Canal de Suez

A ideia de ligar o Mar Vermelho ao Mediterrâneo já vem dos tempos do antigo Egipto. A solução encontrada na época foi a ligação do Mar Vermelho ao rio Nilo. Após a invasão do Egipto pelos Persas no séc VI aC, o rei Dário, completou a obra inacabada. O sistema estava dividido em duas partes. Um canal que ligava o golfo de Suez aos lagos Amargos e um outro que ligava os lagos ao Nilo. Depois da era ptolomaica o canal assoreou com as areias do deserto e tanto os romanos, no tempo de Trajano, como mais tarde os árabes, com através do califa Omar, reconstroem o canal sendo uma via vital de comunicações. Com o tempo, o deserto e as suas areias, voltaram a impôr a sua lei e a descoberta no séc.XV pelos portugueses da rota da Índia, através do cabo da Boa Esperança, votou o canal ao completo esquecimento.

Em 1541, D.João de Castro, no seu roteiro do Mar Roxo fala-nos deste canal. Os venezianos ao verem em perigo o seu comércio, por causa da nova rota das especiarias, tentam a reabertura do canal através de negociações com o Egipto. Devido à ocupação turca entre 1517 e 1805 esta possibilidade foi posta de lado. Em 1671 matemático Leibniz chega a propor a Luis XIV a abertura do istmo, ideia já avançada outrora por Alexandre. No início do séc.XVI, ao tomar conhecimento deste projecto, Afonso de Albuquerque, que tentava então ter o domínio do mar Vermelho, encara a hipótese de recrutar empreiteiros de aterros da Madeira, especialistas em escavar terra.

Durante a campanha do Egipto, Napoleão interessa-se pelo assunto e encarrega Charles Lepère de elaborar um estudo. Em 1832, um feliz acaso põe nas mãos de Ferdinand Lesseps, então vice-consul de França no Egipto, este estudo, que propõe seguir o antigo traçado faraónico. A ideia de unir directamente o Mar Vermelho ao Mediterrâneo é no entanto a opção de Lesseps. Só mais tarde, em 1854, quando Mohammed Saïd sobe ao poder por morte do vice-rei Abbas Pachá, é que Lesseps, graças à amizade que o une ao novo monarca, consegue fazer vingar o seu sonho. É então constituída a Compagnie Universelle du Canal Maritime du Suez de que Lesseps é naturalmente o administrador.


Ferdinand de Lesseps


Mohammed Saïd


Ismail Pacha

Em 1859 começam as obras. As dificuldades foram imensas e o sucessor de Mohammed Saïd, Ismail Pachá, opôs-se ao sistema de recrutamento dos operários egípcios, que já na época foi descrito como de autêntica escravatura. Estimou-se a morte de mais de 120.000 operários durante a construção do canal!

A 15 de Agosto de 1869 as águas do Mar Vermelho entraram nos lagos Amargos que já recebiam as águas do Mediterrâneo através do lago Timsah. A inauguração, que realizou-se no dia 17 de Novembro de 1869 no meio de grandes e exuberantes festejos, foi presenciada por Eça de Queiroz que publicou no Diário de Notícias o relato do acontecimento com o título De Port-Said a Suez ou Carta sobre a inauguração do Canal de Suez inserida nas Notas Contemporâneas. O Cairo sofreu profundas alterações como uma ligação rodoviaria com Ismailia e a construção propositada de um teatro para que, durante a inauguração, pudesse ser representada a ópera Aida encomendada propositadamente a Verdi, que não chegou a acabá-la a tempo.


Inauguração do Canal de Suez

Foram convidados representantes da França, Inglaterra, Rússia e outras casas reais. Portugal não esteve oficialmente representado já que a corveta Estephânia desarvorou quando ia a caminho tendo regressado a Lisboa. O iate Aigle, com a imperatriz Eugénia e Lesseps a bordo, iniciou o cortejo que partiu de Port-Said. A intervalos de quarto de hora, seguiram o Greif com o imperador Francisco José, a fragata Herta do príncipe herdeiro da Prússia, o iate holandês com príncipe e a princesa dos Países-Baixos, o navio russo com o grão-duque Miguel e o general Ignatiev em representação do Csar, o Phyché com o embaixador da Grã-Bretanha em Constantinopla e cerca de mais 50 outros navios entre os quais o Fayoum que transportava o conde de Resende e Eça de Queiroz. As festas, que custaram ao kediva 37 milhões de francos, realizaram-se no dia seguinte em Ismailia. Partiram de novo no dia 19 e a 20 chegaram a Suez. Dez dias após a inauguração a barca Viajante acabou por ser o primeiro barco português a atravessar o canal.

