O Brasil vai construir 4 submarinos Marlin e 6 fragatas FREMM

Fonte: Quintus - por Clavis Prophetarum

Está plenamente confirmada a encomenda à França de 4 submarinos “Marlin” pelo Brasil. Os navios não serão simplesmente comprados e construídos em França, como sucedeu infelizmente com os novos submarinos portugueses 209PM, construídos em Kiel, na Alemanha, mas serão montados num novo estaleiro que será construído na Baía de Sepetiba, mesmo ao lado de uma nova base de submarinos que será construída também aí, perto do Rio de Janeiro. Ou seja, o Brasil consegue transferir tecnologia, criar emprego e riqueza local e logra ainda recolher um vantajoso contrato que se estenderá também à prestação de “consultoria técnica” por parte dos franceses na difícil concepção do casco do novo submarino nuclear brasileiro, a última grande barreira que faltava vencer para construir o primeiro SNA deste país lusófono, já que a tecnologia do pequeno reactor nuclear já está domada, como prova o protótipo funcional existente em Aramar.

Os submarinos haviam sido propostos ao Brasil pela DCN francesa em Janeiro deste ano e embora na altura tivessem surgido referências de que se trataria do submarino franco-espanhol “Scorpéne” na verdade será o Marlin. O Marlin não é verdadeiramente um “novo” submarino, mas o produto da quebra de relações entre o estaleiro espanhol Navantia e a francesa DCN que conceberam e fabricavam os Scórpene em conjunto, uma ruptura que resultou de um abuso de confiança castelhano, quando a Navantia decidiu criar a sua própria versão do submarino, o S80 sem os sistemas de combate franceses e incorporando sistemas norte-americanos da Lockheed Martin. Em consequência, nasceu o Marlin, onde alegadamente a DCN estará a incorporar tecnologia utilizada na linha de submarinos nucleares franceses “Le Triomphant“, nomeadamente um redesenho hidrodinâmico.

Embora o Marlin com o seu deslocamento padrão de duas mil toneladas possam utilizar a propulsão MESMA-2, menos ruidoso e mais eficiente que o anterior sistema MESMA, o Brasil não optou por usar a propulsão AIP neste navios, que deverão ficar num total de 600 milhões de dólares, com um pagamento faseado em 20 anos.

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Fragata FREMM

De salientar ainda que a aquisição destes submarinos faz parte de um pacote mais amplo que inclui seis fragatas FREMM, que serão construídas no Brasil, nos estaleiros do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. As fragatas FREMM são consideradas das melhores fragatas da atualidade sendo um projeto franco-italiano que incorpora alta furtividade ao radar e têm um custo total de 3 biliões de dólares. FREMM significa “FRégate Européenne Multi Missions” em francês, ou “Fregata Europea Multi-Missione” em italiano e resulta de uma bem sucedida parceria entre a DCNS francesa e a Fincantieri italiana para produzirem uma navio médio, multifunções, com capacidades de guerra aérea, antisubmarino e antinavio. As FREMM conseguem operar mísseis de cruzeiro Scalp da MBDA que em termos de características são idênticos aos Tomahawk norte-americanos.