o que ocorreu, que o debate deve existir, mas os sionistas não permitem o debate”, disse.
Segundo ele, entretanto, o Holocausto não pode ser usado como desculpa para o que considera “crimes” do Estado de Israel. “Vamos assumir que tenha existido da forma como todos falam. Mas isso não aconteceu na Palestina, aconteceu na Europa. Se os crimes foram cometidos na Europa, porque os palestinos têm que pagar por isso. Porque não deixam que eles ocupem território na Europa, ou até mesmo no Alasca.”
Gays no Irã
Outra declaração polêmica que ele tentou explicar foi a de um ano antes, quando disse não haver gays no seu país.
"O que falei é que não há gays no Irã da mesma forma que há gays nos Estados Unidos", disse, explicando que se trata de uma questão cultural do país, que não aceita o homossexualismo socialmente como os países ocidentais. "Temos uma lei contra isso. Uma lei que passou no Congresso, de forma democrática e que fazemos ser cumprida", disse.
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