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GOVERNO ARGENTINO ESPERA DISCUTIR COMPRA DE AVIÕES COM LULA


O ministro argentino do Planejamento, Julio de Vido, disse hoje que está otimista quanto às negociações com a Embraer para adquirir 22 aeronaves para a companhia Aerolíneas Argentinas.

"Estivemos trabalhando com o pessoal da Embraer, com a qual já assinamos uma carta de intenção para incorporar 22 aviões para voos domésticos, cada um com 100 lugares", explicou o ministro a uma rádio local.

De Vido explicou que, como parte da parceria, o governo argentino reativará a Área Material de Córdoba, sua indústria de aviões situada no centro do país. Segundo ele, o acordo ajudará a ressuscitar a indústria aeronáutica nacional, que ficaria responsável pela manutenção das aeronaves da Embraer.

"Isto significará também um forte desenvolvimento do setor, porque a Argentina passaria a receber para conserto e manutenção, além dos aviões brasileiros que façam rotas na Argentina, outros que voam por todo o Cone Sul", complementou ele.

O convênio para a compra dos aviões deverá ser um dos temas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutirá junto a sua colega argentina, Cristina Kirchner, em Buenos Aires, onde desembarca ainda hoje.

Há a expectativa de que a operação, cujo valor estimado é de US$ 650 milhões, seja oficializada com um contrato assinado pelos dois governos. A maior parte do dinheiro, cerca de 80%, deverá sair do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os aviões da Embraer substituirão parte da antiga frota da Aerolíneas, empresa que passou por um longo período de dificuldades financeiras e foi reestatizada pelo governo argentino recentemente.

O porta-voz da presidência brasileira, Marcelo Baumbach, informou hoje que Lula e Cristina também discutirão amanhã, quando se reunirão, medidas para incrementar e equilibrar o comércio e o andamento de projetos comuns, como o sistema de pagamento em moeda local, implementado no ano passado.


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Argentina negocia compra de 20 aviões da Embraer

Fonte: Monitor Mercantil

Durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Buenos Aires, nesta quinta-feira, dia 23, Brasil e Argentina devem anunciar o avanço nas negociações para a compra de 20 aviões da Embraer por parte da Aerolineas Argentinas, por cerca de US$ 650 milhões, depois de dois anos de negociação.

Os aviões substituirão os antigos Boeing 737-200 e 737-500 da Aerolineas.

O acordo requer questões jurídicas e financeiras especiais porque envolve questões para além de um simples contrato de compra. Mesmo que o contrato propriamente dito não seja ainda assinado, haveria uma declaração presidencial conjunta cuja venda dos aviões da Embraer para a Aerolineas é o principal e mais tangível dos pontos.

Os 20 aviões Embraer modelos 190 e 195 são parte do primeiro plano de renovação desde 1980 da frota da reestatizada Aerolineas Argentinas, desmantelada e carente de aviões próprios.

Em contrapartida, a Embraer administrará a Área de Material de Córdoba (AMC), onde fará a manutenção das aeronaves e onde também funcionará um equipamento de simulação de vôos para treinamento de pilotos.

Outra contrapartida é o crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Dos cerca de US$ 650 milhões previstos pelo total da compra, 85% serão financiados pelo BNDES.

Lula vai discutir integração

O presidente Lula desembarca hoje à noite em Buenos Aires para reunir-se com sua homóloga, Cristina Kirchner. O encontro está dentro do marco do Mecanismo de Integração e Cooperação Brasil-Argentina (MICBA), cujo ponto principal são as cúpulas presidenciais bilaterais que ocorrem a cada três meses.

Será a 13ª visita de Lula à Argentina como presidente (ou 14ª, se contabilizada a visita que fez na condição de presidente eleito em dezembro de 2003), mas a primeira desde que Cristina começou a aplicar medidas protecionistas contra a entrada de produtos estrangeiros no final do ano passado.

Seguem na comitiva presidencial o chanceler Celso Amorim e os ministros da Defesa, Nelson Jobim; Minas e Energia, Edison Lobão; Comunicações, Hélio Costa; e Comunicação Social, Franklin Martins. O presidente passa esta noite no Palácio Pereda, a sede da Embaixada brasileira no país, e reúne-se às 11h com Cristina Kirchner na Casa Rosada, sede do governo argentino.



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Argentina recebe Lula com pauta ampla sobre OIT e comércio

Presidente brasileiro chega na noite desta quarta ao país para se reunir com a argentina Cristina Kirchner

Marina Guimarães, da Agência Estado

Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcar em Buenos Aires, no início da noite desta quarta-feira, 22, para uma visita até esta quinta, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pedirá sua ajuda para promover a participação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na próxima Cúpula do G-20 (grupo de países mais ricos e principais emergentes). Cristina explicará a Lula que a preservação dos empregos em seu país é a principal estratégia de seu governo nesta crise mundial. Esse será o argumento central dela para defender as barreiras comerciais impostas nos últimos meses e que afeta mais de 10% da pauta exportadora do Brasil.