Em 1875 o kediva estava em grandes dificuldades financeiras. A Grã-Bretanha, através do então primeiro ministro Disraeli, que assumiu toda responsabilidade do acto, comprou a totalidade das acções do kediva no valor de 4 milhões de libras, ficando assim com o controlo do canal, vital para a ligação com a Índia inglesa.

O facto de alguns países ocidentais, como a França, Inglaterra e os Estados Unidos, terem recusado um empréstimo para a construção da barragem de Assuão, fez com que o presidente egípcio Nasser, retaliasse com a nacionalização do canal em 1956. Os lucros obtidos através da companhia do canal de Suez ajudariam assim o projecto da barragem. Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a penísula do Sinai, obrigando os egípcios a afundar 40 navios no canal de modo a encerrá-lo. Durante este periodo constroem-se os maiores petroleiros que voltaram a cruzar a velha rota do cabo. Só em 1975 Sadat obtém a paz com Israel reabrindo o canal ao tráfego.

Fonte: www.ancruzeiros.pt

Canal de Suez

No quadro dos acontecimentos do Egito, talvez seja interessante recordar um pouco a História do Canal de Suez, idealizado pela França, com operários egípcios, fator que era contra a vontade bem como a resistência tenaz por parte da Inglaterra, que nunca tinha desejado a construção desse caminho marítimo, a Inglaterra tentou bloquear o inicio da construção. Porém, por ironia do destino, mais tarde, a Inglaterra instalou-se no Canal de Suez chegando a estar diretamente envolvida na Administração da Companhia do Canal de Suez. A Inglaterra beneficiava-se dessa importante e grandiosa obra realizada por outros e que inicialmente não era desejada pela sua Majestade.

Os primeiros dados históricos sobre a tentativa de ligar o Mediterrâneo ao Mar Vermelho, na verdade, perde-se na lenda e na antigüidade.

Estrabão e Plínio atribuem ao faraó Sesostri a prioridade dessa idéia. Inscrições rupestres em Karna atestam que um Canal, permitia navegar pelo Mar Vermelho, até os Lagos Salgados, desde 1330 a.C.

Diz um historiador, conforme artigo publicado no Jornal Francês “Le Monde”, que os engenheiros franceses serviram-se desse antigo traçado, para executar a obra em 1859. A idéia teve seu desenvolvimento, quer entre os egípcios, quer entre outros povos que o dominaram.

Atribui-se na história que Trajano chegou a abrir um ramal do primeiro Canal, mas foi apenas em 1854, da era atual, que Ferdinand Lesseps – diplomata e engenheiro francês conseguiu recursos financeiros e apoio da família do Rei Egípcio “Mehmet Ali” para organizar a Companhia do Canal de Suez, iniciando, e logo após completando, a obra de abertura do Canal de Suez, apesar de tremenda oposição e tentativa de interferência da Inglaterra.

Em papéis de títulos representativos, no mercado de Ações de Valores, assim ficaram divididas as respectivas quotas , entre a França e o Egito:

França = 207.000 ações e;

Egito = 177.000 ações.

No dia 26 de novembro do ano de 1889 aconteceu, solenemente, a inauguração e abertura do Canal de Suez, para circulação dos navios, depois das lutas dramáticas de Ferdinand Lesseps, que não poderia ter realizado a sua grandiosa empreitada, sem o apoio pessoal de Napoleão III.

Durante os trabalhos da construção do Canal de Suez, ocorreu uma epidemia de cólera, ocasião em que morreram grande número de operários, então Lesseps teve que enfrentar uma séria crise que afinal acabou sendo contornada.

Quando Nasser anunciava a nacionalização da Companhia do Canal de Suez, em ato público na cidade de Alexandria, no discurso, o mandatário egípcio indicava que havia um registro no Cairo, dizendo que, uma cifra de aproximados 120.000 operários acabaram morrendo na crise da epidemia de cólera, sendo impossível controlar e saber a exatidão desses dados, muito embora aparente ser exagerada essa cifra estatística egípcia.

