Gates prevê mais mudanças em armas dos EUA em 2011

Reuters/Brasil Online - O Globo - Por Andrea Shalal-Esa

Uma revisão quadrienal dos programas de defesa dos EUA pode resultar em grandes mudanças no orçamento do Pentágono para o ano fiscal de 2011, além das profundas reformas já apresentadas para 2010, disse na quarta-feira o secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates.

"Temos de estar preparados para as guerras que temos mais probabilidades de travar - não só as guerras que estamos mais capacitados para lutar, ou as ameaças que nos ocorrem de potenciais adversários com tempo e recursos ilimitados", disse Gates a oficiais na Academia da Força Aérea da Base Maxwell, em Montgomery, no Alabama.

O ano fiscal de 2010 começa em 1o de outubro.

Gates disse ter adiado as decisões a respeito de vários programas bélicos até que o Pentágono complete aceleradamente a sua Revisão Quadrienal de Defesa, ainda neste ano. Esses programas incluem operações militares anfíbias, um cruzador de nova geração e pesquisas sobre um novo bombardeiro.

Geoff Morrell, porta-voz do Pentágono, disse que Gates pretende sancionar o resultado da análise em breve. Tanto esse documento quando um exame da política de armas nucleares dos EUA serão levados em conta para as deliberações do orçamento de 2011, segundo ele.


Gates disse que, com essa revisão, o Pentágono irá incorporar para futuras armas as lições das guerras do Iraque e Afeganistão e de outras ameaças que se consolidam rapidamente. "A guerra no futuro será com frequência uma mistura híbrida de táticas", disse ele.

Ele acrescentou que a revisão irá questionar a Força Aérea a respeito das exigências para um novo bombardeiro não-tripulado, e as implicações que o crescente uso dos sistemas teleguiados acarreta para a frota de caças tripulados.

Por exemplo, o sistema teleguiado Reaper tem um alcance de 3.000 milhas, muito superior ao dos caças F-16, e pode receber muito mais armas, disse Gates.

A Força Aérea esperava ter o novo bombardeiro já em 2018, mas o cronograma pode ser afetado pelo resultado das negociações sobre o controle armamentista entre Rússia e EUA, afirmou o secretário.

Outra questão, acrescentou ele, é quantos aviões de reabastecimento em voo a Força Aérea irá realmente necessitar, levando em conta que os aviões teleguiados, uma parte cada vez mais expressiva da frota, não permitem o reabastecimento em pleno voo.