"Pedirei a Lula que me acompanhe para que na próxima reunião do G-20, em setembro, participem formalmente, com voz ativa, os trabalhadores e os empresários, para discutir os caminhos para se sair da crise", anunciou à imprensa local, após encerrar um seminário da OIT em Buenos Aires. O discurso dos funcionários de seu governo está afinado em torno da defesa das barreiras como arma de preservação de emprego. Como antecipou a Agência Estado na semana passada, um dos principais assuntos da agenda dos dois presidentes está relacionado aos problemas comerciais.



Ao contrário da visita que Cristina fez a São Paulo, há cerca de um mês, onde a crise no comércio bilateral foi um tema proibido para não gerar mais suscetibilidades entre os empresários durante sua estadia à convite da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), a presença de Lula em solo argentino será usada para discutir a queda de 50% do fluxo comercial entre os dois sócios. "Foram preparados relatórios detalhados de cada um dos setores com problemas, os quais serão entregues aos dois presidentes amanhã", disse à AE o subsecretário de Integração Econômica do Ministério de Relações Exteriores da Argentina, Eduardo Sigal.

Segundo ele, "o que é preciso averiguar nos números é se o retrocesso foi produto da crise internacional ou de desvio de comércio" (se o Brasil ou a Argentina, ou ambos, deram lugar à importação de produtos de terceiros países). Para o principal negociador argentino, o secretário de Relações Econômicas Internacionais, Alfredo Chiaradía, o problema "é que o comércio mundial retrocedeu e é natural que o bilateral, neste contexto, também o faça".

Os detalhes destas discussões, no entanto, não serão parte da conversa de Cristina e Lula. As negociações continuarão nas mãos dos técnicos e dos setores empresariais de ambos os países, que já realizaram duas reuniões para tentar negociar um limite para os volumes exportados do Brasil para a Argentina dos produtos considerados sensíveis. Um novo encontro empresarial foi marcado para o fim deste mês, em Buenos Aires.

As barreiras argentinas afetam todos os países, mas pegam em cheio o Brasil, principal sócio comercial. A lista vai desde meias finas femininas até máquinas agrícolas. O Brasil, por outro lado, se queixa de concorrência desleal do leite e da farinha de trigo argentinos, e quer aumento do preço mínimo dos vinhos.

MICBA

Essa será a terceira reunião entre Lula e Cristina dentro do chamado "Mecanismo de Integração e Cooperação Brasil-Argentina (MICBA)", cujo ponto principal são as reuniões presidenciais bilaterais que ocorrem duas vezes por semestre. Esses encontros periódicos são feitos com o objetivo de fazer balanços dos acordos assinados e tentar reforçar a integração entre os dois países. Essa será a 13ª visita de Lula à Argentina como presidente. Mas será a primeira desde que o governo Cristina começou a aplicar medidas protecionistas contra as importações.

Lula estará acompanhado pelos ministros Celso Amorim, de Relações Internacionais; Nelson Jobim, da Defesa; Edison Lobão, de Minas e Energia; Hélio Costa, de Comunicações; e Franklin Martins, de Comunicação Social. Lula permanecerá pouco tempo na Argentina, já que o desembarque está previsto para às 19 horas desta quarta-feira, e o embarque ocorrerá depois do almoço de amanhã. A reunião com Cristina ocorrerá às 11 horas desta quinta.

O possível financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a compra de aviões da Embraer por parte das companhias estatizadas Aerolíneas Argentinas e Austral poderia ser anunciado neste encontro. Na semana passada, Julio Alak, gerente das companhias, disse que o governo argentino "está a ponto" de assinar um contrato para a compra de 20 aviões da Embraer, que serão utilizados pelas duas estatais aéreas. Segundo Alak, "a Embraer financiará 85% da operação que envolve cerca de US$ 650 milhões."

Outros assuntos que já vêm sendo discutidos entre autoridades dos dois governos, cujos andamentos serão avaliados pelos presidentes são a cooperação na área de energia nuclear para uso pacífico, infraestrutura, e ainda uma avaliação na cooperação na área de defesa, cujo carro-chefe é a fabricação conjunta do jipe militar batizado de "Gaúcho", além dos passos para a cooperação na área naval. Lula e Cristina também querem fazer um balanço de como anda o uso do mecanismo comercial que eliminou o dólar nas transações comerciais entre os dois países.

Ambos querem que a medida seja adotada pelos demais países da região. Mas de acordo com os dados dos bancos centrais de ambos os países, seis meses depois de autorizadas, as trocas de mercadorias entre Brasil e Argentina em reais e pesos representam somente 0,12% do fluxo do comércio bilateral. Para Martín Redrado, presidente do BC argentino, "a ousadia da medida leva tempo para ser incorporada nos hábitos dos operadores, mas na medida em que vão provando, se dão conta do benefício e passarão a adotar o mecanismo".

A Argentina também deverá expressar sua preocupação com a construção da usina hidrelétrica de Baixo Iguaçu, no Paraná, na região das Cataratas do Iguaçu. A obra, que deverá custar cerca de R$ 1,6 bilhão, está sendo criticada por comerciantes, empresários e políticos argentinos, que temem pelos efeitos da construção no ecossistema local. A usina que será construída no município de Capitão Leônidas Marques, 90 km acima da cabeceira das Cataratas do Iguaçu e apenas 1 km do Parque Nacional do Iguaçu, acendeu a luz de alerta na população que vive na região. Eles temem que a obra altere o fluxo de águas.