Perante a vitória da França, o Estado da Inglaterra, em pleno período imperialista e estendendo-se por toda África (na luta habilidosa, porém inútil, no Norte – contra a Espanha e França, para evitar no seu exclusivo interesse, o controle de Marrocos e Tunísia, assaltos a territórios portugueses, culminando no Ultimatum de 1890, na Guerra dos Boers, etc), resolveu interessar-se pelo assunto.

Porém um fato inusitado e “sui gêneris” havia acontecido em 1.875, quando o “Kediva” - Ismail do Egito, aceitou vender, tendo em vista uma séria crise financeira de origem obscura, as Ações Financeiras da Companhia do Canal de Suez, que o pobre Egito tinha em seu poder, e então o Inglês Disraeli, num golpe astuto e rápido, e “avisado” – comprou todas essas Ações Egípcias.

Esse acontecimento gerou um dos fatos mais curiosos e contundente dessa operação e transação financeira, que foi assinalada e divulgada por Leie Halevy ( “imperialismo and the rise of Labour”).

O que muito chamou a tenção, é que um artigo nesse novo contrato, estabelecia que por durante 19 anos, o Egito pagaria um juro de 5 % sobre o valor dessas ações vendidas à Inglaterra. Um absurdo!

E é o que se pode chamar de uma norma estranha (estranhíssima), a qual, nem Cristo, nem Maomé entenderiam muito bem. Mas enfim, a operação foi realizada, concretizada por Disraeli e pela Inglaterra, numa época passada, mas não de todo excepcional na sua história.

Outro acontecimento em 1876, quando a Inglaterra e a França estabeleceram, de fato, um Condomínio sobre o Egito ( cujo teor está contido no Livro de Jaques Pirene, intitulado – “Les Grands Ecourants de L’históire Universelle” à Pág. 476 – Volume V). - O “Khediva” egípcio querendo libertar-se da tutela de Londres e de Paris, na conformidade com o Acordo de Constantinopla, obrigaram-no a abdicar do seu trono, a favor de seu filho Tewfick. Daqui resultou um levante nacional contra a ocupação estrangeira, dirigida por Arabi, discípulo de Afghnani.

Tewfick – levado pelos acontecimentos, fez um apelo à população conclamando-a à “Guerra Santa”.

Os acordos firmados na Conferência de Constantinopla (1.882) vieram a provocar novos levantamentos populares, mostrando-nos que a luta pela libertação do Egito não é idéia de Nasser. Sendo mesmo lamentável que assumam, na pessoa do mandatário egípcio, uma tradição pobre e agora de aspectos antipáticos pela pessoa e métodos do ditador e demagogo líder egípcio – Nasser.

A França praticamente retirou-se dessa ocupação, e a Inglaterra não conformada, desembarcou tropas militares em Alexandria, as quais acabaram por destruir grande parte da cidade.

Paralelamente no Sudão acontecia um movimento insurrecional do antigo escravo Mohamed Bem Ahsmed, contra os ingleses, que tentavam apoderar-se do Alto Nilo. Em 1883, um exército da Inglaterra foi derrotado e depois de vários revezes Disraeli tentou novos entendimentos com a França. Havendo por parte da Inglaterra, a idéia de abandono parcial do Egito, mas vencido o movimento do Sudão e podendo exercer o domínio sozinho, resolveu ficar em condições juridicamente pouco claras à opinião pública mundial.

Uma nova Conferência em 1.888, fixaria as normas de como seria a Administração do Canal de Suez. O Canal de Suez ficaria sob a soberania teórica do Egito, que nunca teve a oportunidade de exerce-la, já que seu território estava ocupado pela Inglaterra. E para transformar-se em... digamos assim, uma situação de fato, uma situação de direito, no dia 12 de dezembro de 1.914, a Grã-Bretanha colocava o Egito em Regime de Protetorado.

Depois de muitas lutas, mais recentes e conhecidas, um Tratado de Londres no dia 26 de agosto de 1936, consagrava a independência do Egito. E há poucos dias – Nasser, por sua conduta e risco, nacionalizou a Companhia do Canal de Suez, cujo Contrato iria expirar no ano de 1968.

