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Rússia colocará mísseis em enclave no Mar Báltico

Presidente russo diz que espera 'neutralizar' sistema de defesa americano na região.

Da BBC - Via G1

O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, anunciou nesta quarta-feira que vai colocar novos mísseis em um enclave no Mar Báltico, perto da Polônia, país que é membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Segundo Medvedev, os mísseis Iskander, de curto alcance, serão colocados na região de Kaliningrado, onde "neutralizariam" o sistema antimísseis americano planejado para ser implantado na Polônia e na República Checa.

"Naturalmente, nós também consideramos usar os recursos da Marinha russa com a mesma finalidade", disse Medvedev, em seu primero discurso sobre o estado da nação desde que assumiu o poder em maio.

O presidente russo também afirmou que seu país poderá atrapalhar eletronicamente o funcionamento do sistema americano.

Os Estados Unidos dizem que o sistema é uma proteção contra mísseis de países que desrespeitam as leis internacionais, mas o governo russo considera o plano uma ameaça direta a seu território.

Mandato

Ainda no discurso sobre o estado da nação, Medvedev disse que pretende estender o mandato de presidente de quatro para seis anos, mas não esclareceu se isso seria feito já em seu mandato ou para seu sucessor.

Segundo correspondentes, há muito tempo se especula que Medvedev é apenas uma peça temporária para que o atual primeiro-ministro Vladimir Putin - que completou os dois mandatos permitidos na Presidência - possa voltar ao cargo.

O presidente russo disse ainda que a guerra na Geórgia, em agosto, foi resultado de uma política externa "arrogante" dos Estados Unidos.

De acordo com Medvedev, "o conflito no Cáucaso foi usado como pretexto para mandar navios de guerra da Otan para o Mar Negro e também para a imposição de sistemas americanos antimísseis na Europa".

Em meio às críticas aos Estados Unidos, o líder russo afirmou que seu país "não retrocederá no Cáucaso".

Medvedev também culpou o governo americano pela atual crise financeira mundial, mas disse que a Rússia vai "superar" o desafio.