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Lugo defenderá os direitos "legítimos" do Paraguai sobre energia hidrelétrica

Da EFE - Via G1

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, disse hoje na capital mexicana que seu Governo defenderá os "genuínos" e "legítimos" direitos de seu país sobre a energia hidrelétrica que compartilha com países vizinhos, entre eles o Brasil.

"O Paraguai, com meu Governo, iniciou uma defesa histórica de seus genuínos e legítimos direitos sobre a energia hidrelétrica que compartilha com os países vizinhos", disse o presidente paraguaio, durante um encontro com senadores mexicanos.

"Estes direitos foram oprimidos pelo entreguismo e pela corrupção dos Governos, que tão ilegitimamente realizavam tratados internacionais leoninos", disse o ex-bispo.

Lugo, que conclui hoje uma visita de Estado ao México, se referiu ao caso concreto da usina de Itaipu, compartilhada entre Brasil e Paraguai e cuja administração conjunta afetou as relações diplomáticas das duas nações.

"O Paraguai é um país de paz que aspira a seu direito de receber o que lhe corresponde por seus recursos naturais", disse Lugo, durante uma sessão solene realizada em sua honra na Câmara Alta mexicana.

"O México é capaz de entender (esta situação) perfeitamente, já que a natureza o presenteou generosamente com petróleo em suas entranhas e hoje é a riqueza da qual depende a prosperidade da nação mexicana", disse o governante.

Brasil e Paraguai assinaram em 1973 um tratado para construir a represa de Itaipu, no Rio Paraná, estabelecendo que cada país tem direito a 50% da energia elétrica gerada e que a energia não utilizada por alguma das partes deve ser vendida ao outro sócio a preço de custo.

O Paraguai atende 90% de sua demanda com 5% dessa energia e o resto vai para o Brasil, que paga por ela cerca de US$ 300 milhões por ano.

De acordo com Lugo, esta situação coloca seu país em desvantagem devido ao suposto "enriquecimento ilegítimo" do Brasil, pelo qual o Governo paraguaio exige a livre disponibilidade de sua parte da energia para negociar com outros países ou por conta própria com as autoridades brasileiras a preços de mercado.

O presidente do Paraguai aproveitou também a oportunidade para pedir ao México que, sem descuidar de seus interesses comerciais e políticos com outras nações e blocos, como os Estados Unidos e a Europa, se junte à "unidade" da região para que a América Latina seja "mais forte, próspera e mais livre".

Também reconheceu que a crise econômica atual é o "caldo de cultivo" em que os projetos messiânicos e autoritários prosperam.

Neste sentido, afirmou que a América Latina deve evitar ser objeto destas manifestações políticas e nunca voltar a tolerar que "a cobiça dos poderosos seja utilizada como desculpa para prejudicar os ideais de igualdade e fraternidade".