Deixando de lado a discussão sobre o direito de nacionalizar a Companhia do Canal de Suez, o que é evidente é o caráter de necessária internacionalização do Canal, conforme inscrito na Conferência de 1.888 e aceito no artigo 8, do Acordo de Suez, assinado em outubro de 1.954 pelo governo egípcio. Os EUA exerceram uma ação moderadora e noutra, desligando-se dos dois problemas, e, aceitara a internacionalização, garantindo a nacionalização do Canal com todas as vantagens para o Egito, é o único ponto de vista inteligente para Nasser, já que o direito absoluto sobre o Canal de Suez, no que concerne às retricidades da navegação, é inaceitável.

A Conferência que vai reunir-se sobre o Canal de Suez (bem como a própria ONU), estamos certos, encontrará a fórmula capaz de levar esta grave crise a uma solução pacífica. Garantir a liberdade dos mares é uma coisa, pretender impor à Companhia de Suez pelos canhões, é outra muito diferente.

A obra de Ferdinad Lesseps é imortal, e deverá servir ao mundo inteiro, que não imortalizou o golpe de Disraeli, levando em 1.875 o “Khediva” Ismail – do Egito, a vender-lhe ações e permitindo o domínio imperialista da Inglaterra de construir, intentou e mesmo assim não deixar construir.

Trecho da pesquisa dos arquivos do museu da cidade. O Artigo está publicado na terceira página do editorial do jornal “Diário dos Campos” de Ponta Grossa - Pr. do dia 7 de agosto 1956. - Theodoro Silva Junior

Fonte: www.batalhaosuez.com.br



Canal de Suez

O canal de Suez de inicio com um comprimento de 160 Km e agora com 195 Km, com uma largura de 190 m e uma profundidade de 20 m, foi escavado no territorio egipcio na altura em que o egipto dependia da soberania turca.

A escavação do canal que vai do Porto Saïd à Suez, unindo assim o mar mediterrâneo com o mar vermelho foi feita por uma companhia privada dirigida por Ferdinand de Lesseps.

O acto da concessão do canal de suez segundo as ordens de 30 de Novembro de 1854, modificada pela ordem de 5 de Janeiro de 1856, estipulava que o canal devia ser aberto à todas as embarcações de todas as nações sobre o mesmo pé de igualdade.

Este principio foi confirmado por duas vezes pela Turquia através das ordens de 19 de Março de 1866 e de 18 de Dezembro de 1873. O então interesse da companhia foi de admitir todas as embarcações para que o canal fosse atraverssada por um grande número de navios.

A concessão do canal que era acordada por 99 anos, deveria normalmente expirar no fim do ano de 1968, sendo que o canal foi aberto em 17 de Novembro de 1869.

Durante muito tempo, não havia regulamentação especiale, contudo durante a guerra da Russia contra Turquia de 1877 e os tumultos do Egipto em 1881, a questão do canal de suez preocupou e muito os governantes e fez se sentir rapidamente a necessidade de uma regulamentação convencionale.

Daí a realização da Convenção de Constantinople em 29 de Outubro de 1888, onde esteve representados a Turquia, as seis grandes potências da europas, a Espanha e os Paises Baixos. Esta convenção enunciou três (3) seguintes principios:

a) Liberdade de navegação comercial em todos os tempos, isto é em tempos de guerra como em tempos de paz;

b) Liberdade de passagem para todos os navios de guerra, desde que a passagem se efectua sem paragem e sem desembarque de tropas ou de materiais militares;

c) Tornar o canal neutro e que em tempos de guerra, não pode ser nem bloqueado, nem atacado.

No computo geral, estes principios foram bem observados, excepto durante a guerra de 1914. Mas durante a guerra da Russia contra o Japão (1904-1905) duas divisões navais russas atravessaram sem dificuldades o canal. O mesmo aconteceu com uma esquadra italiana que atravessou o canal durante a guerra Tripolitana (1911-1912). Ao longo da primeira guerra mundial, os germano-turcos atacaram o canal por terra sem sucesso em 3 de Fevereiro de 1915. Quanto às autoridades Britanicas, eles fecharam o canal aos navios inimigos e exerceram o direito de visita num raio de 3 milhas à volta do canal para se assegurar que os navios que penetravam no canal não transportavam artigos susceptivel de estragar o canal.

