Passaredo investe R$ 8 milhões em vôos regionais
Da Agência Estado - Via G1
A companhia aérea Gol parou de operar vôos em Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo, com destino à capital paulista, mas a Passaredo Linhas Aéreas está no ritmo contrário e investiu em vôos regionais. A partir da próxima segunda-feira (dia 31), a Passaredo terá quatro novos vôos diários saindo do Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto: dois para Curitiba e dois para Belo Horizonte.
A empresa, que é ribeirão-pretana, investiu cerca de R$ 8 milhões para a nova linha, somando-se a compra de uma nova aeronave (EMB Brasília 120), infra-estrutura e a contratação de cerca de 25 funcionários. Ainda em 2008, a empresa estuda comprar dois novos aviões para duas novas rotas.
O diretor comercial da Passaredo, Ricardo Cagno, informou que a empresa fez uma pesquisa de mercado e aposta em uma demanda de passageiros executivos e empresários, que precisam viajar e retornar no mesmo dia, para as duas capitais. "Os vôos diretos irão facilitar a vida do passageiro e 70% dos nossos passageiros são executivos", diz Cagno. Assim, evita-se as conexões em outras cidades para esses destinos. A empresa, que tem cerca de 200 funcionários, projeta, com as novas linhas, um crescimento de faturamento entre 15% e 20% dentro de três meses.
As saídas de Ribeirão Preto para Curitiba serão às 9h20 e às 15h05 (passagens a partir de R$ 185) e para Belo Horizonte às 6h15 e às 19h30 (passagens a partir de R$ 175). A empresa aposta ainda no baixo consumo de combustível de suas aeronaves para ter tarifas mais acessíveis.
Passaredo alugará jatos da Embraer
Valor On line - Roberta Campassi, de São Paulo
A Passaredo, companhia aérea regional de Ribeirão Preto (SP), começará a usar o jato mais vendido na história da Embraer e que há anos não voa comercialmente em céus brasileiros: o ERJ 145, para 50 passageiros. Otimista com a demanda, apesar da desaceleração do crescimento econômico prevista, a empresa receberá cinco desses aviões em 2009 e mais do que dobrará sua capacidade.
A Passaredo vai alugar parte dos ERJ 145, que têm de cinco a sete anos de uso, da própria Embraer. Ao todo, vai gastar US$ 75 milhões com os aviões nos próximos quatro anos. "Nesse prazo vamos estudar a compra de jatos maiores, com até cem assentos", diz José Luiz Felício Filho, presidente da empresa. As aeronaves serão entregues a partir do segundo trimestre de 2009. Hoje, a Passaredo opera seis aviões turboélice do modelo Embraer 120 (o Brasília), com trinta assentos cada um. Com os ERJ 145, serão 11 aviões e mais do que o dobro da oferta de assentos.
O ERJ 145 foi o primeiro jato regional desenvolvido pela Embraer e vendeu um recorde de 693 unidades. O modelo não voa no Brasil desde 2004, quando a Varig suspendeu algumas rotas regionais. A Embraer ainda produz o modelo na China, mas praticamente não há encomendas novas, pois o 145 acabou cedendo lugar aos aviões maiores da família 170/190.
Será a primeira vez que a Passaredo usará jatos, mais rápidos e silenciosos do que os modelos turboélices, porém menos econômicos para percorrer distâncias abaixo de 500 quilômetros e menos adaptáveis a aeroportos com infra-estrutura limitada.
Segundo Felício, os ERJ 145 serão alocados em rotas mais longas - um exemplo é a ligação entre Brasília, Barreiras (BA) e Salvador - e naquelas em que há demanda por mais freqüências ou mais conforto, como a ligação entre Ribeirão Preto e o aeroporto internacional de Guarulhos (SP). Nessa rota, apesar de a distância entre as cidades ser de perto de 300 quilômetros, a Passaredo quer um avião maior para acomodar a demanda e até a bagagem do passageiro que vai a Guarulhos pegar um vôo internacional. A empresa voa para 14 cidades em oito estados.
Com mais aviões, a Passaredo estima que vai transportar 480 mil pessoas em 2009, mais de duas vezes as 200 mil projetadas para este ano e mais de cinco vezes os 92 mil passageiros de 2007. Em participação no mercado doméstico, a Passaredo passou de 0,09% no acumulado do ano passado para 0,17% entre janeiro e outubro deste ano. Ela se tornou a segunda maior regional atrás da Trip, depois que outras empresas como Rico e TAF reduziram fortemente suas operações neste ano.
Mas assim como a oferta vai crescer, os riscos também vão aumentar. O principal é o custo do combustível, uma vez que jatos consomem mais. "Agora que o petróleo custa menos de US$ 60, o cenário é muito favorável", diz Felício. Em meados deste ano, porém, o preço do barril superava US$ 140. E se o preço subir de novo? "É preciso arriscar", responde Felício. Ele conta que a companhia fez um "bom caixa" para sustentar o plano em 2009 e que "mantém conversas com potenciais investidores".
Sobre a demanda em 2009, Felício está otimista. "Crescemos muito nos últimos dois anos e ainda há um potencial enorme para vôos regionais, especialmente nas cidades sem serviços aéreos", diz.
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