Força Aérea queria anteriormente mais 60 caças F-22, mas a gestão Obama decidiu comprar apenas quatro

Os EUA param de construir F-22 Raptors

Fonte Quintus

A decisão assumida recentemente pelo Secretário de Estado (uma espécie de ministro da Defesa, nos EUA) de interromper a produção do F-22 terá sérias consequências a longo prazo. É claro que os elevados custos do programa Raptor jogaram aqui um papel decisivo, com os 3,5 biliões de dólares que custa aos EUA manter o sofisticado aparelho em produção, mas o problema está em que no tipo de guerras em que os EUA estão empenhados à décadas e irão (previsivelmente) estar nas próximas, ou seja, o Iraque e o Afeganistão, um caro, excelente, e furtivo avião de superioridade aérea como o Raptor está longe de ser uma prioridade.

Mas parar agora a produção do Raptor vai deixar apenas 187 aparelhos do tipo disponíveis para a USAF, portanto muito aquém dos 243 que esta disse precisar para substituir o F-15, um número que a USAF foi descendo sucessivas vezes, tendo começado com… 750!

O relativamente escasso número de Raptors disponíveis na USAF vai ser particularmente evidente nos próximos anos, quando os EUA tentarem manter o mesmo tipo de influencia global e tiverem que competir em vários cenários simultâneos com os mais sofisticados aparelhos russos e chineses que estão atualmente a ser desenvolvidos e contra os quais o JSF simplesmente não é um par adequado…


Muitos criticam a Lockheed Martin e a Boeing por esta situação, e com razão… Os elevados custos do Raptor não são fáceis de explicar e resultam em grande medida de um programa de desenvolvimento demasiado extenso no tempo, já que o programa começou em 1986 e só 19 anos depois é que o primeiro aparelho foi entregue à USAF. Com efeito, aviões bem mais revolucionários nas suas épocas, como o Me 262, o SR-71 ou até o F-15, tiveram apenas cinco anos em desenvolvimento antes da sua entrega à força aérea. Nada de parecido aconteceu com o Raptor. Alguns acham que esta dilatação resultou de interesses escuros por parte das construtoras, outras busca esta explicação em níveis gigantescos de corrupção no complexo militar-industrial norte-americano. Tudo isso explicaria estes 19 anos e os 11b biliões gastos em desenvolvimento, antes do avião entrar em produção, fase que iria somar ainda mais alguns biliões até aos 69 biliões atualmente estimados como custo total do programa.



O fim do programa F-22 significa que os EUA terão que investir em atualizações dos F-15, como o “Silent Eagle”, que replicando modelo de sucesso da Sukhoi, pegou num caça relativamente antigo (o Su-27), o modernizou sucessivamente (até ao Su-34) e o tornou quase em par do F-22. Com menos de 200 Raptor disponíveis nas próximas décadas, os EUA terão que adquirir centenas de “Silent Eagle” se quiserem manter algum tipo de paridade em superioridade aérea com chineses e russos.