O regime de 1888, foi reposta em vigor pelos tratados de Versailles (art. 152 e 282) e o de Lausanne (art. 99)

Fonte: www.africamania.com.pt

Canal de Suez

Estendendo-se da cidade de Suez, ao sul, até Port Said, ao norte, o Canal de Suez ("Qanat as-Suways", em árabe) liga o Mar Mediterrâneo ao Golfo de Suez e ao Mar Vermelho, permitindo uma via navegável até o Oceano Índico. O comprimento do Canal é de 163 km e atravessa quatro lagos: Manzala, Timsah, Grande Bitter e Pequeno Bitter. Após as reformas de 1963, passou a ter largura mínima de 55m e 12m de profundidade mínima. O Canal, também, separa os continentes da África e Ásia.

O Canal de Suez foi construído sob a direção do francês Ferdinand de Lesseps e inaugurado em 1869.

Fonte: www.egito-turismo.com

Canal de Suez

O Canal de Suez (árabe, Qana al-Suways) é um canal longo de 163 km que liga Port-Saïd, porto egípcio no Mar Mediterrâneo, a Suez, no Mar Vermelho.

Ele permite às embarcações irem da Europa à Ásia sem terem que contornar a África pelo cabo da Boa Esperança. Antes da sua construção, as mercadorias tinham que ser transportadas por terra entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho.

História

Antigüidade

Possivelmente no começo da XII Dinastia o faraó Senuseret III (1878 a.C. - 1839 a.C.) deve ter construído um canal oeste-leste escavado através do Wadi Tumilat, unindo o Rio Nilo ao Mar Vermelho, para o comércio direto com Punt. Evidências indicam sua existência pelo menos no século XIII a.C. durante o reinado de Ramsés II (ver [1], [2], [3], [4] inglês, [5], em espanhol). Mais tarde entrou em decadência, e de acordo com a História do historiador grego Heródoto, o canal foi re-escavado por volta de 600 a.C. por Necho II, embora Necho II não tenha completado seu projeto..

Foto de satélite do Canal de Suez, cortesia NASA.

Foto de satélite do Canal de Suez, cortesia NASA.

O canal foi finalmente completado em cerca de 500 a.C. pelo rei Dario I, o conquistador persa do Egito. Dario comemorou seu feito com inúmeras estelas de granito que ele ergue às margens do Nilo, incluindo uma próximo a Kabret, a 130 km de Suez, onde se lê:

Diz o rei Dario: Eu sou um persa. Partindo da Pérsia, conquistei o Egito. Eu ordenei que esse canal fosse escavado a partir do rio chamado Nilo que corre no Egito, até o mar que começa na Pérsia. Quando o canal foi escavado como eu ordenei, navios vieram do Egito através deste canal para a Pérsia, como era a minha intenção.
O canal foi novamente restaurado por Ptolomeu II Filadelfo por volta de 250 a.C. Nos 1000 anos seguintes ele será sucessivamente modificado, destruído, e reconstruído, até ser totalmente abandonado no século VIII pelo califa abássida Al-Mansur.

O moderno Canal de Suez

Navio ancorado em El Ballah.
Navio ancorado em El Ballah.

Ferdinand de Lesseps, construtor do canal.
Ferdinand de Lesseps, construtor do canal.

A companhia Suez de Ferdinand de Lesseps construiu o canal entre 1859 e 1869. No final dos trabalhos, o Egito e a França eram os proprietários do canal.

Estima-se que 1,5 milhões de egípcios tenham participado da construção do canal e que 125 000 morreram, principalmente da cólera.

Em 17 de fevereiro de 1867, o primeiro navio atravessou o canal, mas a inauguração oficial foi em 17 de novembro de 1869. O imperador Napoleão III estava presente, e foi a première da ópera Aida. Também presente como jornalista convidado, o escritor português Eça de Queiroz escreveu uma reportagem para o Diário de Notícias de Lisboa.

A dívida externa do Egito obrigou o país a vender sua parte do canal ao Reino Unido, que garantia assim sua rota para as Índias. Essa compra, conduzida pelo primeiro-ministro Disraeli, foi financiada por um empréstimo do banco Rotschild. As tropas britânicas instalaram-se às margens do canal para protegê-lo em 1882.

Mais tarde, durante a Primeira Guerra Mundial, os britânicos negociaram o Acordo Sykes-Picot, que dividia o Oriente Médio de modo a afastar a influência francesa do canal.

