Dificuldades indianas com o fim do MiG-21bis e o novo HAL Tejas


(MiG-21bis indiano em www.bharat-rakshak.com)

Inserida numa das regiões mais perigosas do mundo, a Índia tem visto o seu poder aéreo decrescer todos os anos, sobretudo por via de avarias e de acidentes provocados não somente por deficiente manutenção, mas também pelo inclemente clima do subcontinente indiano. A situação é particularmente grave com o avião que forma hoje a maioria da sua força aérea, o MiG-21, dos quais a maioria está a ser atualizada para o padrão MiG-21bis enquanto os substitutos do maior programa de renovação de uma força aérea no mundo, dos próximos dez anos, está em curso. Com efeito, a Índia irá adquirir e construir 126 novos aparelhos de um tipo ainda não definido entre MiG-29 e 35, Rafale, Typhoon, Super Hornet ou Gripen NG.

O HAL Tejas in http://www.aerospaceweb.org)

O problema é que vão ainda demorar pelo menos cinco anos antes desse número de aparelhos entrar em serviço e durante esse período os MiG-21bis vão chegar ao limite de uso, não sendo possível que esteja algum a voar depois de 2020. Isto significa que as missões a cargo desta parte da frota da força aérea indiana terão que ser cumpridas por um número inferior do “Tejas Light Combat Aircraft (LCA)”, um muito mal gerido projeto local que ainda que tenha visto os primeiros modelos de produção a sairem das fábricas em 2088, só em 2010 é que estará plenamente operacional, sendo agora mais crucial do que nunca recrutar ajudas no desenvolvimento final do Tejas para suprir as dificuldades internas no desenvolvimento do aparelho. Já se sabe que os indianos desistiram de desenvolver localmente um radar e que pediram ajuda neste sentido à Elbit israelita e que contactaram a EADS europeia para que esta os assistisse na aerodinâmica medíocre do aparelho. O próprio motor, um GE F404 norte-americano está a ser reavaliado e provavelmente será substituído na próxima geração do Tejas, a LCA Mark II.

As dificuldades em desenvolver um aparelho de combate local são evidentes no caso do Tejas. A complexidade exigida pelos aviões de 4ª e 4,5ª geração são tremendas e ao alcance de poucos hoje em dia, no mundo… Os suecos dependem muito de componentes dos EUA, os europeus constroem o seu Typhoon devido ao alto nível de integração tecnológica entre os seus vários países (Reino Unido, Alemanha e Itália, sobretudo). Apenas os russos e os Estados Unidos parecem deter atualmente o nível de desenvolvimento tecnológico necessário a um tal aparelho. Provavelmente, a Índia tentou dar um passo mais longo que a sua perna ao desenvolver o Tejas… Um programa problemático que deve ser olhado com muito interesse por outros países com ambições semelhantes… como o Brasil, tirando-se já aqui a lição que avançar com um tal projeto sem assegurar previamente uma rede de parcerias tecnológicas firme e segura é uma asneira.