Malvinas & Exocet
A Guerra das Malvinas (
O saldo final da guerra foi a recuperação do arquipélago pelo Reino Unido e a morte de 649 soldados argentinos, 255 britânicos e 3 civis das ilhas. Na Argentina, a derrota no conflito fortaleceu a queda da Junta militar que governava o país e que havia sucedido as outras juntas militares instaladas através do golpe de Estado de 1976 e a restauração da democracia como forma de governo. Por outro lado, a vitória no confronto permitiu ao governo conservador de Margaret Thatcher obter a vitória nas eleições de 1983.
O míssil MBDA Exocet é um míssil antinavio fabricado pela empresa MBDA, possui versões que podem ser lançadas por helicópteros, aviões, navios e submarinos.
Destroyer Sheffield depois de atingido por um Exocet
Usado a partir de aeronaves Dassault Super Etendard, o AM39 ganhou notoriedade durante a Guerra das Malvinas por ter causado o afundamento do destroyer Type 42 HMS Sheffield (D80) e do navio Atlantic Conveyor. O MM38, disparado a partir da terra por um lançador retirado de um navio, causou danos ao HMS Glamorgan.
Os argentinos também alegam ter danificado o porta-aviões HMS Invincible, o que é negado pelos britânicos. (abaixo)
O Exocet, em sua versão lançada do ar (AM.39), também foi intensamente utilizado durante a Guerra Irã-Iraque pela Força Aérea do Iraque. Acredita-se que entre 350 e 400 mísseis tenham sido adquiridos entre 1979 e 1988. No início do conflito os mísseis eram lançados de helicópteros Super Frelon. Posteriormente o Iraque arrendou 5 Super Étendard e a partir de 1984 passou a utilizar definitivamente o Mirage F.1 como plataforma de lançamento.
Os principais alvos dos mísseis eram petroleiros e plataformas petrolíferas iranianas, além de outros navios mercantes que faiam comércio com o Irã. Mas a vítima mais conhecida foi a fragata USS Stark, da Marinha dos EUA. O ataque ocorreu no dia 17 de maio de 1987 e não se conhece a verdadeira razão.
Ordeal by Exocet: HMS Glamorgan and the Falklands War, 1982, de Ian Inskip. Chatham Publishing (http://www.chathampublishing.com/index.html), Park House, 1
Fonte: Airpower
Embora a Guerra das Falklands/Malvinas tenha desaparecido da visão do público, eclipsada por operações maiores e mais recentes nos Bálcãs e no Oriente Médio, dela ainda se podem aprender lições. Isso fica logo evidente com a leitura de Ordeal by Exocet, de Ian Inskip. Em 12 de junho de 1982, quando voltava de um bombardeio em apoio à última batalha importante da Guerra das Falklands/Malvinas, o contratorpedeiro da classe “County” HMS Glamorgan foi atingido por um míssil Exocet, disparado de um lançador móvel perto de Stanley, capital das Ilhas Falklands/Malvinas. Ao contrário do Sheffield e do Atlantic Conveyor, afundados no mês anterior por Exocets lançados do ar, o Glamorgan continuou flutuando, tornando-se o primeiro navio da história a sobreviver a um ataque de Exocet. Ordeal by Exocet é a sua história.
Ian Inskip, então capitão de corveta [lieutenant commander], está bem qualificado para contar essa história. Como oficial navegador, ele estava na ponte de comando não só durante o ataque do míssil, mas também durante os numerosos bombardeios à costa e os reabastecimentos do Glamorgan. Usando seu próprio diário detalhado e os de quatro companheiros de bordo, juntamente com contribuições verbais e escritas de numerosos outros participantes, ele narra, em primeira mão, a história do papel do Glamorgan na Guerra das Falklands/Malvinas.
Sem dúvida, o destaque deste livro encontra-se nos dois capítulos que tratam do ataque do míssil e dos esforços subseqüentes para controlar o dano, discutidos em termos das lições aprendidas com o afundamento do Sheffield e do Atlantic Conveyor, bem como da evolução das táticas para combater a ameaça representada pelos Exocets. Todavia, apesar do título provocativo, o livro não é apenas, nem mesmo principalmente, a respeito do ataque de Exocet e da luta subseqüente do contratorpedeiro para sobreviver. Em vez disso, cobre toda a viagem do Glamorgan, desde o exercício em que participou, antes da invasão argentina, até seu retorno a Portsmouth, depois da guerra. Desse modo, Inskip fornece ao leitor uma visão cotidiana da vida à bordo de um navio da Real Marinha na guerra, inclusive a rotina normal dos marinheiros e operações, como reabastecimento em alto mar, escolta e apoio de artilharia naval. Além das operações militares, ele fornece uma visão detalhada de como as famílias da tripulação do navio lidaram com o desdobramento, um tópico raramente mencionado em escritos de guerra, bem como discussões extensas a respeito da desordem do estresse pós-traumático—uma condição na maioria das vezes ignorada por historiadores militares (com a exceção de Hugh McManners
Como um todo, Ordeal by Exocet está bem escrito, embora um pouco desigual. Em virtude de desenvolverem-se cronologicamente, as partes da narrativa que tratam de períodos de lentidão relativa, como o percurso até a Ilha da Ascensão, são um pouco desconexas. Por outro lado, a narrativa do ataque de Exocet é envolvente e difícil de ser interrompida. Inskip inclui suficiente informação de base para tornar o livro acessível tanto para leitores em geral quanto para estudiosos sérios da Guerra das Falklands/Malvinas—e é provável que todos os grupos se beneficiem da perspectiva que ele apresenta. Em geral, Ordeal by Exocet é uma contribuição valiosa e relevante a estudiosos tanto da história militar quanto dos efeitos da guerra na sociedade.
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