Em 26 de julho de 1956, Nasser nacionaliza a companhia do canal com o intuito de financiar a construção da Barragem de Assuã, após a recusa dos Estados Unidos de fornecer os fundos necessários. Em represália, os bens egípcios foram gelados e a ajuda alimentar suprimida. Os principais acionários do canal eram, então, os britânicos e os franceses. Além disso, Nasser denuncia a presença colonial do Reino Unido no Oriente Médio e apóia os nacionalistas na Guerra da Argélia. O Reino Unido, a França e Israel se lançam então numa operação militar, batizada operação mosqueteiro, em 29 de outubro de 1956. A Crise do canal de Suez durou uma semana. A Nações Unidas confirmaram a legitimidade egípcia e condenaram a expedição franco-israelo-britânica com uma resolução.

Após a Guerra dos Seis Dias de 1967, o canal permaneceu fechado até 1975, com uma força de manutenção da paz da ONU (da qual foi partícipe o Exército Brasileiro) permanecendo lá estacionada até 1974.

Características

Litografia retratando a construção do Canal de Suez.

Litografia retratando a construção do Canal de Suez.

O canal não possui eclusas, pois todo o trajeto está ao nível do mar, contrariamente ao canal do Panamá. Seu traçado apóia-se em três planos d'água, os lagos Manzala, Timsah e Amer.

O canal permite a passagem de navios de 15 m de quilha submersa, mas trabalhos são previstos a fim de permitir a passagem de supertankers com até 22 m até 2010. Atualmente, esses enormes navios devem descarregar uma parte da carga em um barco pertencendo ao canal para poderem atravessar o canal.

A largura média do canal é de 365 metros, dos quais 190 m são navegáveis. Inicialmente, esses dois valores eram de 52 e 44 m. Situados dos dois lados do canal, os canais de derivação levam a largura total da obra a 195 km.

Aproximadamente 15000 navios por ano atravessam o canal, representando 14% do transporte mundial de mercadorias. Uma travessia demora de 11 a 16 horas.

Zona do Canal de Suez

25 de abril 1859 - início da construção do canal.

16 de novembro de 1869 - o Canal de Suez é aberto; operado e pertencente à Companhia do Canal de Suez (Compagnie Universelle du Canal Maritime de Suez).

25 de novembro de 1875 - o Reino Unido torna-se acionista majoritário do Canal de Suez (172 602 ações de um total de 400 000 ações ordinárias).

25 de agosto de 1882 - os britânicos tomam o controle do canal.

14 de novembro de 1936 - a Zona do Canal de Suez é estabelecida, sob controle britânico.

13 de junho de 1956 - a Zona do Canal de Suez é devolvida ao Egito.

26 de julho de 1956 - o Egito nacionaliza o Canal de Suez.

5 de novembro de 1956 - 22 de novembro de 1956 - forças francesas, britânicas e israelenses ocupam a Zona do Canal de Suez.

22 de dezembro de 1956 - o canal é novamente devolvido ao Egito.

10 de abril de 1957 - o canal é reaberto.

5 de junho de 1967 - 5 de junho de 1975 - o canal é fechado e bloqueado pelo Egito.

Presidentes do Canal de Suez:

1855 - 07/12/1894 - Ferdinand Marie, visconde de Lesseps.
17/12/1892 - 17/07/1896 - Jules Guichard (atuando por de Lesseps até 7/12/1894).
03/08/1896 - 1913 - Auguste Louis Albéric, príncipe de Arenberg.
19/05/1913 - 1927 - Charles Jonnart
04/04/1927 - 01/03/1948 - Louis de Vogüé
04/04/1948 - 26/07/1956 - François Charles-Roux

Vices-Cônsules britânicos em Port Suez:

1922 - 1924 - G.E.A.C. Monck-Mason
1924 - 1925 - G.C. Pierides (interino)
1925 - 1926 - Thomas Cecil Rapp
1926 - 1927 - Abbas Barry (interino)
1927 - 1931 - E.H.L. Hadwen (interino até 1930)
1931 - 1934 - A.N. Williamson-Napier
1934 - 1936 - H.M. Eyres
1936 - 1940 - D.J.M. Irving
1940 - 1941 - R.G. Dundas

Cônsules:

1941 - 1942 - R.G. Dundas
1942 - 1944 - H.G. Jakins
1944 - 1946 - W.B.C.W. Forester
1946 - 1947 - Frederick Herbert Gamble
1947 - 1948 - E.M.M. Brett (interino)
1948 - 1954 - C.H. Page
1954 - 1955 - F.J. Pelly
1955 - 1956 - J.A.D. Stewart-Robinson (interino)
1956 - J.Y. Mulvenny

