Franceses evitam falar em encerrar buscas

Procura da caixa-preta deve prosseguir pelo menos por mais 2 semanas; fragata francesa atraca em Fortaleza

Carmem Pompeu - Estadão

Apesar do fim das buscas por corpos e despojos no lado brasileiro e da proximidade do limite em que as caixas-pretas deveriam emitir sinais, os militares franceses ainda preferem evitar falar no fim das buscas. A Fragata Ventôse, da Marinha francesa, atracou ontem no Porto de Fortaleza, onde ficará até a próxima quarta-feira para reabastecimento de combustível e alimento para a tripulação. De acordo com o comandante Vicent Gregoreo, na sequência a embarcação voltará a participar das buscas. "Encontrar as caixas-pretas é nossa prioridade." Os tripulantes da fragata também participaram do resgate dos corpos mas, em respeito às famílias das vítimas, evitaram comentar o assunto.

Anteontem, militares americanos que integram as ações de busca pela caixa-preta no Atlântico informaram que a procura deve continuar até meados do próximo mês. Oficialmente, o escritório francês de investigação (BEA) não quis comentar o assunto, informando apenas que fará uma comunicação oficial sobre os trabalhos apenas na próxima quinta-feira.

HOMENAGEM

Anteontem, a Fragata Bosísio atracou no Recife, com mais destroços e bagagens, que ficarão a cargo dos investigadores franceses. Mais à tarde, os comandos militares da Marinha e da Aeronáutica brasileiros informaram a suspensão das buscas.

"Não há mais, tecnicamente, possibilidade de se encontrar corpos ou despojos", justificou o tenente-coronel Henry Munhoz, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, em entrevista na sede do Cindacta-3, no Recife. "Toda a área possível de serem encontrados (corpos e despojos) foi percorrida pelas equipes de resgate."

Amanhã, a Bosísio deve abrigar uma homenagem em memória das vítimas do voo 447, patrocinada pela Marinha. Haverá ainda a presença de embarcações e de militares que participaram da operação de buscas por corpos dos passageiros e tripulantes do Airbus A 330.