Do UOL Notícias - Em São Paulo
O comando da Aeronáutica informou que foram retirados os primeiros destroços do Airbus da Air France, que caiu no mar quando transportava 228 pessoas. Os objetos retirados foram o pedaço de um suporte para acomodação de cargas em aviões - com cerca de 2,5 m², além de duas boias.
De acordo com o comando da FAB, os destroços foram encontrados pela aeronave Hércules C-130 e recolhidos por volta das 13h pelo helicóptero Lynx, que fica embarcado na fragata Constituição, da Marinha do Brasil. A peça pode ajudar na identificação do avião, segundo a Aeronáutica.
O brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica, afirmou nesta manhã em Recife (PE) que partes internas do Airbus foram localizadas pelas equipes de busca que estão na área da queda da aeronave. Durante a madrugada de hoje, a aeronave R-99 da Força Aérea Brasileira encontrou novos objetos à sudoeste dos penedos de São Pedro e São Paulo.
Segundo o brigadeiro, foram encontradas duas partes amarelas, uma marrom e uma branca que correspondem à aeronave da Air France que caiu no mar com 228 pessoas a bordo.
"Nós estamos trabalhando no recolhimento dos destroços. Ontem, antes de recolher, a prioridade era acharmos os corpos, mesmo que passássemos pelos locais dos destroços. Hoje as duas coisas estão ao mesmo nível de interesse", afirmou Cardoso.
"Não há emergência para trazer os destroços, mas se encontrarmos corpos, esses sim serão trazidos. Inclusive a logística para fazer isso já está montada", disse o brigadeiro, que ainda acrescentou que cerca de 150 pessoas estão mobilizadas em Natal, Recife e Fernando de Noronha para cuidar das buscas e da análise dos materiais coletados.
Os objetos encontrados serão levados a até 250 km de Fernando de Noronha. De lá, serão transportados via helicópteros até a ilha e, após a análise de peritos, serão levados à Recife, de avião. "Se encontrarmos uma peça considerada importante, faremos o trabalho de trazê-la. Já se localizarmos partes internas, por exemplo, vamos coletar uma quantidade grande antes de trazer", afirmou.
"Existe a possibilidade de ser utilizado um helicóptero dos Estados Unidos que tem uma autonomia maior do voo. Ele conseguiria ir até o local das buscas", disse Cardoso.
O brigadeiro afirmou que "a cada dia que passa fica mais difícil" encontrar sobreviventes, mas que as equipes de buscas "não trabalham com a hipótese de não ter sobreviventes. Se houver algum, deve estar nessa área (de busca)".
Cardoso disse que, caso um sobrevivente seja localizado, uma equipe de paraquedistas descerá ao mar para fazer o resgate. "A equipe de paraquedistas só será lançada em caso de sobreviventes". O brigadeiro confirmou o que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, havia dito ontem e afirmou que as buscas por corpos não serão feitas no fundo do mar.
De acordo com Cardoso, as condições da área de busca são: mar calmo, visibilidade restrita, chuvas esparsas, que não estão impedindo o voo das aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB). A área de buscas foi reduzida, segundo o brigadeiro: "calculamos a área possível onde estão os destroços, considerando as correntes marítimas. Reduzimos a área de busca (de 9.000 km²) para 6.000 km²."
Ontem, os familiares de passageiros anunciaram que irão formar uma equipe para acompanhar as buscas e as investigações do acidente e que gostariam de sobrevoar a região da queda do Airbus. "Colocamos para o representante dos familiares que não dá para eles voarem junto com as autoridades. Mas não haveria nenhum problema em eles virem pra Recife ou para Natal para acompanhar os trabalhos", disse o brigadeiro.
De acordo com Cardoso, as autoridades não trabalharão "nas investigações, e sim nas buscas". Os materiais que forem recolhidos ficarão à disposição do governo francês para análises e investigações.
Onze aeronaves e três navios estão nas buscas
A nota divulgada hoje de manhã pela Aeronáutica diz que outras cinco aeronaves militares decolaram de Natal (RN) durante a madrugada com destino à área de buscas, sendo três C-130 Hércules da FAB, um P-3 Orion da Força Aérea dos Estados Unidos e um Falcon 50 francês.
Além do esclarecimento visual dos novos pontos detectados, os aviões que trabalham nas buscas irão coordenar o direcionamento dos três navios da Marinha, que se encontram na área, para garantir a aproximação e possível coleta de destroços. A assessoria da comunicação da Marinha, em Brasília, informou na manhã desta quinta que ainda não foram avistados destroços nas buscas feitas pelos navios que já se encontram na região.
No total, 11 aeronaves estão mobilizadas na Base Aérea de Natal e em Fernando de Noronha para o trabalho de busca, de acordo com a nota divulgada pela Aeronáutica. O texto diz ainda que o helicóptero H-60 Black Hawk, baseado em Fernando de Noronha, participa pela primeira vez das missões de busca, a 110km a nordeste do arquipélago.
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