Brasil ajudará Moçambique a treinar unidade de manutenção de paz
Segundo Jobim, o Brasil vai enviar a Bissau nos próximos trinta dias um grupo de engenheiros para preparar o local onde funcionará a missão militar brasileira.
Da Redação do Africa 21, com Angop
A missão militar brasileira na Guiné-Bissau começa a operar já no segundo semestre deste ano e vai reformar o Exército do país, garantiu o ministro da Defesa do Brasil, que começa na próxima segunda-feira um périplo por África.
Em Luanda, nos dias 27 e 28 de Maio, Nelson Jobim participará na reunião dos ministros da Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que terá a situação da Guiné-Bissau como um dos temas centrais.
Segundo Jobim, o Brasil vai enviar a Bissau nos próximos trinta dias um grupo de engenheiros para preparar o local onde funcionará a missão militar brasileira.
"É preciso mudar a estrutura de guerrilha que há ainda na cabeça dos militares guineenses", afirmou Jobim. O ministro disse também que o Brasil vai ajudar na formação de uma força de paz para a União Africana, juntamente com Moçambique.
Questionado sobre a possibilidade de o Brasil vir a integrar eventuais tropas das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Jobim foi enfático. "Todas as possibilidades em relação a uma ajuda à África estão abertas. Mas não participamos em operações de intervenção para fazer a paz, mas sim para manter a paz, como é o caso do Haiti", disse o ministro.
Após a XI Reunião dos ministros da Defesa da CPLP, Jobim visitará o Congo e a Namíbia, países com os quais também abordará a necessidade de uma visão concertada entre africanos e sul-americanos em relação ao Atlântico Sul.
Em Janeiro último, a Namíbia tornou-se no primeiro país a adquirir e receber navios de guerra fabricado no Brasil com a incorporação do navio patrulha Brendan Sinbwaye, construído pela Indústria Naval do Ceará (Inace).
Fora da América do Sul, a Namíbia é o país com o mais significativo programa de intercâmbio militar com o Brasil, que ajudou os namibianos a montarem a sua Marinha.
Guiné-Bissau: Brasil disponível para enviar tropas se houver decisão da ONU
Lusa - Jornal de Noticias
O Brasil poderá enviar tropas para a Guiné-Bissau, caso haja uma decisão da ONU, disse hoje o ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, que se referiu também ao envolvimento do seu país na criação de uma força de paz da União Africana.
Respondendo a uma questão sobre possibilidade do envio de um contingente militar para Guiné-Bissau, após o assassínio do Presidente "Nino" Vieira e do atentado contra o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagmé Na Waié, ambos no início de Março, Nelson Jobim afirmou à imprensa, no Rio de Janeiro, que o Brasil tem "'expertise' para isso".
No entanto, o envio de uma missão de paz "depende de decisões a serem tomadas pela ONU", observou. "Se a ONU decidir que há a necessidade, o Brasil tem disponibilidade para participar desse tipo de coisa."
Segundo o ministro da Defesa, o Brasil não realiza operações para "fazer a paz". O Brasil, prosseguiu "participa de operação de manutenção de paz e esta distinção é fundamental".
"Uma coisa é ter força militar para intervir num determinado país para forçar a se fazer a paz, que é a doutrina americana de Bush. Nós não participamos dessa operação, nós participamos de manutenção de paz, essa é a política brasileira", destacou.
"Com Moçambique vamos trabalhar em conjunto na criação de uma força de paz para a União Africana. A ideia é enviarmos oficiais brasileiros e sargentos para treinar, desde logo, os soldados lá existentes em operações de paz", afirmou o governante.
Segundo Jobim, a colaboração das Forças Armadas do Brasil vai no sentido de criar a possibilidade de instruir a formação de forças de paz para África.
"Na maioria das vezes os países ocidentais comparecem a África para dizer aos africanos o que querem fazer ou o que devem fazer. O Brasil não vai fazer isso, o Brasil vai ajudar os africanos a fazerem aquilo que eles precisam e decidirem fazer", enfatizou, ao referir ser esta uma "diferença de postura fundamental" nas relações internacionais do Brasil com África.
Jobim ainda realçou que as forças armadas brasileiras têm "expertise" não só para tratar de missões de paz, como também "em indústria de instrumentos não-letais utilizados em operações de paz, fundamentalmente".
O Brasil, segundo o ministro, deverá trabalhar não só junto de Moçambique e de São Tomé e Príncipe, mas também no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portugesa (CPLP).
No próximo mês, Jobim irá a Luanda, em Angola, para uma reunião de ministros da Defesa da CPLP e depois seguirá para a Namíbia, Nigéria e Argélia. E assim, complementou, fecha-se "um ciclo de colaboração".
Nelson Jobim está no Rio de Janeiro para a maior e mais importante feira de defesa e segurança da América Latina - Latin America Aerospace and Defence (LAAD) -, que decorre esta semana.
A feira será um palco de convergência dos principais fabricantes da comunidade de defesa, incluindo oficiais militares das Forças Armadas da América Latina, além de autoridades e diplomatas.
Cerca de 300 expositores, de mais de 30 países, estão presentes.
Missão militar brasileira começa a operar na Guiné Bissau no segundo semestre.
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