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Sobre a “Rail-Gun” 32MJ que está em desenvolvimento nos EUA

Fonte: Quintus

A empresa britânica “BAE Systems” recebeu em 2006 um contrato para desenvolver e fabricar “32 Megajoules Laboratory Launcher” para a US Navy. A arma em si mesma é completamente revolucionária, como aliás se pode fácil depreender da designação “Laboratory” e consiste num tubo com um rail eletro-magnético que acelera um projétil até velocidades muitos elevadas, sem recorrer em momento algum ao uso de explosivos. As vantagens de um sistema destes são evidentes: o espaço e o risco de armazenar explosivos num navio deixaria de existir, em sobretudo, o ritmo de disparos aumentaria dramáticamente até pelo menos dez vezes mais. A precisão dos disparos aumentaria também de forma exponencial, já que é possível controlar com muito maior precisão o disparo da ogiva.

A nota de imprensa da BAE afirma que se trata de um contrato de 9,3 milhões de USDs, da Marinha dos EUA para o desenvolvimento desta tecnologia e de um segundo contrato, de 5,4 milhões de USDs para a construçao da primeira “32 Megajoules Laboratory Launcher”. Este primeiro protótipo lançará ogivas a velocidades de Mach 8 e será o primeiro passo para a construção de um segundo protótipo, mais potente, de 64 megajoules que já poderá ser instalado a bordos de navios de guerra da Marinha dos EUA.

Tecnicamente, há ainda alguns problemas a ultrapassar, com os acumuladores e com o tubo de disparo, sendo dificil lidar com tais energias sem envolver altos níveis de fricção e sem provocar a deformação do tubo. As baterias são outra parte do problema devido à escala (32 megajoules!) envolvida. Por comparação, um Joule é a energia libertada quando uma maçã cai de uma altura de um metro. Um megajoule (MJ) é essa energia multiplicada 106 vezes, logo, a arma terá uma potencia de 32 x 106, ou seja, 32 milhões de maçãs caindo de um metro de altura, libertada em segundos e concentrada num tubo de uns escassos metros de comprimento! Estas limitações fazem com que num futuro mais ou menos próximo não seja possível instalar armas destas a não ser em navios de guerra de médio ou grande tamanho, e que a sua instalação em MBTs ou em aviões esteja bem fora de equação. É pois provável que a primeira arma magnética (a de 64 MJ) esteka pronta a tempo da entrada em serviço do conturbado projeto DDG-1000, que, de facto, foi concebido como um navio “totalmente elétrico”, desde a propulsão até ao armamento.

Até ao final do corrente ano de 2009 irá decorrer a avaliação da nova arma, que se for positiva, entrará em produção em 2015.