Governadores da Zona do Canal de Suez:

14/11/1936 - 24/07/1939 - ...
24/07/1939 - 07/05/1941 - Sir Archibald Wavell
07/05/1941 - 07/08/1942 - Sir Claude John Eyre Auchinleck
07/08/1942 - 19/02/1943 - Harold Rupert Leofric George Alexander
19/02/1943 - 06/01/1944 - Henry Maitland Wilson
06/01/1944 - jun/1946 - Sir Bernard Charles Tolver Paget
jun/1946 - jun/1947 - Miles Christopher Dempsey
jun/1947 - 25/07/1950 - Sir John Tredinnick Crocker
25/07/1950 - abr/1953 - Sir Brian Hubert Robertson
abr/1953 - 28/09/1953 - Sir Cameron Gordon Graham Nicholson
28/09/1953 - 13/06/1956 - Sir Charles Frederic Keightley

Comandante Aliado Supremo:

05/11/1956 - 22/12/1956 - Sir Charles Frederic Keightley

Fonte: pt.wikipedia.org

Canal de Suez

Mais de 1,5 milhão de trabalhadores participaram das obras.
Elas iniciaram em 1859 e terminaram dez anos mais tarde
com um custo de 17 milhões de libras esterlinas.
A construção de um canal que ligasse os mares Mediterrâneo e Vermelho através do istmo de Suez, no Egito, era um plano muito antigo. Os romanos já usavam a região para a passagem de pequenas embarcações e a chamavam de "Canal dos Faraós". Os defensores do projeto argumentavam que o canal diminuiría a distância entre a Europa e o sul da Ásia. Os navios que partiam do Mar Mediterrâneo não precisariam mais circundar a África e contornar o cabo da Boa Esperança para atingir os Oceanos Índico e Pacífico.

O projeto de construção do canal foi coordenado pelo engenheiro e diplomata francês Ferdinand de Lesseps, que adquiriu do paxá Said os direitos de abertura e exploração pelo período de 99 anos. Para isso ele montou uma empresa, a Companhia Universal do Canal Marítimo de Suez, que teve como principais acionistas França e Reino Unido.

Mais de 1,5 milhão de trabalhadores participaram das obras. Elas iniciaram em 1859 e terminaram dez anos mais tarde com um custo de 17 milhões de libras esterlinas. A construção do Canal de Suez foi favorecida pelas condições naturais da região: a pequena distância entre o Mediterrâneo e o mar Vermelho, a ocorrência de uma linha de lagos de Norte a sul (Manzala, Timsah e Amargos), o nível baixo e a natureza arenosa dos terrenos. Para a inauguração, no dia 17 de novembro de 1869, o italiano Giuseppe Verdi (1813-1901) compõe a ópera Aída.

A disputa pelo canal

Em 1888, a Convenção de Constantinopla definiu que o Canal de Suez deveria servir a embarcações de todos os países mesmo em tempos de guerra. Inglaterra e Egito assinaram, em 1936, um acordo que assegurava a presença militar do Reino Unido na região do canal por um período de 20 anos.

Com a retirada das tropas inglesas, em 1956, o presidente egípcio Gamal Nasser iniciou um conflito ao nacionalizar o canal e impedir a passagem de navios com a bandeira de Israel. Neste mesmo ano, com o auxílio do Reino Unido e da França, o exército israelense invadiu o Egito. Derrotado, mas contando com o apoio da ONU, dos EUA e da União Soviética, o Egito garantiu o controle sobre o canal. O preço do apoio foi a abertura do canal para a navegação internacional.

Em 1967, com a Guerra dos Seis Dias (conflito entre Israel e a frente árabe, formada por Egito, Jordânia e Síria), a passagem é novamente fechada. A partir de 1975 o Canal de Suez é reaberto para todas as nações do mundo.

Você sabia que o Canal de Suez ...

... é o mais longo canal do mundo, com 163 quilômetros de extensão, e sua travessia dura cerca de 15 horas a uma velocidade de 14 km/h

... tem três lagos em seu percurso e não possui eclusas

... a sua largura mínima é de 55 metros

... comporta navios de até 500 metros de comprimento por 70 metros de largura

... o valor médio das taxas pagas por petroleiros é de US$ 70 mil

... entre 1996 e 1997, o Egito arrecadou, apenas com o pedágio, US$ 1,8 bilhão

Fonte: educaterra.terra.com.br